‘Indignados’ voltam às praças da Espanha em seu primeiro aniversário
Milhares de ‘indignados’, o movimento social nascido há
um ano em protesto contra a crise econômica, os políticos e os excessos
do capitalismo, voltaram às praças da Espanha neste fim de semana, no
pontapé inicial de quatro dias de mobilizações para demonstrar que seu
espírito continua vivo. Sob o lema “Tomar as ruas”, os ativistas, em sua
maioria jovens mobilizados por meio das redes sociais, convocaram
concentrações em 80 cidades do país. Em Madri, os manifestantes voltaram
a ocupar a Puerta del Sol, a praça do centro da capital onde nasceu o
movimento, e pretendem ficar lá até terça-feira, quando será celebrado o
aniversário dos protestos.
Desde que o acampamento foi desmantelado, no dia 12 de junho do ano
passado, o movimento perdeu visibilidade nos meios de comunicação, mas
seguiu vivo nas redes sociais, nas assembleias de bairro e na luta
contra a exclusão, embora com menos seguidores. “Os que permaneceram são
os mais conscientes, atuando em ações setoriais, como, por exemplo,
opondo-se aos despejos”, afirma Antonio Alaminos, professor de
sociologia da Universidade de Alicante. Desta vez, os manifestantes
pretendem ficar no local até terça-feira. “Não será um acampamento, e
sim uma assembleia permanente”, explica Luis, porta-voz do movimento.
Na capital espanhola, os manifestantes pareciam não ter a intenção de respeitar a proibição oficial de não se manifestar depois das 22 horas e de voltar a reeditar sua “assembleia permanente” do ano passado, que durou semanas. Com a noite avançada, milhares de “indignados” continuavam na grande praça, sentados em círculos, conversando ou tocando tambores, observados pelos veículos da polícia estacionados próximos.
À meia-noite, levantando os braços para o céu, os “indignados” fizeram um minuto de silêncio antes de começarem a gritar em coro, desafiadores, um de seus lemas: “Sim podemos, sim podemos”. Em Madri, 30 mil pessoas se manifestaram, segundo a polícia. Em Barcelona, a segunda cidade do país, foram entre 45 mil, segundo a polícia, e 220 mil, segundo os organizadores. Outras concentrações importantes aconteceram em Valencia, Sevilha e Bilbao.
“Estamos aqui porque é necessária uma mudança global, porque a indignação não parou. Continuamos indignados com as políticas de austeridade que a elite econômica nos impõe”, afirma em Madri Víctor Valdés, um estudante de filosofia de 21 anos. A frase “Juventude sem futuro” estampa sua camisa.
Em um país afundado mais uma vez na recessão, com uma taxa de desemprego de 24,44%, que chega a 52% entre os jovens, o governo conservador de Mariano Rajoy impõe já há seis meses medidas de rigor para poupar 30 bilhões de euros, com cortes que incluem setores como a saúde pública e a educação.
Graças ao movimento surgido em 15 de maio passado, “pouco a pouco a sociedade foi abrindo os olhos”, afirma Noelia Moreno, de 30 anos, uma das participantes do protesto que, inspirado nas manifestações da primavera árabe, surpreendeu o mundo. “Acredito que algo mudou na mentalidade das pessoas, não é algo muito tangível agora, mas foi plantada uma sementinha que no futuro vai poder ser vista”, assegura. É consciente, no entanto, da necessidade de manter o movimento vivo. “É uma corrida de longa distância, ninguém pode mudar tudo um sistema político em um dia, nem em um ano, isso leva tempo”, afirma.
Manter este impulso é precisamente o que os “indignados” buscam neste primeiro aniversário, que durante quatro dias dará origem a debates e assembleias populares nas praças de toda a Espanha.
Até aqui, o efeito mais concreto da mobilização dos “indignados”, o novo salto dado pela Plataforma de Afetados pelas Hipotecas (PAH), que desde 2009 luta contra o despejo de famílias endividadas, muitas delas de imigrantes, conseguiu nos últimos meses cancelar ou adiar dezenas de expulsões.
Na capital espanhola, os manifestantes pareciam não ter a intenção de respeitar a proibição oficial de não se manifestar depois das 22 horas e de voltar a reeditar sua “assembleia permanente” do ano passado, que durou semanas. Com a noite avançada, milhares de “indignados” continuavam na grande praça, sentados em círculos, conversando ou tocando tambores, observados pelos veículos da polícia estacionados próximos.
À meia-noite, levantando os braços para o céu, os “indignados” fizeram um minuto de silêncio antes de começarem a gritar em coro, desafiadores, um de seus lemas: “Sim podemos, sim podemos”. Em Madri, 30 mil pessoas se manifestaram, segundo a polícia. Em Barcelona, a segunda cidade do país, foram entre 45 mil, segundo a polícia, e 220 mil, segundo os organizadores. Outras concentrações importantes aconteceram em Valencia, Sevilha e Bilbao.
“Estamos aqui porque é necessária uma mudança global, porque a indignação não parou. Continuamos indignados com as políticas de austeridade que a elite econômica nos impõe”, afirma em Madri Víctor Valdés, um estudante de filosofia de 21 anos. A frase “Juventude sem futuro” estampa sua camisa.
Em um país afundado mais uma vez na recessão, com uma taxa de desemprego de 24,44%, que chega a 52% entre os jovens, o governo conservador de Mariano Rajoy impõe já há seis meses medidas de rigor para poupar 30 bilhões de euros, com cortes que incluem setores como a saúde pública e a educação.
Graças ao movimento surgido em 15 de maio passado, “pouco a pouco a sociedade foi abrindo os olhos”, afirma Noelia Moreno, de 30 anos, uma das participantes do protesto que, inspirado nas manifestações da primavera árabe, surpreendeu o mundo. “Acredito que algo mudou na mentalidade das pessoas, não é algo muito tangível agora, mas foi plantada uma sementinha que no futuro vai poder ser vista”, assegura. É consciente, no entanto, da necessidade de manter o movimento vivo. “É uma corrida de longa distância, ninguém pode mudar tudo um sistema político em um dia, nem em um ano, isso leva tempo”, afirma.
Manter este impulso é precisamente o que os “indignados” buscam neste primeiro aniversário, que durante quatro dias dará origem a debates e assembleias populares nas praças de toda a Espanha.
Até aqui, o efeito mais concreto da mobilização dos “indignados”, o novo salto dado pela Plataforma de Afetados pelas Hipotecas (PAH), que desde 2009 luta contra o despejo de famílias endividadas, muitas delas de imigrantes, conseguiu nos últimos meses cancelar ou adiar dezenas de expulsões.
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