Na Grécia, governo temporário comandado por magistrado assume
17/05/2012
Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Um governo temporário, formado por 16 ministros, em sua maioria funcionários públicos de alto escalão e professores universitários, assumiu hoje (17) o poder na Grécia. A principal tarefa do grupo é preparar as eleições legislativas de 17 de junho. Sondagens indicam que a esquerda radical deve vencer o novo pleito.
O governo temporário foi nomeado depois que o presidente grego, Carolos Papoulias, tentou, sem sucesso negociar com os líderes partidários em busca de acordo para fechar um governo de coalizão. Foram várias tentativas fracassadas.
O magistrado Panaiotis Pikramenos, de 67 anos, é o novo primeiro-ministro do governo temporário. Desde 2010, ele preside o Conselho de Estado, a Suprema Corte da Grécia. A nomeação de Pikramenos foi decidida ontem (16), em uma reunião entre Papulias e os líderes dos partidos políticos.
O único partido que se recusou a participar do encontro foi o de extrema direita Amanhecer Dourado, que representa os neonazistas. Paralelamente, o governo provisório tenta ganhar tempo para evitar mais conflitos em torno das discussões sobre as medidas de austeridade acordadas com o Fundo Monetária Internacional (FMI) e a União Europeia.
A incerteza continua a alimentar a tensão nos mercados. Na Grécia, a população corre aos bancos e os saques nas contas bancárias já totalizam, em média, 800 milhões de euros por dia desde o começo desta semana.
As bolsas europeias permanecem no vermelho. Ontem, todas as bolsas europeias fecharam em queda e a mais atingida foi a de Madri. Hoje, na Europa, as bolsas abriram hesitantes. Londres abriu em queda de -0,19%, Paris com leve alta de + 0,19%.
Nos mercados, os rumores de uma saída da Grécia da zona do euro estão cada vez mais fortes mas, oficialmente, a Comissão Europeia rejeita a ideia, considerada muito complexa e cara.
*Com informações da emissora pública de rádio da França, RFI, da BBC Brasil e da agência pública de notícias de Portugal, Lusa//Edição: Graça Adjuto
Nenhum comentário:
Postar um comentário