quinta-feira, 3 de maio de 2012

Para saber mais sobre as alterações na poupança


Dilma mostra MP que muda ganho da poupança a 70% da Selic, diz líder

(Reuters) - O líder do governo da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), confirmou à agência de notícias Reuters que a presidente Dilma Rousseff apresentou, durante reunião do Conselho Político nesta tarde, proposta de medida provisória que altera o rendimento da poupança para 70% da taxa básica de juros (Selic)--hoje em 9% ao ano- toda vez que a taxa básica de juros ficar abaixo de 8,5% ao ano.

"A MP vai dar um bom debate no Congresso", afirmou o deputado.

Outros dois parlamentares ouvidos pela Reuters também confirmaram a proposta do governo, acrescentando que a MP começará a valer a partir de sexta-feira.

A Reuters informou mais cedo nesta quinta-feira que o governo apresentaria na reunião do conselho uma MP que mudaria as regras da poupança: segundo o esboço do documento, quando a Selic estiver abaixo de 8,5%, a poupança será remunerada pela Taxa Referencial (TR) mais 70% da Selic. Quando a taxa básica estiver igual ou acima deste patamar, a regra atual de remuneração da aplicação -de TR mais 0,5% ao mês- será mantida.

Governo mudará rendimento da poupança com Selic menor que 8,5%

Jeferson Ribeiro e Tiago Pariz 

A remuneração da caderneta de poupança será alterada toda vez que a taxa básica de juros do país (Selic) estiver abaixo de 8,5% ao ano, segundo o esboço de uma medida provisória vista pela Reuters, que deve ser apresentada pela presidente Dilma Rousseff a líderes aliados nesta quinta-feira (3). Hoje, a Selic está em 9% ao ano.
Segundo o documento, quando a Selic estiver abaixo de 8,5%, a poupança será remunerada pela Taxa Referencial (TR) mais 70% da Selic. Quando a taxa básica estiver igual ou acima deste patamar, a regra atual de remuneração da aplicação --de TR mais 0,5% ao mês-- será mantida. 
A medida provisória (MP), que pode passar por pequenos ajustes depois das reuniões desta tarde, prevê ainda que os depósitos feitos até sua entrada em vigor manterão a atual fórmula de remuneração. Atualmente, segundo dados do Banco Central, a poupança tem saldo de pouco mais de R$ 430 bilhões. 

Como fica a poupança antes e depois da medida provisória

A medida provisória prevê que os bancos terão de apresentar aos clientes saldos diferenciados, demonstrando qual a remuneração do saldo anterior à MP daqueles depósitos feitos após a vigência das novas regras. 
O documento também prevê que os saques feitos pelos poupadores incidirão inicialmente sobre os depósitos feitos após a publicação da MP. Assim, os saldos antigos serão acessados apenas depois que os valores depositados após a MP se esgotarem. 

65% dos recursos da poupança são para crédito imobiliário

A MP não traz mudanças sobre o direcionamento obrigatórios dos recursos da poupança. Por lei, os bancos são obrigados a destinar 65% dos depósitos de poupança para crédito imobiliário.
Quando se tratar de poupança rural --que tem a mesma remuneração da tradicional, mas os recursos devem ser usados para financiamento agrícola--, o percentual é de 68%
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Mudança abre caminho para maior queda da Selic

A opção do governo em criar um redutor para a remuneração da poupança atrelado à Selic abre caminho para o BC manter a política de afrouxamento monetário.
Na semana passada, o BC indicou que deverá continuar reduzindo a taxa básica de juros, mas com "parcimônia".

Juros baixos tornam poupança mais atrativa

Dentro da equipe econômica há avaliações de que o recuo da Selic para abaixo de 8,75% ao ano --menor nível já alcançado pela taxa-- poderia estimular uma forte migração de outros investimentos para a poupança, cuja remuneração atual ficaria mais atrativa.
Se houver essa migração para a caderneta, o governo poderia ter problemas até para se financiar, porque parte dos seus títulos públicos é remunerada pela Selic. 
A MP prevê também que o Banco Central solicite informações recorrentemente aos bancos para verificar se os procedimentos das novas regras estão sendo adotados na evolução dos saldos dos poupadores.

Mudança na poupança é importante para a redução de juros, diz ministro

 Mudanças nas regras de remuneração da caderneta de poupança são importantes para criar condições para que os juros continuem baixando, na opinião do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
“É importante criar as condições para continuarmos podendo baixar os juros e poder continuar financiando a produção em condições adequadas. Esse é o nosso objetivo central”, disse Carvalho depois de participar da cerimônia de posse do ministro do Trabalho, Brizola Neto.
A presidente deve se reunir hoje com sindicalistas, líderes da base aliada e empresários para debater medidas econômicas e buscar apoio para as alterações.

Juros menores

A mudança na remuneração da caderneta de poupança, que atualmente paga TR (taxa referencial) mais 0,5% ao mês, seria necessária para que o governo consiga continuar reduzindo a taxa de juro no País. Isso porque, com a Selic em níveis muito baixos, a poupança ofereceria uma rentabilidade maior do que os títulos públicos e outros ativos de renda fixa.
De acordo com a Agência Brasil, depois de ser questionado se existe uma batalha no governo contra os juros, ele respondeu: “Não tem batalha. Tem uma discussão, tem um processo forte e importante para criar bases. Não tem puxão de orelha, não tem guerra, tem um processo de indução, de discussão, que é importante para o país”, afirmou

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