quarta-feira, 10 de abril de 2013

Investimentos brasileiros na Europa chegam a US$ 67 bi

Investimentos brasileiros na Europa chegam a US$ 67 bi

O Estado de S. Paulo - 08/04/2013
 

As empresas brasileiras são as que têm o maior estoque de in­vestimentos na Europa entre to­dos os países dos Brics e, nos últi­mos quatro anos, o volume che­gou a superar a todos as demais economias do bloco emergentes - Rússia, China, índia e África do Sul-juntas.
Mesmo se a crise na Europa gerou uma certa hesitação por parte de alguns segmentos dos empresários brasileiros, analis­tas, executivos e o governo acre­ditam que o processo de interna cionalização das empresas nacio­nais vai continuar e que a Europa será um dos focos.
A presença cada vez mais forte do empresariado brasileiro na Europa levou o governo de Dilma Rousseff a fechar um acordo com a União Européia para tentar desenvolver um plano de cooperação no setor de investimen­tos, o que deve ocorrer nas próxi­mas semanas. Na avaliação de diplomatas brasileiros, há até pou­cos anos, falar de investimentos na agenda bilateral significava apenas tratar do fluxo que o Bra­sil recebia dos estrangeiros. Ho­je, os interesses nacionais na Eu­ropa são considerados como es­tratégicos para os planos das multinacionais brasileiras.
Há dez anos, para cada € 10 investidos pelos europeus no Brasil, havia € 1 brasileiro na Eu­ropa. Hoj e, a diferença é bem me­nor. Os estoques de capital euro­peu no Brasil chegam a US$ 180 bilhões. Já os do Brasil na Euro­pa atingiram US$ 67 bilhões. Em toda a América Latina, os investi­mentos brasileiros não superam a marca de US$ 20 bilhões. No total, o estoque de investimen­tos de empresas brasileiras no ex­terior chega a US$ 230 bilhões.
Nos últimos anos, o número de aquisições foi relevante. O  JBS comprou abatedouros pela  Europa e tem três fábricas de pro­cessamento de carne só na Itália, enquanto o grupo Camargo Corrêa comprou a cimenteira Cimpor, de Portugal e a Embraer abriu, em Portugal, sua primeira fábrica de peças na Europa.
Um dos aspectos da abertura de fábricas na Europa, segundo o próprio Itamaraty, é a capacida­de que as empresas nacionais conseguem de acesso aos finan­ciamentos dados pela Comissão Européia.
Atração. O movimento de aqui­sição, interessa aos europeus, principalmente nos países em di­ficuldades. Nos últimos meses, missões de governos e de empre­sários têm desembarcado em Brasília justamente para apelar para que as empresas nacionais invistam em seus mercados. Um deles foi o rei Juan Carlos. "A Es­panha se transformou em uma base europeia para muitas em­presas ibero-americanas e quere­mos que sej a também para as bra­sileiras", disse.
Para Malcolm Lloyd, da con­sultoria PwC, "nas condições atuais, os investidores de países emergentes têm uma oportunidade única para realizar investi­mentos e ganhar vantagem com­petitiva em mercados madu­ros"./J.c.

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