Investimentos brasileiros na Europa chegam a US$ 67 bi
O Estado de S. Paulo - 08/04/2013 |
Mesmo se a crise na Europa gerou uma certa hesitação por parte de alguns segmentos dos empresários brasileiros, analistas, executivos e o governo acreditam que o processo de interna cionalização das empresas nacionais vai continuar e que a Europa será um dos focos. A presença cada vez mais forte do empresariado brasileiro na Europa levou o governo de Dilma Rousseff a fechar um acordo com a União Européia para tentar desenvolver um plano de cooperação no setor de investimentos, o que deve ocorrer nas próximas semanas. Na avaliação de diplomatas brasileiros, há até poucos anos, falar de investimentos na agenda bilateral significava apenas tratar do fluxo que o Brasil recebia dos estrangeiros. Hoje, os interesses nacionais na Europa são considerados como estratégicos para os planos das multinacionais brasileiras. Há dez anos, para cada € 10 investidos pelos europeus no Brasil, havia € 1 brasileiro na Europa. Hoj e, a diferença é bem menor. Os estoques de capital europeu no Brasil chegam a US$ 180 bilhões. Já os do Brasil na Europa atingiram US$ 67 bilhões. Em toda a América Latina, os investimentos brasileiros não superam a marca de US$ 20 bilhões. No total, o estoque de investimentos de empresas brasileiras no exterior chega a US$ 230 bilhões. Nos últimos anos, o número de aquisições foi relevante. O JBS comprou abatedouros pela Europa e tem três fábricas de processamento de carne só na Itália, enquanto o grupo Camargo Corrêa comprou a cimenteira Cimpor, de Portugal e a Embraer abriu, em Portugal, sua primeira fábrica de peças na Europa. Um dos aspectos da abertura de fábricas na Europa, segundo o próprio Itamaraty, é a capacidade que as empresas nacionais conseguem de acesso aos financiamentos dados pela Comissão Européia. Atração. O movimento de aquisição, interessa aos europeus, principalmente nos países em dificuldades. Nos últimos meses, missões de governos e de empresários têm desembarcado em Brasília justamente para apelar para que as empresas nacionais invistam em seus mercados. Um deles foi o rei Juan Carlos. "A Espanha se transformou em uma base europeia para muitas empresas ibero-americanas e queremos que sej a também para as brasileiras", disse. Para Malcolm Lloyd, da consultoria PwC, "nas condições atuais, os investidores de países emergentes têm uma oportunidade única para realizar investimentos e ganhar vantagem competitiva em mercados maduros"./J.c. |
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