Inadimplência já pressiona taxas
Valor Econômico - 01/04/2013 |
Empresas que precisaram usar crédito neste começo de ano perceberam que as taxas de juros de quase todas as linha ficaram mais caras. No caso de pessoas físicas, dependendo do banco, quem entrasse no cheque especial ou financiasse um carro entre janeiro e março deste ano teria igual percepção de preços mais altos. Os motivos: inadimplência resistente e juro futuro em alta. Levantamento feito pelo Valor aponta que, depois de caírem em 2012, as taxas de juros das principais modalidades de crédito oferecidas pelos cinco maiores bancos do país se estabilizaram neste ano ou até sofreram uma leve alta. A taxa média mensal cobrada das empresas por Banco do Brasil, Caixa, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander subiu até 0,5 ponto percentual do quarto trimestre de 2012 para o início deste ano. No caso de pessoas físicas, o movimento de alta se deu em Banco do Brasil e Santander. Daqui para a frente, de acordo com três executivos de bancos públicos e privados consultados, a tendência é que os cortes de taxas vistos em 2012 não se repitam. Apenas linhas como crédito consignado, imobiliário e empréstimos a grandes empresas ainda devem passar por reduções. Por serem modalidades que envolvem mais garantias, todos os bancos têm manifestado intenção de fazer mais negócios nelas, o que acirra a concorrência. A persistência da inadimplência e a perspectiva de elevação da taxa básica de juros da economia estão entre os fatores mais citados pelos bancos para justificar a interrupção da trajetória de declínio. Segundo o diretor de um banco privado, as instituições reduziram as taxas em 2012 acreditando que a inadimplência cairia de uma forma mais acentuada. Como isso não aconteceu, a queda dos juros comprimiu os ganhos dos bancos. Por isso, as recentes remarcações. A alta dos juros nos mercados futuros, impulsionada pela expectativa de elevação da Selic, também já é citada como capaz de encarecer o preço do dinheiro. Para a Caixa, o que pode permitir uma nova rodada de redução é o ganho de eficiência. "À medida que a gente tenha sucesso [em reduzir custos e ganhar eficiência], vamos transferir isso para os clientes", disse Márcio Percival, da Caixa. Uma melhor análise de risco também pode mexer nos custos. "O cadastro positivo, a ser implantado em agosto deste ano, será de fundamental importância para que os bancos possam desenvolver uma leitura mais adequada e individualizada da qualidade de crédito", afirmou o Santander em nota. Itaú e Banco do Brasil afirmaram que revisam de forma permanente as taxas que cobram. |
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