segunda-feira, 22 de abril de 2013

Combate à inflação será ‘sistemático’, diz Dilma

Combate à inflação será ‘sistemático’, diz Dilma

Ataque à inflação será "sistemático", diz Dilma
Autor(es): Fernando Gallo
O Estado de S. Paulo - 17/04/2013
 

A presidente Dilma Rousseff disse ontem que "qualquer necessidade" de aumento de juros "para combate à inflação" hoje em dia "será possível fazer em um patamar bem menor" do que na época em que o País conviveu com taxas mais altas. Ela reiterou que o governo "não negociará" com a inflação. A declaração foi feita na véspera de o Copom anunciar se haverá alguma mudança na taxa de juros.
Presidente culpa "pessimismo especializado" pelas avaliações, cada vez mais frequentes, de que a economia brasileira começa a desandar.
A presidente Dilma Rousseff, disse ontem em Belo Horizonte que "qualquer necessidade" de aumento de juros "para combate à inflação" hoje em dia "será possível fazer em um patamar bem menor" do que na época em que o País conviveu com taxas mais altas. Ela voltou a dizer que o governo "não negociará" com a inflação e assegurou que não terá "o menor problema em atacá-la sistematicamente".
As declarações de Dilma foram dadas exatamente no dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciou sua reunião para definir se haverá alguma mudança na taxa de juros (Selic). Com o avanço da inflação - que, nos 12 meses terminados em março alcançou 6,59%, acima do teto de meta, de 6,50% -, as apostas dos analistas apontam para um aumento na taxa (leia mais à página B4). O número será divulgado hoje.
Dilma participou, em Minas Gerais, da cerimônia do anúncio de uma fábrica que vai produz insulina humana no Brasil. E, em meio às críticas que o governo vem recebendo por conta dos rumos da política econômica, tentou passar uma mensagem otimista. "Não é hora de achar que a hora do Brasil passou. Pelo contrário, a hora do Brasil é agora. Temos de ter certeza de que passamos e estamos passando por um momento muito difícil no cenário internacional. O Brasil está passando esse momento mantendo a sua robustez, a capacidade de fazer política industrial", afirmou.
"Mantivemos a capacidade de buscar um maior equilíbrio entre as variáveis macroeconômicas, que é mudar o patamar de juros no Brasil. Jamais voltaremos a ter aqueles juros em que qualquer necessidade de mexida elevava os juros para 15% porque estava em 12% a taxa real, Hoje temos uma taxa real bem baixa. Qualquer necessidade para combater a inflação será possível fazer num patamar bem menor", disse.
A presidente voltou a culpar o "pessimismo especializado" pelas avaliações de que a economia pode desandar. "Acredito que tem uma parte dessa história que vocês escutam que é um pessimismo especializado, de plantão. Um pessimismo que nunca olha o que já conquistamos e a situação em que estamos. Sempre olha achando que a catástrofe é amanhã. Achando que esse processo é um processo que tem sinalizações indevidas."
Dilma declarou ainda que "não há hipótese" de o Brasil não apresentar crescimento econômico em 2013.
Tucanos. Na segunda à noite, falando a uma plateia petista, Dilma associara o "pessimismo" aos tucanos, ao dizer que os "pessimistas" eram os mesmos que haviam feito o racionamento de energia no País em 2001. Ontem, embora não tenha feito a mesma associação, fez os comentários na presença do governador mineiro Antonio Anastasia (PSDB), um dos principais aliados do senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Aécio, que deve ser um dos oponentes de Dilma na disputa presidencial de 2014, disse em entrevista recente que a presidente é "leniente" com a inflação. Ao ouvir os comentários de Dilma, Anastasia apenas olhou, constrangido. Na cerimônia, ele fizera um discurso brando, no qual ressaltou as parcerias entre os governo federa1 e mineiro e agradeceu a Dilma por elas.
Dilma Rousseff
"Jamais voltaremos a ter aqueles juros em que qualquer necessidade de mexida elevava os juros para 15% porque estava em 12% a taxa real Hoje temos uma taxa real bem baixa. Para combate a inflação será possível fazer num patamar bem menor."

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