roseana aceita transferir presidiário do maranhão
governo do maranhão envia relatório à pgr sobre presídios e critica cnj |
O Globo - 07/01/2014 |
Para
Secretaria de Comunicação do governo, relatório do CNJ traz ‘inverdades
com objetivo de agravar a situação nas unidades prisionais do estado’
SÃO
LUÍS - O governo do Maranhão encaminhou, nesta segunda-feira, relatório
à Procuradoria-Geral da República detalhando as medidas tomadas nos
últimos anos para solucionar os problemas do sistema carcerário do
estado. O documento critica o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que
denunciou em relatório as sérias violações de direitos humanos no
Complexo Penitenciário de Pedrinhas, onde morreram 60 presos em 2013.
Em
nota, o governo do Maranhão diz que não compactua com “inverdades que
foram levadas a público pelo juiz do Conselho Nacional de Justiça, com o
único objetivo de agravar ainda mais a situação nas unidades prisionais
do estado e numa clara tentativa de descredibilizar medidas que já
haviam sido determinadas pelo Governo”.
O
relatório do governo do Maranhão servirá de base para o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidir se pedirá
intervenção federal no estado no Supremo Tribunal Federal (STF), por
causa da situação nos presídios.
Hoje,
morreu a primeira vítima dos incêndios a ônibus que feriram cinco
pessoas na última sexta-feira. A ordem para os ataques teria partido de
dentro da prisão, segundo Aluísio Mendes, secretário de Segurança
Pública do estado.
De
acordo com a Secretaria de Comunicação do governo maranhense (Secom),
já foram investidos R$ 131 milhões na ampliação do número de vagas no
sistema carcerário e reaparelhamento de todas as unidades prisionais do
Maranhão. As obras já estariam em execução ou em fase de contratação. Em
outubro de 2013, foi decretada situação de emergência no Complexo
Penitenciário de Pedrinhas, quando o governo do estado pediu reforço da
Força Nacional para garantir a segurança no complexo prisional.
As
críticas ao relatório do CNJ continuam. Para o governo, a denúncia de
que mulheres estariam sendo estupradas em Pedrinhas é infundada. “A
Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária não recebeu até hoje
nenhum relato de estupro de mulheres ou irmãs de apenados”, diz a
Secom.
O
juiz Douglas Martins, que fez a inspeção na unidade prisional de
Pedrinhas em dezembro do ano passado, constatou a precariedade do
sistema prisional maranhense. “O Governo do Estado do Maranhão já
recebeu várias indicações da necessidade de estruturar o sistema com o
preenchimento dos cargos na administração penitenciária, construção de
pequenas unidades prisionais no interior do Estado, além de outras
medidas estruturantes que possibilitem ao Estado o enfrentamento das
facções do crime organizado”, diz o relatório do CNJ.
O
governo do estado desmente ainda a afirmação do juiz de que teria sido
impedido de entrar no complexo por líderes de facções criminosas.
“O
juiz afirmou também que tinha sido proibido, “por líderes de facções”,
de ter acesso a Pedrinhas, quando na verdade foi aconselhado por pessoas
da direção do presídio a voltar em outro momento, para não constranger
familiares, já que a vistoria ocorria em horário de visita ao Presídio
no período de Natal. O representante do CNJ preferiu ir embora”.
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