domingo, 2 de fevereiro de 2014

Israel se despede de Sharon com funeral de Estado no Parlamento

Israel se despede de Sharon com funeral de Estado no Parlamento

O Globo - 13/01/2014
 
O funeral de Estado de Ariel Sharon começou na manhã desta segunda-feira no Knesset, Parlamento de Israel, com o presidente Shimon Peres exaltando a figura do ex-premier como um amigo, um líder e um general. Já o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que reconheceu suas diferenças com um homem que foi seu inimigo no partido governista Likud, elogiou o papel de Sharon na independência de Israel. Participam da cerimônia líderes de cerca de vinte países.

É o homem com que a segurança de Israel poderia descansar, que tomou as decisões e saiu vitorioso - afirmou Peres. O vice-presidente dos EUA, Joe Biden e o britânico Tony Blair estão presentes no evento, no qual o caixão de Sharon está envolto numa bandeira de Israel e iluminado pela luz do sol do inverno. Não há confirmação do comparecimento de nenhum líder árabe, tampouco africano e da América Latina.
- A segurança de seu povo sempre foi a firme missão de Arik, um compromisso inquebrável com o futuro dos judeus, seja a 30 ou a 300 anos de agora - disse Biden, chamando Sharon pelo apelido.
Netanyahu, lembrando que nem sempre concordava com Sharon em questões políticas - especialmente sobre a retirada de Gaza - saudou o compromisso do ex-líder com a segurança de Israel.
- Arik entendia que em matéria da nossa existência e segurança, precisamos permanecer firmes. Estamos comprometidos com esses princípios - ressaltou o premier.
A rodovia principal entre Jerusalém e o aeroporto de Ben Gurión continuou fechada para a passagem das comitivas estrangeiras. O entorno de Knesset e as estradas por onde passará o caixão de Sharon até a sua Fazenda Sycamore, no Deserto de Neguev, onde ele finalmente será enterrado no início da tarde, estão sob a segurança de cerca de 200 agentes.
O ex-primeiro-ministro será sepultado ao lado de sua mulher, Lily, morta em 2000, na fazenda da família que é próxima à fronteira com a Faixa de Gaza. No passado, a área da fazenda chegou a ser atingida por foguetes vindos do território palestino - onde Sharon é odiado pela sua política expansionista de linha-dura nos territórios ocupados.
A morte do ex-premier reabriu um debate sobre seu legado. Adversários o acusam de conduta implacável em operações militares, enquanto aliados o exaltam como um gênio da estratégia que surpreendeu o mundo em 2005 ao retirar militares e colonos israelenses da Faixa de Gaza - um território palestino ao sul e Israel.
Ariel Sharon morreu no sábado, aos 85 anos, após passar oito anos em coma. Ele sofreu um grave derrame quando ainda era premier, em dia 4 de janeiro de 2006, e foi submetido a várias cirurgias, sendo a última em setembro, para corrigir um problema no sistema intravenoso de alimentação.

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