O funeral de Estado de Ariel Sharon começou
na manhã desta segunda-feira no Knesset, Parlamento de Israel, com o
presidente Shimon Peres exaltando a figura do ex-premier como um amigo,
um líder e um general. Já o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que
reconheceu suas diferenças com um homem que foi seu inimigo no partido
governista Likud, elogiou o papel de Sharon na independência de Israel.
Participam da cerimônia líderes de cerca de vinte países.
É o homem com que a segurança de Israel poderia descansar, que tomou as decisões e saiu vitorioso - afirmou Peres.
O vice-presidente dos EUA, Joe Biden e o britânico Tony Blair estão
presentes no evento, no qual o caixão de Sharon está envolto numa
bandeira de Israel e iluminado pela luz do sol do inverno. Não há
confirmação do comparecimento de nenhum líder árabe, tampouco africano e
da América Latina.
- A segurança de seu povo sempre foi a firme missão de Arik, um
compromisso inquebrável com o futuro dos judeus, seja a 30 ou a 300
anos de agora - disse Biden, chamando Sharon pelo apelido.
Netanyahu, lembrando que nem sempre concordava com Sharon em
questões políticas - especialmente sobre a retirada de Gaza - saudou o
compromisso do ex-líder com a segurança de Israel.
- Arik entendia que em matéria da nossa existência e segurança,
precisamos permanecer firmes. Estamos comprometidos com esses
princípios - ressaltou o premier.
A rodovia principal entre Jerusalém e o aeroporto de Ben Gurión
continuou fechada para a passagem das comitivas estrangeiras. O entorno
de Knesset e as estradas por onde passará o caixão de Sharon até a sua
Fazenda Sycamore, no Deserto de Neguev, onde ele finalmente será
enterrado no início da tarde, estão sob a segurança de cerca de 200
agentes.
O ex-primeiro-ministro será sepultado ao lado de sua mulher, Lily,
morta em 2000, na fazenda da família que é próxima à fronteira com a
Faixa de Gaza. No passado, a área da fazenda chegou a ser atingida por
foguetes vindos do território palestino - onde Sharon é odiado pela sua
política expansionista de linha-dura nos territórios ocupados.
A morte do ex-premier reabriu um debate sobre seu legado.
Adversários o acusam de conduta implacável em operações militares,
enquanto aliados o exaltam como um gênio da estratégia que surpreendeu o
mundo em 2005 ao retirar militares e colonos israelenses da Faixa de
Gaza - um território palestino ao sul e Israel.
Ariel Sharon morreu no sábado, aos 85 anos, após passar oito anos em
coma. Ele sofreu um grave derrame quando ainda era premier, em dia 4
de janeiro de 2006, e foi submetido a várias cirurgias, sendo a última
em setembro, para corrigir um problema no sistema intravenoso de
alimentação.
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