Brasil quer reforçar laços comerciais com países ricos
Autor(es): ELIANE OLIVEIRA |
O Globo - 10/01/2014 |
O
governo brasileiro quer reforçar as relações comerciais com os países
desenvolvidos, aproveitando a recuperação de algumas economias,
notadamente a americana. Segundo disse ao GLOBO o assessor para Assuntos
Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, esta
reaproximação não significa, porém, retomar a ideia de uma Área de Livre
Comércio das Américas (Alca), projeto sepultado pelo ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Tampouco abandonar a política de integração
Sul-Sul, entre o Brasil e as demais nações em desenvolvimento.
Ele
ressaltou que, por outro lado, a Europa ainda está bastante fragilizada
e talvez por isso esteja reagindo timidamente à proposta do Mercosul de
abrir uma ampla negociação comercial. As ofertas entre os dois blocos,
para a criação de uma zona de livre comércio, estavam previstas para
ocorrer em meados do mês passado. No entanto, de acordo com fontes do
governo brasileiro, isso só deverá acontecer no mês que vem, porque os
negociadores europeus alegaram dificuldades para obter aval de todos os
países membros da União Europeia.
-
Nós queremos reforçar laços comerciais com os países desenvolvidos. Mas
enfrentamos problemas gravíssimos, sobretudo o do protecionismo, que
marca as grandes potências e que dificulta uma relação equilibrada. Que
fique claro, no entanto, que o Brasil não está disposto a reanimar o
cadáver da Alca, como alguns analistas vêm propondo em forma disfarçada
quando fazem a apologia da Aliança do Pacífico e da TPP (Transpacific
Partnership). Como essa TPP traz embutida uma política anti-China, ela
começa a enfrentar resistências em países latino-americanos, como é o
caso do Chile - afirmou Garcia que, junto com o ministro das Relações
Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, é um dos principais articulares da
política externa da presidente Dilma Rousseff.
Ao
fazer essa declaração, o assessor presidencial se referia a dois
grandes blocos comerciais: a Aliança do Pacífico, criada ano passado e
composta por Chile, México, Peru e Colômbia, em contraposição ao
Mercosul; e a TPP, parceria que está sendo negociada por EUA, Japão,
Austrália, Peru, Malásia, Vietnã, Nova Zelândia, Chile, Cingapura,
Canadá, México e Brunei.
EUA são 2º maior parceiro
Garcia
disse que a política Sul-Sul, desenhada ainda no governo Lula, chegou a
ser subestimada anteriormente, mas acabou representando uma “aguda e
premonitória" percepção da evolução da situação mundial na primeira
década deste século. Um novo grupo de países, entre os quais Brasil,
China e Índia, emergia a passava a ter um papel decisivo, não apenas na
economia mundial, como na própria configuração global.
Os
Estados Unidos são os segundos principais compradores de produtos
brasileiros. Em 2013, compraram US$ 24,9 bilhões do Brasil. A China
ficou em primeiro lugar como país de destino de nossas exportações, com
US$ 46 bilhões no ano passado.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário