quarta-feira, 7 de março de 2012

Para Brasil crescer, Dilma acena com política 'proativa'

Para Brasil crescer, Dilma acena com política 'proativa'

Autor(es): Por Assis Moreira | De Hannover
Valor Econômico - 07/03/2012
 

O governo brasileiro terá "posição proativa" para ampliar cada vez mais a taxa de crescimento do país de forma sustentável, disse ontem a presidente Dilma Rousseff em conversa com a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, em meio a novos indicadores de deterioração da economia global.
Enquanto Dilma falava, empresários acompanhavam as notícias sobre o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que cresceu apenas 2,7% em 2011, sobre o declínio de 0,3% do PIB da zona do euro no quarto trimestre de 2011, por causa de menos gastos das famílias, investimentos e exportações, além de redução da estimativa de crescimento da China para 7,5% neste ano.
A presidente brasileira aproveitou a rápida entrevista à imprensa para voltar a culpar a crise nos países desenvolvidos pela diminuição da expansão econômica agora também nos emergentes. "Manifestei à chanceler Merkel a preocupação do Brasil com a expansão monetária que vem ocorrendo por parte dos países desenvolvidos, que provoca desvalorização das moedas, e que nós consideramos bastante adverso para o comércio internacional do Brasil", afirmou Dilma, que no dia anterior ouvira Merkel por sua vez mencionar "protecionismo unilateral".
Quando um jornalista alemão perguntou se Dilma tinha dado garantias de que não iria continuar o protecionismo, a presidente abordou o aumento do IPI nos carros importados: "Eu queria assegurar que diante da valorização das moedas de forma artificial, o Brasil tomará todas as medidas que não firam as disposições da Organização Mundial do Comércio para evitar a desindustrialização da economia brasileira."
A chanceler alemã reiterou que as megaoperações de liquidez na Europa são para dar tempo para a zona do euro fazer reformas e insistiu que o objetivo não é causar instabilidade e que espera discutir os desequilíbrios da economia mundial na reunião de cúpula do G-20 no México, em junho.
O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, afirmou que o decreto com o novo regime tributário do setor automotivo, concedendo prazo maior para montadoras estrangeiras instalarem fábricas no Brasil, está agora com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a expectativa é de que seja logo assinado. Pimentel confirmou que o decreto vai reduzir gradualmente o IPI para as montadoras que se instalarem no país.

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