Sarkozy intensifica discurso contra imigração e ameaça tirar a França de acordo
Renata Giraldi* - Repórter da Agência BrasilO presidente da França, Nicolas Sarkozy, ameaçou abandonar o acordo europeu de fronteiras livres, se nada for feito para conter a imigração ilegal. Segundo ele, essa é a única maneira de conter uma “implosão” da Europa. Sarkozy fez campanha ontem (11), nos arredores de Paris, para um público de cerca de 70 mil pessoas, segundo assessores. Ele defendeu o modelo econômico francês, informando que ele faz parte da identidade nacional.
“Nosso modelo faz parte da nossa identidade, ele nos protege porque nos une; enfraquecê-lo será enfraquecer a França “, disse o presidente francês, defendendo as reformas feita em seu governo. Segundo ele, essas reformas evitaram a falência do sistema social do país.
Sarkozy disse ainda que suspenderá o acordo de livre trânsito de Schengen, válido entre 25 países europeus, se não observar progressos claros nos próximos 12 meses. Na semana passada, ele havia prometido reduzir à metade o número de estrangeiros na França, se reeleito este ano.
Atrás de seu adversário socialista, François Hollande, em todas as sondagens de intenção de voto, Sarkozy se apresentou novamente como o candidato capaz de melhor proteger a França e a Europa dos fluxos migratórios e da concorrência desleal que ameaçam a economia do país e do continente.
O presidente ameaça suspender a França do tratado até que as negociações sejam concluídas. Opositor da entrada da Romênia e da Bulgária no espaço Schengen, Sarkozy disse que há falhas no controle do fluxo de imigrantes clandestinos.
Ao discursar em Villepinte, nos arredores de Paris, o presidente pediu que os eleitores o ajudem a vencer as eleições – que ocorrerão no fim de abril. Ele atacou a esquerda socialista por ter abandonado as periferias francesas e defendeu reformas na Europa, como o Tratado de Schengen.
Para tornar a Europa mais competitiva, Sarkozy também propõe a adoção de uma versão europeia do Buy American Act (Ato Americano para Compras), que impõe ao governo norte-americano a utilização apenas de produtos fabricados nos Estados Unidos em licitações públicas.
Sarkozy disse que as dificuldades enfrentadas durante sua gestão foram geradas por “alguns sindicatos e organizações”. Ele defendeu a realização de referendos para os franceses se expressarem: “Toda vez que alguém quiser falar em nome deles, a serviço de interesses que não sejam da nação”.
*Com informações da BBC Brasil e da emissora pública de televisão da França, RFI//Edição: Graça Adjuto
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