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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

França pede apoio externo para combate no Mali

França pede apoio externo para combate no Mali

França faz radicais islâmicos recuar no Mali, mas pede apoio internacional
Autor(es): Andrei Netto
O Estado de S. Paulo - 16/01/2013
 

Sob ataque de forças francesas, insurgentes abandonaram Timbuctu, a principal cidade sob seu controle no Mali. A França advertiu a comunidade internacional que "não tem vocação para continuar sozinha" na luta. A União Europeia vai avaliar o conflito. Grã-Bretanha e Alemanha não enviarão tropas. Os EUA podem ampliar sua participação, hoje limitada a apoio logístico, de comunicações e informações.

Intervenção. Nos Emirados Árabes, Hollande justifica ação francesa argumentando que país cairia "nas mãos dos terroristas" e promete destruir os grupos extremistas, que ontem se retiraram de posições ocupadas nos últimos dias, como Gao e Timbuctu
Enquanto o presidente François Hollande prometia em Paris "destruir" os grupos extremistas no Mali, os insurgentes islâmicos foram ontem forçados a abandonar a principal cidade sob seu controle, Timbuctu. A informação foi confirmada pelo Ministério da Defesa francês e também pelo grupo islamista Ansar Dine. De acordo com os radicais, que  até o sábado avançavam rumo a capital, Bamako, o recuo é uma "retirada tática", Hollande visitou ontem os Emirados Árabes Unidos, onde aproveitou para buscar apoio dos governos do Golfo à ofensiva no Mali. Em declaração à imprensa, o chefe de Estado informou que o Exército francês tem três objetivos na ex-colônia parar o avanço dos "terroristas" na direção de Bamako, garantir a segurança da capital e das principais cidades e restabelecer a integridade territorial do país.
"Se não tivéssemos tomado a decisão (de intervir), o Mali inteiro provavelmente estaria nas mãos de terroristas", justificou Hollande. Questionado sobre como enfrentar os jihadistas e o que fazer com eles, o presidente respondeu: "O que fazer com os terroristas? Destruí-los. Aprisioná-los, se possível."
Em parte, esse objetivo já está em curso. Mobilizando 2,5 mil homenê - dos quais 800 já em território malinês , além de 12 caças Rafale e Mirage, 5 aviões-tanque e veículos blindados, a operação Serval conseguiu desmobilizar os extremistas. Segundo o ministro da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, cidades como Gao e Timbuctu foram de socupadas pelos radicais. Esse movimento reverte a ofensiva que realizavam até o sábado, com o intuito de abrir um corredor até a capital. Mesmo com o recuo, até a noite de ontem os jihadistas mantinham o controle das cidades de Konna e Dia-baly, tomada após o início dos ataques das forças francesas.
Segundo Le Drian, a estratégia francesa é destruir a estrutura logística, os campos de treinamento e as cadeias de comando, enquanto espera pela formação da força internacional africana, que ocupará o país com o aval da ONU.
AFrança advertiu a comunidade internacional que "não tem vocação para continuar sozinha" contra os extremistas. A expressão empregada pelo chanceler Laurent Fabius busca pressionar os parceiros da Otan. Hoje, diplomatas da União Européia se reunirão para avaliar o conflito, mas Grã-Bretanha e Alemanha deixaram claro que não enviarão tropas. Os EUA não descartam a possibilidade de ampliar sua participação, hoje limitada a apoio logístico, de comunicações e de informações.
Uma das alternativas defendidas pela França é que os países ocidentais acelerem a formação da força da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Ecowas, em inglês). Pela resolução da ONU, o contingente teria 3,3 mil soldados do Senegal, de Burkina Faso, de Niger, da Nigéria, de Guiné, além do Mali. O Ecowas diz que as tropas começarão a chegar em uma semana, mas ainda terão de passar por treinamento.
Para Louis Caprioli, ex-diretor de um dos serviços secretos da França e especialista em redes islâmicas na África, os três grupos extremistas em ação no Mali " Al-Qaeda do Magreb Islâmico, Movimento pela Unidade e a Jihad na África Ocidental e AnSar Dine  podem ser vencidos, mas esse esforço demandará "semanas ou meses". "Diferentemente do Taleban no Afeganistão, esses terroristas não têm apoio da população nem muitas bases logísticas. Eles desaparecerão com o tempo, porque serão sufqcados sem a sua logística", diz Caprioli.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

EUA e França reforçam medidas de segurança após charges de Maomé

EUA e França reforçam medidas de segurança após charges de Maomé

Publicado em Carta Capital
Editor da revista Charlie Hebdo’s segura edição com caricatura. Foto: ©AFP / Fred Dufour

PARIS (AFP) – Estados Unidos e França reforçaram as medidas de segurança de seus interesses e representações no mundo ante o risco de que a violência desencadeada pelo filme Innocence of Muslims (Inocência dos Muçulmanos), que ofende Maomé, aumente ainda mais após a publicação, nesta quarta-feira 19, de charges do profeta muçulmano em uma revista satírica francesa.
Mais de 30 pessoas morreram em ataques e manifestações violentas provocadas pela divulgação de trechos do filme amador, incluindo 12 em um atentado suicida executado por uma mulher, na terça-feira 18, no Afeganistão. O reforço das medidas de segurança se concentra na sexta-feira, dia de oração nos países muçulmanos e que pode provocar um aumento da mobilização contra o Ocidente.
Após uma semana de violência antiamericana no mundo árabe, o governo dos Estados Unidos adotou medidas excepcionais para proteger suas embaixadas no mundo, anunciou a secretária de Estado Hillary Clinton. A chefe da diplomacia negou que Washington tenha recebido informações sobre os planos para o ataque ao consulado de Benghazi (Líbia) em 11 de setembro, que matou o embaixador do país.
A França também reforçou as medidas de segurança depois que a revista satírica francesa Charlie Hebdo publicou na edição desta quarta-feira 19 desenhos sobre a controvérsia gerada pelo filme. As charges da publicação apontam mais para os autores do filme e os islamitas do que para o Islã, mas o profeta Maomé é representado nu em dois desenhos.
O chanceler francês Laurent Fabius anunciou o aumento da segurança nas embaixadas francesas. Em Paris, a polícia também reforçou a proteção ao edifício que abriga a redação da Charlie Hebdo e manifestações de repúdio ao filme foram proibidas pelo primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault.
Paquistaneses queimam bandeiras americanas. Foto: ©AFP / Aamir Qureshi

“Estamos em um país no qual a liberdade de expressão está garantida, a liberdade de caricaturar também”, declarou o primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault. No entanto, ele afirmou que se as pessoas se sentirem ofendidas e considerarem que o direito foi ultrapassado, podem apelar aos tribunais. No contexto atual, a publicação da Charlie Hebdo “joga lenha na fogueira”, opinou Laurent Fabius.
Na França, qualquer agressão aos muçulmanos é considerada sensível. O país tem a maior comunidade muçulmana da Europa, com entre quatro e seis milhões de muçulmanos.
Conflitos
Na última semana, vários países do Oriente Médio, África do Norte, Ásia e Europa foram cenários na última semana de atos de violência dirigidos contra Estados Unidos após a divulgação de trechos do filme.
Na terça-feira, o presidente americano Barack Obama pediu ao mundo muçulmano que trabalhe com os Estados Unidos para garantir a segurança de seus representantes no mundo. “Embora este vídeo seja chocante – e nós o denunciamos evidentemente, o governo americano não tem nada a ver com ele – não é de nenhum modo uma desculpa para a violência”, disse.
O embaixador dos Estados Unidos na Líbia e três funcionários americanos morreram no ataque ao consulado de Benghazi. Em 2005, a publicação de charges de Maomé por um jornal dinamarquês provocou uma onda de protestos no mundo muçulmano.

Mais informações em AFP Móvil

terça-feira, 8 de maio de 2012

Bloco contra a austeridade

Bloco contra a austeridade

Urnas põem Europa na encruzilhada
Autor(es): agência o globo:Deborah Berlinck
O Globo - 08/05/2012
 
Eleições mostram ascensão de partidos contrários à receita anticrise de Angela Merkel

O status quo começa a ser seriamente questionado na Europa. Cinco eleições nos últimos dias - que vão desde as disputas municipais na Itália e no Reino Unido, passando por uma regional na Alemanha até a mudança na Presidência da França e no Parlamento da Grécia - apontam para uma rejeição pública cada vez maior aos dirigentes e partidos que apoiam políticas econômicas de acordo com o receituário alemão de austeridade no continente em crise.
- Sentimos que um bloco começa a se constituir em oposição à Alemanha. Até quando a Alemanha vai poder resistir sozinha? Será que vai conservar sua liderança? Ela está cada vez mais isolada - constata Vivien Pertusot, que dirige, em Bruxelas, o Instituto Francês de Relações Internacionais (Ifri).
O maior exemplo desta tendência foi a volta triunfal neste fim de semana dos socialistas na França, 30 anos depois que François Mitterrand conquistou o poder numa eleição histórica, em 1981. O novo presidente, François Hollande, promete lutar contra a política de austeridade generalizada no continente. Ele quer rediscutir o pacto de estabilidade que 25 dos 27 países-membros da União Europeia (UE) assinaram em fevereiro, alegando que é preciso dar mais ênfase ao crescimento econômico. Uma proposta que a chanceler federal alemã, Angela Merkel, já rejeitou ontem mesmo depois de anunciar que receberia Hollande na Alemanha "de braços abertos":
- Nós, na Alemanha, e eu, pessoalmente, somos da opinião de que o pacto fiscal não é negociável. Já foi negociado e assinado por 25 países - disse.
O pacto foi costurado por Merkel com Nicolas Sarkozy, antecessor de Hollande. A dupla defensora da austeridade trabalhou tão junta que ganhou o apelido de "Merkozy". Na madrugada de segunda-feira em Paris, diante de uma multidão na Praça da Bastilha, o novo presidente lançou uma frase que resume a virada no humor dos franceses:
- Austeridade não precisar ser uma fatalidade na Europa - disse.
Hollande como catalisador
O movimento de rejeição não ocorreu apenas da França. No domingo, os dois principais partidos políticos encarregados de tirar a Grécia do buraco - o conservador Nova Democracia e os socialistas do Pasok - não conseguiram maioria nas eleições parlamentares. O que se viu foi a ascensão impressionante de extremistas de esquerda e de direita. A Grécia terá, pela primeira vez no Parlamento, deputados de um partido que defende ideologia neonazista, o Aurora Dourada, que carrega um símbolo muito próximo de uma suástica.
Na Grã-Bretanha, a coalizão conservadora liderada por David Cameron - um defensor da política de austeridade - perdeu as eleições locais para o Partido dos Trabalhistas, que, assim como Hollande, coloca o crescimento econômico como prioridade. As eleições municipais na Itália também deram provas da resistência do eleitorado às duras medidas de alta de impostos e cortes de pensões implementadas pelo premier Mario Monti, com o desempenho favorável de legendas de centro-esquerda nas urnas. Na própria Alemanha, o partido de Merkel perdeu o governo do estado de Schleswig-Holstein, que deverá passar a uma coalizão dos social-democratas com os verdes e a minoria dinamarquesa.
Para Vivien Pertusot, do Ifri em Bruxelas, a retórica dos franceses desafia os alemães. Mas na prática, não há interesse de Hollande e nem de Merkel em colidir.
- Nunca assistimos a uma queda de braço entre Alemanha e França desde 1963. O casal franco-alemão sempre tenta funcionar. Mesmo que haja hoje uma oposição sobre o pacto fiscal, claramente, não haverá ruptura neste casal.
Outra razão, segundo ele: François Hollande sabe que não pode isolar Angela Merkel, e vice-versa.
- Ele precisa ter uma relação sã com a Alemanha para poder conseguir passar outras iniciativas (de interesse da França) no nível europeu. Ele sabe que não vai conseguir mudar - explica, dizendo que possivelmente ocorrerão pequenas mudanças "cosméticas" no pacto, para que Hollande não saia perdendo.
Mas Hollande pode se tornar o catalisador de uma aliança entre países que se opõem à austeridade a qualquer preço, prevê Pertusot: os governos de Bélgica, Polônia e Espanha já declararam apoio a esta linha favorável ao crescimento.
O economista Francesco Saraceno, do Observatório Francês de Conjunturas Econômicas, acha que Hollande tem uma chance real de influenciar a mudança de direção da Europa. E uma das razões é que, agora, não se trata mais de queixas de pequenas economias, mas de grandes:
- Não se via a Grécia indo para Bruxelas e dizendo: olha, isso não está funcionando. Agora é um grande país que chega e diz: espera aí, isso não está funcionando. A França, sozinha, é pequena para mudar as coisas. Mas a França pode agir como uma força catalisadora organizando uma coalização de países com problemas (com a austeridade).
Mas ainda não há consenso sobre a eventual mudança de rumo no continente. Charles Grant, diretor do Centre for European Reform, em Londres, lembra que os franceses não estão de fato implementando um programa de austeridade. E relativiza a derrota dos conservadores no Reino Unido, dizendo que foi mais um voto contra os erros sucessivos de David Cameron do que contra a austeridade preconizada por ele.
- Na França eu diria que foi mais um voto contra Sarkozy do que contra a austeridade.

terça-feira, 13 de março de 2012

Discurso polêmico de Sarkozy estimula debates na União Europeia sobre imigração

Discurso polêmico de Sarkozy estimula debates na União Europeia sobre imigração

Renata Giraldi* - Repórter da Agência Brasil

A menos de um mês e meio das eleições presidenciais na França, o presidente Nicolas Sarkozy estimulou na União Europeia o debate sobre a reforma do Tratado de Schengen – que define regras sobre a livre circulação de pessoas em 26 países da Europa. Em defesa do que chamou "proteção da França", Sarkozy criticou as normas em vigor que facilitam o ingresso de imigrantes na região.

Em Villepinte, nos arredores de Paris, o presidente ameaçou suspender a participação da França no tratado. Ele deu uma espécie de ultimato para que seus parceiros europeus reformem o acordo e reforcem o controle das fronteiras para evitar a entrada de imigrantes ilegais.

Porém, as reações às ameaças de Sarkozy foram imediatas – interna e externamente. Em resposta ao discurso do presidente francês, o porta-voz do governo alemão, Georg Streiter, disse que considera o Tratado de Schengen um “bem precioso”.

A comissária europeia das Relações Exteriores, Cecília Malmstrom, disse que negociações sobre o tratado estão em curso há alguns meses entre o Conselho e o Parlamento europeus. Segundo ela, uma possível modificação do texto requer alterações no tratado da União Europeia, do qual a França faz parte.

Para analistas políticos, Sarkozy, segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto, atrás do socialista François Hollande, tentou seduzir o eleitorado de extrema direita, propondo que a Europa adote medidas protecionistas.

Sarkozy defendeu que a França, a exemplo dos Estados Unidos, adote o mecanismo que obriga  os governos europeus a utilizarem exclusivamente produtos fabricados no bloco em suas compras. O discurso pela “França forte” incluiu ainda um pedido de ajuda ao povo francês para reverter o resultado das pesquisas e garantir o favoritismo.

*Com informações da emissora pública de rádio da França, RFI//Edição: Graça Adjuto

segunda-feira, 12 de março de 2012

Sarkozy intensifica discurso contra imigração e ameaça tirar a França de acordo

Sarkozy intensifica discurso contra imigração e ameaça tirar a França de acordo

Renata Giraldi* - Repórter da Agência Brasil

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, ameaçou abandonar o acordo europeu de fronteiras livres, se nada for feito para conter a imigração ilegal. Segundo ele, essa é a única maneira de conter uma “implosão” da Europa. Sarkozy fez campanha ontem (11), nos arredores de Paris, para um público de cerca de 70 mil pessoas, segundo assessores. Ele defendeu o modelo econômico francês, informando que ele faz parte da identidade nacional.

“Nosso modelo faz parte da nossa identidade, ele nos protege porque nos une; enfraquecê-lo será enfraquecer a França “, disse o presidente francês, defendendo as reformas feita em seu governo. Segundo ele, essas reformas evitaram a falência do sistema social do país.

Sarkozy disse ainda que suspenderá o acordo de livre trânsito de Schengen, válido entre 25 países europeus, se não observar progressos claros nos próximos 12 meses. Na semana passada, ele havia prometido reduzir à metade o número de estrangeiros na França, se reeleito este ano.

Atrás de seu adversário socialista, François Hollande, em todas as sondagens de intenção de voto, Sarkozy se apresentou novamente como o candidato capaz de melhor proteger a França e a Europa dos fluxos migratórios e da concorrência desleal que ameaçam a economia do país e do continente.

O presidente ameaça suspender a França do tratado até que as negociações sejam concluídas. Opositor da entrada da Romênia e da Bulgária no espaço Schengen, Sarkozy disse que há falhas no controle do fluxo de imigrantes clandestinos.

Ao discursar em Villepinte, nos arredores de Paris, o presidente pediu que os eleitores o ajudem a vencer as eleições – que ocorrerão no fim de abril. Ele atacou a esquerda socialista por ter abandonado as periferias francesas e defendeu reformas na Europa, como o Tratado de Schengen.

Para tornar a Europa mais competitiva, Sarkozy também propõe a adoção de uma versão europeia do Buy American Act (Ato Americano para Compras), que impõe ao governo norte-americano a utilização apenas de produtos fabricados nos Estados Unidos em licitações públicas.

Sarkozy  disse que as dificuldades enfrentadas durante sua gestão foram geradas por  “alguns sindicatos e organizações”. Ele defendeu a realização de referendos para os franceses se expressarem:  “Toda vez que alguém quiser falar em nome deles, a serviço de interesses que não sejam da nação”.

*Com informações da BBC Brasil e da emissora pública de televisão da França, RFI//Edição: Graça Adjuto