tag:blogger.com,1999:blog-33825862298720398642024-03-05T18:26:03.218-03:00Saber AtualidadesCássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.comBlogger1102125tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-87547907802019267032017-08-03T13:20:00.001-03:002017-08-03T13:20:12.279-03:00<br />
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<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Para
Entender o Brexit, ou Bre(Shit)?<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por
Cássio Albernaz<o:p></o:p></span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Para compreender o
Brexit, cabe uma advertência inicial relacionada a alguns conceitos envolvidos.
Primeiramente, Brexit significa do inglês “Britain Exit” ou a saída da
Grã-Bretanha, mas surge um problema imediato, saindo do quê mesmo? Outro
problema conceitual se relaciona aos termos Grã-Bretanha e Reino Unido, onde o
primeiro designa a ilha composta por Inglaterra, Escócia e País de Gales, e o
segundo, o Estado sob administração da Rainha composto pelos mesmos países mais
a Irlanda do Norte. Entretanto, no recente plebiscito a Irlanda do Norte também
votou. Então não seria um “Ukexit” o termo mais correto? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ainda para complicar um
pouco mais, a consulta popular trata de uma saída da União Européia, da Zona do
Euro, ou da Europa, como alguns incautos afirmam? Calma! Os Ingleses, Galeses,
Escoceses e Norte-Irlandeses continuarão sendo europeus! E não, a resposta é
NÃO, pois não há chance do Brasil entrar na União Europeia! A não ser que um
abalo sísmico descole o Brasil da América do Sul e pegando a corrente atlântica
certa nos leve a Europa. Mas isso não passa de devaneio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Desfazendo os nós. O plebiscito
foi direcionado a população do Reino Unido, no qual deveriam responder à
seguinte pergunta na cédula eleitoral: "Deve o Reino Unido permanecer como
membro da União Europeia ou sair da União Europeia?" Cabe lembrar, que o
Reino Unido não faz parte da Zona do Euro, ou seja, já não adota o Euro como
moeda por medo de perder autonomia e ficar suscetível a instabilidade e
desvalorização da moeda. Entretanto, pertence à União Européia, no que diz
respeito ao livre trânsito de capitais, serviços, pessoas, e vantagens nas
trocas de produtos entre os membros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Cabe ressaltar que a
consulta popular realizada no Reino Unido não é vinculante. Assim, o
primeiro-ministro pode ou não seguir o resultado da votação e até mesmo o Parlamento
Inglês pode vetar o resultado eleitoral. Entretanto, como se sabe, o custo
político desse ato ninguém quer assumir e levou o primeiro-ministro inglês a
renúncia frente a um parlamento controlado pelo Partido Conservador e pelo Ukip
(Partido Nacionalista) que são favoráveis a saída da União Europeia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Por que a consulta
popular foi realizada? David Cameron, o até então primeiro-ministro inglês,
numa jogada política para sua reeleição parlamentar de 2015 se utilizou da
proposta como promessa de campanha frente à pressão crescente do seu próprio
partido (Partido Trabalhista) e dos conservadores e nacionalistas. Esses
partidos e a pressão pública popular advertiam uma influência cada vez maior
dos problemas da União Europeia no cotidiano dos cidadãos do Reino Unido se
sentindo fragilizados pela crise econômica e pela crise imigratória.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Dentre as novas e
velhas tensões, estão, entre outras, a defesa da soberania nacional, o orgulho
pela identidade britânica, desconfiança com a burocracia de Bruxelas, o
controle de fronteiras e questões de segurança interna e defesa. Entretanto, ao
sinalizar a saída da UE, investidores que utilizavam a ilha como um trampolim
para o mercado europeu já começam a retirar seus investimentos fora as
dificuldades candentes de importação e exportação que resultarão de tal medida.
Esses impactos levam novamente a Escócia, que votou em massa para seguir na UE,
a cogitar uma saída do Reino Unido, visando manter o pacto e o mercado europeu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Por outro lado, a
Alemanha e os países europeus querem acelerar o processo de saída do Reino
Unido para dirimir os impactos econômicos e políticos, mas essa transição
poderá durar até 2 anos. Muitos temas polêmicos terão que ser discutidos,
taxação de produtos de importação e exportação, vistos de entrada e saída no
Reino Unido, investimentos de cidadãos europeus nas ilhas, a questão dos
imigrantes, e muitos acordos políticos e diplomáticos.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O Brexit, conduzido
pela opinião pública e alguns partidos políticos, pode gerar em médio prazo uma
crise política e econômica sem precedentes no Reino Unido. Bre(Shit)!<o:p></o:p></span></div>
Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-7531189143903602132016-06-19T01:55:00.002-03:002016-06-19T01:55:26.630-03:00Nova Página no Facebook!!!Pessoal,<br />
<br />
Vou voltar a Atualiza-los com assiduidade, mas agora a partir da minha página do facebook. Muitas dicas pra concurso, correções de provas, clippings de notícias e muitas novidades!!<br />
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Segue lá!!<br />
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https://www.facebook.com/professorcassioalbernaz/<br />
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<br />
abraçoCássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-32242288164083587192014-03-30T22:44:00.005-03:002014-03-30T22:45:06.739-03:00Comentários Prova de Atualidades CEF 2014<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span lang="PT-BR">COMENTÁRIOS PROVA CEF 2014<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span lang="PT-BR">ATUALIDADES– PROVA COFRE<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">31 – ERRADA<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Apesar de a questão afirmar de forma acertada a
autossuficiência em petróleo bruto, não há uma diminuição do número de veículos
automotores no País na última década. Como se sabe, as políticas de incentivo
ao consumo, como a redução do IPI do setor automotivo, estimulou esse setor
produtivo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">32 – ERRADA<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Os EUA está investindo em na produção de gás
não-convencional (como o de Xisto). Entretanto, a maior economia do planeta é
da União Europeia, mas apenas de forma agregada, pois a estadudinense ainda é a
maior se for considerada por país. A China aparece ainda como segunda maior
economia. Outro Erro, é a afirmação de que somando a economia chinesa e da
União Europeia isso corresponderia a 80% do comércio mundial. Na verdade, o que
corresponde a 80% do comércio mundial é a soma das economias do G20.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">33 – CERTA<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Apesar de o Brasil ser o quinto país em
investimento de fontes renováveis, ainda tem sua matriz energética brasileira
composta por 54% de fontes não-renováveis, o percentual mais baixo entre as
grandes economias mundiais segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o
que faz com que o uso de energias renováveis e não-renováveis seja “quase
empatado”, como afirma a assertiva.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">34 – CERTA<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Ainda o Oriente Médio é uma região produtora
privilegiada de petróleo, este que consiste ainda na principal fonte energética
para a industrialização mundial tornando a região ainda um palco relevante de
conflitos e disputas de interesses.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">35 – ERRADO<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">A Rússia <b>não
</b>pertence à União Europeia!!!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">36 – ERRADO<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">No escândalo de espionagem estaduninense,
publicizado por Edward Snowden, nem os países parceiros americanos saíram
ilesos. Cabe lembrar que a Chefe de Estado alemã Angela Merkel teve seu celular
monitorado pela inteligência americana, e até mesmo Dilma Roussef e altos
escalões do governo Brasileiro tiveram seus e-mails monitorados.<o:p></o:p></span></div>
Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-22507131285195826372014-02-26T01:13:00.002-03:002014-02-26T01:13:52.601-03:00‘O povo não vai se cansar de protestar’<span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px;">Manuel Castells: ‘O povo não vai se cansar de protestar’</span><span style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; text-rendering: optimizelegibility;"><br style="-webkit-font-smoothing: antialiased; text-rendering: optimizelegibility;" /><br style="-webkit-font-smoothing: antialiased; text-rendering: optimizelegibility;" /><span style="background-color: white;">O Globo 29/06/2013</span></span><br />
<span style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; text-rendering: optimizelegibility;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; text-rendering: optimizelegibility;"><span style="background-color: white;">Sociólogo afirma que ausência de líderes é uma das qualidades dos protestos no Brasil e diz que país vai influenciar países vizinhos</span><span style="-webkit-font-smoothing: antialiased; text-rendering: optimizelegibility;"><br style="-webkit-font-smoothing: antialiased; text-rendering: optimizelegibility;" /></span></span><br />
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
Para o sociólogo catalão Manuel Castells, boa parte dos políticos é de “burocratas preguiçosos”. Ele é um dos pensadores mais influentes do mundo, com suas análises sobre os efeitos da tecnologia na economia, na cultura e, principalmente, no ativismo. Conhecido por sua língua afiada, o espanhol falou ao GLOBO por e-mail sobre os protestos.</div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
<span style="-webkit-font-smoothing: antialiased; text-rendering: optimizelegibility;">Os protestos no Brasil não tinham líderes. Isso é uma qualidade ou um defeito?</span></div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
Claro que é uma qualidade. Não há cabeças para serem cortadas. Assim, as redes se espalham e alcançam novos espaços na internet e nas ruas. Não se trata, apenas, de redes na internet, mas redes presenciais.</div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
<span style="-webkit-font-smoothing: antialiased; text-rendering: optimizelegibility;">Como conseguir interlocução com as instituições sem líderes?</span></div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
Eles apresentam suas demandas no espaço público, e cabe às instituições estabelecer o diálogo. Uma comissão pode até ser eleita para encontrar o presidente, mas não líderes.</div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
<span style="-webkit-font-smoothing: antialiased; text-rendering: optimizelegibility;">Como explicar os protestos?</span></div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
É um movimento contra a corrupção e a arrogância dos políticos, em defesa da dignidade e dos direitos humanos — aí incluído o transporte. Os movimentos recentes colocam a dignidade e a democracia como meta, mais do que o combate à pobreza. É um protesto democrático e moral, como a maioria dos outros recentes.</div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
<span style="-webkit-font-smoothing: antialiased; text-rendering: optimizelegibility;">Por que o senhor disse que os protestos brasileiros são um “ponto de inflexão”?</span></div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
É a primeira vez que os brasileiros se manifestam fora dos canais tradicionais, como partidos e sindicatos. As pessoas cobram soberania política. É um movimento contra o monopólio do poder por parte de partidos altamente burocratizados. É, ainda, uma manifestação contra o crescimento econômico que não cuida da qualidade de vida nas cidades. No caso, o tema foi o transporte. Eles são contra a ideia do crescimento pelo crescimento, o mantra do neodesenvolvimentismo da América Latina, seja de direita, seja de esquerda. Como o Brasil costuma criar tendências, estamos em um ponto de inflexão não só para ele e o continente. A ideologia do crescimento, como solução para os problemas sociais, foi desmistificada.</div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
<span style="-webkit-font-smoothing: antialiased; text-rendering: optimizelegibility;">O que costuma mover esses protestos?</span></div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
O ultraje, causado pela desatenção dos políticos e burocratas do governo pelos problemas e desejos de seus cidadãos, que os elegem e pagam seus salários. O principal é que milhares de cidadãos se sentem fortalecidos agora.</div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
<span style="-webkit-font-smoothing: antialiased; text-rendering: optimizelegibility;">O senhor acha que eles podem ter sucesso sem uma pauta bem definida de pedidos?</span></div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
Acho inacreditável. Além de passarem por uma série de problemas urbanos, ainda se exige que eles façam o trabalho de profissional que deveria ser dos burocratas preguiçosos responsáveis pela bagunça nos serviços. Os cidadãos só apontam os problemas. Resolvê-los é trabalho para os políticos e técnicos pagos por eles para fazê-lo.</div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
<span style="-webkit-font-smoothing: antialiased; text-rendering: optimizelegibility;">Com organização horizontal, esse movimento pode durar?</span></div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
Vai durar para sempre na internet e na mente da população. E continuará nas ruas até que exigências sejam satisfeitas, enquanto os políticos tentarem ignorar o movimento, na esperança que o povo se canse. Ele não vai se cansar. No máximo, vai mudar a forma de protestar.</div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
<span style="-webkit-font-smoothing: antialiased; text-rendering: optimizelegibility;">Outra característica dos protestos eram bandeiras à esquerda e à direita do espectro político. Como isso é possível?</span></div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
O espaço público reúne a sociedade em sua diversidade. A direita, a esquerda, os malucos, os sonhadores, os realistas, os ativistas, os piadistas, os revoltados — todo mundo. Anormal seriam legiões em ordem, organizadas por uma única bandeira e lideradas por burocratas partidários. É o caos criativo, não a ordem preestabelecida.</div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
<span style="-webkit-font-smoothing: antialiased; text-rendering: optimizelegibility;">Há uma crise da democracia representativa?</span></div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
Claro que há. A maior parte dos cidadãos do mundo não se sente representada por seu governo e parlamento. Partidos são universalmente desprezados pela maioria das pessoas. A culpa é dos políticos. Eles acreditam que seus cargos lhes pertencem, esquecendo que são pagos pelo povo. Boa parte, ainda que não a maioria, é corrupta, e as campanhas costumam ser financiadas ilegalmente no mundo inteiro. Democracia não é só votar de quatro em quatro anos nas bases de uma lei eleitoral trapaceira. As eleições viraram um mercado político, e o espaço público só é usado para debate nelas. O desejo de participação não é bem-vindo, e as redes sociais são vistas com desconfiança pelo establishment político.</div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
<span style="-webkit-font-smoothing: antialiased; text-rendering: optimizelegibility;">O senhor vê algo em comum entre os protestos no Brasil e na Turquia?</span></div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
Sim, a deterioração da qualidade de vida urbana sob o crescimento econômico irrestrito, que não dá atenção à vida dos cidadãos. Especuladores imobiliários e burocratas, normalmente corruptos, são os inimigos nos dois casos.</div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
<span style="-webkit-font-smoothing: antialiased; text-rendering: optimizelegibility;">Protestos convocados pela internet nunca tinham reunido tantas pessoas no Brasil. Qual a diferença entre a convocação que funciona e a que não tem sucesso?</span></div>
<div style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility;">
O meio não é a mensagem. Tudo depende do impacto que uma mensagem tem na consciência de muitas pessoas. As mídias sociais só permitem a distribuição viral de qualquer mensagem e o acompanhamento da ação coletiva.</div>
<span style="-webkit-font-smoothing: antialiased; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 20px; text-rendering: optimizelegibility;"><br style="-webkit-font-smoothing: antialiased; text-rendering: optimizelegibility;" /><br style="-webkit-font-smoothing: antialiased; text-rendering: optimizelegibility;" /></span>Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-86161501988300769252014-02-25T21:30:00.000-03:002014-02-25T21:30:08.033-03:00Entenda os protestos na Venezuela<h1 class="documentFirstHeading" style="background-color: white; color: #231f20; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; letter-spacing: -0.05em; line-height: 1.2em; list-style: none; margin: 5px 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Entenda os protestos na Venezuela</h1>
<div class="documentDescription" id="parent-fieldname-description" style="background-color: white; color: #666666; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, FreeSans, sans-serif; font-size: 1.3em; list-style: none; margin: 10px 0px 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
País deve ser palco de novas manifestações, que têm como pano de fundo problemas econômicos e de violência urbana instrumentalizados por alas da oposição</div>
<div id="viewlet-below-content-title" style="background-color: white; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18.720001220703125px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; position: relative; vertical-align: baseline;">
<div class="documentByLine" id="plone-document-byline" style="color: #666666; font-style: italic; list-style: none; margin: 10px 0px 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="documentAuthor" style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Carta Capital</span></div>
<div class="documentByLine" id="plone-document-byline" style="color: #666666; font-style: italic; list-style: none; margin: 10px 0px 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="documentAuthor" style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">por Redação — </span><span class="documentPublished" style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">publicado</span> 18/02/2014 </span></div>
<div class="documentByLine" id="plone-document-byline" style="color: #666666; font-style: italic; list-style: none; margin: 10px 0px 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="documentPublished" style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><br /></span></div>
<div class="documentByLine" id="plone-document-byline" style="color: #666666; font-style: italic; list-style: none; margin: 10px 0px 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="documentPublished" style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Os <a class="external-link" href="http://www.cartacapital.com.br/oposicao-e-governo-trocam-acusacoes-apos-mortes-em-protestos-na-venezuela-4235.html" style="border-bottom-style: none !important; color: #d1282f; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;" target="_blank">atuais protestos que ocorrem na Venezuela</a> estão inseridos em um contexto mais amplo de manifestações. Ainda em 2013, logo após a estreita vitória do chavista Nicolás Maduro na eleição presidencial, grupos simpáticos ao opositor Henrique Capriles Radonski foram às ruas contra o presidente recém-eleito, pedindo uma recontagem dos votos. Naquela ocasião, as manifestações deixaram oito mortos, entre opositores e simpatizantes do governo.</span></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">No início de fevereiro, estudantes em San Cristóbal, no estado de Táchira, protestaram contra a falta de segurança nos campi universitários depois que uma jovem sofreu uma tentativa de estupro. Os protestos se alastraram por outras cidades incorporando novas demandas, como os problemas econômicos e o apelo pela soltura de estudantes detidos em manifestações anteriores. </span><span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Somado a isso, um ala mais radical da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD), encabeçada pelos opositores Leopoldo López, Maria Corina Machado e Antonio Ledesma, incorporaram-se às manifestações, exigindo “La Salida” de Maduro do poder.</span></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Saiba mais sobre os protestos na Venezuela:</strong></span></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">O que aconteceu no dia 12 de fevereiro?</strong></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Na data em que se comemora o Dia da Juventude no país, os protestos, que até então tinham apresentado incidentes violentos isolados, atingiriam um novo patamar. As manifestações contra e a favor do governo terminaram com um saldo de três mortos após violentos confrontos nas ruas. Duas pessoas foram mortas por tiros em Caracas, um estudante e um simpatizante do governo. Uma terceira faleceu em um tiroteio relacionado a uma manifestação no município de Chacao.</span></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Diante desse quadro, o governo e a oposição trocam acusações. Representantes da gestão Maduro culpam “pequenos grupos fascistas” de estarem infiltrados nos protestos opositores. Já estes culpam militantes armados pró-governo de atacar seus protestos nos últimos anos.</span></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Quem são os manifestantes?</strong></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></strong></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Não é possível definir um grupo homogêneo, ligado a um partido específico, com uma demanda clara. Em geral, o participante dos protestos contra Maduro vem de setores da sociedade insatisfeitos com as políticas econômicas e de segurança pública do atual governo.</div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">São majoritariamente estudantes universitários e do segundo grau de classe média, grupo que sempre representou uma forte oposição ao governo, desde Hugo Chávez. Apesar de estarem todos sob a inscrição de “oposição”, há uma parcela contrária a Maduro que não necessariamente se identifica com a ala mais radical da MUD.</span></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Uma ala mais moderada – cujo representante mais conhecido é Henrique Capriles – rechaça a “opressão do governo”, mas também é contrária a manifestações violentas e defende que, no momento, não há condições de pressionar pela saída de Maduro do poder.</span></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">O desempenho econômico e a violência urbana são as principais causas?</strong></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></strong></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Segundo o venezuelano Rafael Villa, professor de Ciência Política da Universidade de São Paulo, os problemas econômicos e de violência urbana provocam insatisfações em alguns setores da sociedade, mas estão sendo fortemente instrumentalizados com fins políticos. <span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">O país apresentou em 2013 uma inflação que chegou a 56,2% e há a escassez de produtos básicos como leite, açúcar e papel higiênico. Somado a isso, o país vem sofrendo com apagões de energia elétrica.</span></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><a class="external-link" href="http://www.cartacapital.com.br/venezuela-mortes-em-manifestacao-sao-ponta-do-iceberg-8636.html" style="border-bottom-style: none !important; color: #d1282f; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;" target="_blank">Em relação à violência</a>, desde 2003 não há uma cifra oficial sobre o número de homicídios na Venezuela. De acordo com a ONG Observatório Venezuelano de Violência (OVV), o país encerrou 2013 com uma taxa de 24.763 mortes violentas, 79 mortos para cada 100 mil habitantes. </span><span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">"De fato, a violência, a falta de segurança pública existe. É um problema possível de se vivenciar no dia a dia”, afirma Villa. “Mas também é verdade que essa questão tem sido politizada, usada pela oposição. E não há nada estranho nisso. É uma das fraquezas da administração chavista, então é claro que a oposição não vai deixar de explorar.”</span></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Outro aspecto ressaltado por Villa é que a vitória do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) em 77% das cidades nas eleições municipais de dezembro fortaleceu Maduro, que estava fragilizado desde as eleições presidenciais, quando ele teve uma vitória apertada sobre Capriles. “De alguma maneira, esses protestos, com uma clara intervenção da oposição, procuram recuperar esse contexto político de fraqueza, de fragilidade do governo. Mais que os problemas econômicos e de violência é isso que está em jogo.”</span></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Qual é o papel de Leopoldo López?</strong></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></strong></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Leopoldo López é fundador do partido Voluntad Popular e integra a ala mais radical da Mesa da Unidade Democrática (MUD), grupo opositor ao chavismo. Um dos políticos que encabeça o lema "La Salida" contra Maduro, López foi estudante de economia em Harvard e prefeito de Chacao, na região metropolitana de Caracas.</div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Em 2008, foi impedido pela Justiça de exercer cargos públicos após ter sido acusado de receber recursos da companhia de petróleo da Venezuela, a PDVSA – cuja gerência na época era ocupada por sua mãe, Antonieta Mendoza –, para fundar o partido opositor Primeira Justiça. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos teve um entendimento em seu favor, mas o governo manteve a condenação.</span></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Segundo Villa, López tem mais peso político fora do que dentro da Venezuela. “Ele não tem um papel muito importante. Não tem um partido forte por trás dele e não tem base social”, afirmou. Para o professor, o político usa os protestos como uma tentativa de intensificar os conflitos sociais na Venezuela e se beneficiar. “Mas não é alguém que possa colocar em xeque o governo.”</span></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Por outro lado, o professor afirma que Maduro se mostra “pouco habilidoso” ao lidar com López. Nesta semana, o governo mandou revistar a casa dos pais do opositor e a sede do seu partido, além de decretar ordem de prisão contra ele, sob a acusação de ele ser o responsável pelas três mortes nos protestos.</span></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Qual é a posição do Brasil diante da situação da Venezuela?</strong></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></strong></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Através de sua assessoria de imprensa, o Itamaraty informou que corrobora as notas emitidas pelo Mercosul e pela Unasul em relação à tensão no país. O texto do Mercosul fala de "tentativas de desestabilizar a ordem democrática" e rechaça "as ações criminais dos grupos violentos que querem disseminar a intolerância e o ódio na República Bolivariana da Venezuela como instrumento de luta política". <span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">“(O Mercosul) expressa seu mais firme rechaço às ameaças de ruptura da ordem democrática" e insta as partes a continuar o diálogo "no marco da institucionalidade democrática e do estado de direito, tal como promovido pelo presidente Nicolás Maduro". </span><span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Já a Unasul defendeu a "preservação da institucionalidade", a "defesa da ordem democrática" e a necessidade de convicções serem expressadas pela "via democrática".</span></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></strong></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></strong></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">E a posição dos EUA?</strong></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></strong></div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Em comunicado, o secretário de Estado do país, John Kerry, manifestou "profunda preocupação" com a situação da Venezuela e condenou a violência dos protestos. "Estamos particularmente alarmados pelos informes que o governo venezuelano deteve ou tem detido dezenas de manifestantes opositores e pela emissão de uma ordem de detenção contra o líder opositor Leopoldo López", disse.</div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">O Departamento de Estado também classificou como "falsas e sem fundamento" as acusações de que os EUA estariam colaborando com os protestos contra o governo de Maduro. "Apoiamos os direitos humanos e as liberdades fundamentais --incluindo a liberdade de expressão e o direito de reunião – na Venezuela e em todos os países do mundo. Mas, como temos dito há muito tempo, corresponde ao povo venezuelano decidir o futuro político da Venezuela", disse a porta-voz Jen Psaki.</span></div>
</span></div>
</div>
Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-15610849611982425642014-02-25T21:28:00.001-03:002014-02-25T21:28:17.056-03:00Qual é o futuro da Ucrânia?<h1 class="documentFirstHeading" style="background-color: white; color: #231f20; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; letter-spacing: -0.05em; line-height: 1.2em; list-style: none; margin: 5px 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Qual é o futuro da Ucrânia?</h1>
<div class="documentDescription" id="parent-fieldname-description" style="background-color: white; color: #666666; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, FreeSans, sans-serif; font-size: 1.3em; list-style: none; margin: 10px 0px 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Para ter estabilidade a longo prazo o país precisa de um acordo de união nacional, ou deve começar a cogitar uma divisão política. </div>
<div class="documentDescription" id="parent-fieldname-description" style="background-color: white; color: #666666; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, FreeSans, sans-serif; font-size: 1.3em; list-style: none; margin: 10px 0px 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Carta Capital</div>
<div class="documentDescription" id="parent-fieldname-description" style="background-color: white; color: #666666; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, FreeSans, sans-serif; font-size: 1.3em; list-style: none; margin: 10px 0px 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Por José Antonio Lima</div>
<div class="documentDescription" id="parent-fieldname-description" style="background-color: white; color: #666666; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, FreeSans, sans-serif; font-size: 1.3em; list-style: none; margin: 10px 0px 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div class="documentDescription" id="parent-fieldname-description" style="background-color: white; color: #666666; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, FreeSans, sans-serif; font-size: 1.3em; list-style: none; margin: 10px 0px 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div style="color: black; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
A legitimidade do presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, foi novamente minada nesta quinta-feira 20. O caos se ampliou em Kiev, a capital do país, devido aos confrontos entre forças de segurança e manifestantes que, há três meses, protestam contra o desejo do governo de aproximar a Ucrânia da Rússia. Segundo números oficiais, 39 pessoas morreram nesta quinta, muitas assassinadas por atiradores de elite, levando o total de vítimas fatais para 67 nos últimos três dias. Yanukovych decidiu fazer um jogo duplo. Ao mesmo tempo em que indica a possibilidade de convocar o Exército e ampliar a repressão, reabre negociações com a oposição. Dificilmente a estratégia terá sucesso. No curto prazo, a Ucrânia deve precisar de um governo de transição, sem Yanukovych, para evitar uma guerra civil. No médio e longo prazos, o país precisa considerar soluções mais difíceis para obter estabilidade.</div>
<div style="color: black; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Os problemas atuais do povo ucraniano têm raízes históricas antigas. A Ucrânia é fruto da reorganização geopolítica realizada ao fim da Primeira Guerra Mundial. Encerrado aquele conflito, um pedaço do Império Austro-Húngaro foi unido a um território do Império Russo e o resultado foi um Estado fraco na fronteira entre a Europa e a Rússia. Os habitantes das duas áreas eram bastante diferentes e até hoje o contraste é claro. No sul e no leste da Ucrânia, redutos eleitorais de Yanukovych, predominam a língua e a etnia russas, enquanto no norte e no oeste, onde a oposição tem mais votos, a língua e a etnia são ucranianas.</div>
<div style="color: black; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Ao longo do século XX, essas diferenças foram suprimidas pela formação da União Soviética e a brutal e sanguinária repressão imposta por Moscou. Em diversas oportunidades, o lado “ucraniano” da Ucrânia se insurgiu contra a influência russa, sempre em batalhas ferozes, mas nunca vitoriosas. O fim da União Soviética, e a consequente independência da Ucrânia, trouxeram os contrastes internos de volta à tona. Um fator externo, entretanto, serviria para transformar a dualidade de identidades da Ucrânia em um barril de pólvora.</div>
<div style="color: black; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Para os Estados Unidos e a União Europeia, o fim da União Soviética foi uma oportunidade de encurralar a Rússia. Este processo se deu por meio de duas entidades internacionais, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a própria UE. Em 1999, Hungria, Polônia e República Tcheca, todos ex-membros do Pacto de Varsóvia, entraram na Otan. Em 2004, foi a vez de Bulgária, Eslovênia, Eslováquia, Estônia, Letônia, Lituânia e Romênia. Da mesma forma, países da Europa Oriental “migraram” para a União Europeia na última década. Em 2004, foi a vez de Estônia, Eslováquia, Eslovênia, Hungria, Letônia, Lituânia e Polônia. Em 2007, a de Bulgária e Romênia.</div>
<div style="color: black; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
O resultado desse processo foi a chegada das fronteiras militares e econômicas do “Ocidente” às portas de Moscou, uma ameaça estratégica intolerável para a Rússia. Da antiga área de influência soviética só restam Bielorrússia, uma ditadura sustentada pela Rússia, e a Ucrânia, dividida entre a Europa e Moscou.</div>
<div style="color: black; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Para o Ocidente, tirar a Kiev da esfera de influência da Rússia de Vladimir Putin seria um trunfo e tanto. Ocorre que a cartada máxima nesse jogo, a integração completa à União Europeia, não pode ser usada agora. A Ucrânia é um país pobre, de 45 milhões de pessoas, que não poderiam ser absorvidas imediatamente por França, Alemanha e outros países sem causar instabilidade. Assim, a UE tenta atrair a Ucrânia de outras formas, como acordos comerciais. Em novembro, um deles quase foi assinado, mas a recusa de Viktor Yanukovych de confirmar a negociação, sob pressão da Rússia, fez explodir os atuais protestos contra ele.</div>
<div style="color: black; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Para a Rússia, a Ucrânia é um trunfo muito mais importante do que para a União Europeia. Pelas terras ucranianas Moscou envia seu gás natural para a Europa e tem acesso às águas quentes do Mar Negro. Também é no Mar Negro, no território ucraniano da Crimeia, que está uma das mais importantes frotas navais de Moscou. A saída da Ucrânia da esfera de influência russa, assim, é encarada quase que como uma questão existencial por Moscou.</div>
<div style="color: black; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
O que não se sabe ainda é até onde está disposto a ir o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para garantir influência sobre a Ucrânia. Yanukovych pode transformar o país em uma ditadura ao aumentar ainda mais repressão, ou levar a Ucrânia a uma guerra civil. Ambos cenários são de instabilidade, e aparentemente não desejáveis pela Rússia. Como Estados Unidos e União Europeia também não têm interesse em um cenário caótico, a formação de algum tipo de governo de transição pode ser a solução a curto prazo.</div>
<div style="color: black; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Ocorre que a realização de novas eleições, hoje programadas para 2015, vai simplesmente reabrir as feridas mais para frente caso a Ucrânia continue se dividindo e sendo disputada entre a Rússia e o Ocidente. Diante disso, o país precisa de uma solução de longo prazo, e ela não será nada fácil. Uma possibilidade é um acordo nacional, com concessões de lado a lado, que permita ao país conviver com as potências internacionais sem se conflagrar a cada crise. Caso isso não seja possível, talvez a Ucrânia deva pensar em uma solução mais insólita e radical: se dividir em dois países para que cada um possa seguir seu rumo em paz.</div>
</div>
<div class="documentDescription" id="parent-fieldname-description" style="background-color: white; color: #666666; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, FreeSans, sans-serif; font-size: 1.3em; list-style: none; margin: 10px 0px 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-25625728228660947882014-02-25T21:26:00.001-03:002014-02-25T21:26:45.976-03:00Ucrânia: golpe ou revolução?<h1 class="documentFirstHeading" style="background-color: white; color: #231f20; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; letter-spacing: -0.05em; line-height: 1.2em; list-style: none; margin: 5px 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Ucrânia: golpe ou revolução?</h1>
<div class="documentDescription" id="parent-fieldname-description" style="background-color: white; color: #666666; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, FreeSans, sans-serif; font-size: 1.3em; list-style: none; margin: 10px 0px 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
A queda do governo Yanukovych é só a primeira fase de uma atribulada transição na Ucrânia</div>
<div id="viewlet-below-content-title" style="background-color: white; font-family: 'Open Sans', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18.720001220703125px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; position: relative; vertical-align: baseline;">
<div class="documentByLine" id="plone-document-byline" style="color: #666666; font-style: italic; list-style: none; margin: 10px 0px 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="documentAuthor" style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">por <a href="http://www.cartacapital.com.br/Plone/autores/joseantonio" style="border-bottom-style: none !important; color: #d1282f; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">José Antonio Lima</a> — </span><span class="documentPublished" style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">publicado</span> 24/02/2014 </span></div>
<div class="documentByLine" id="plone-document-byline" style="color: #666666; font-style: italic; list-style: none; margin: 10px 0px 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="documentPublished" style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><br /></span></div>
<div class="documentByLine" id="plone-document-byline" style="color: #666666; font-style: italic; list-style: none; margin: 10px 0px 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<span class="documentPublished" style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Afastado Viktor Yanukovych da presidência da Ucrânia, há uma disputa em curso a respeito da natureza do movimento político que produziu sua saída. Alguns veículos da imprensa ocidental, como as revistas <i style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Time</i> e <i style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">The New Republic</i>, adotaram o termo "revolução", enquanto o próprio Yanukovych e seus patronos russos falam em "golpe". A rigor, a queda do presidente ucraniano se aproxima mais a um golpe, mas isso não significa que o desfecho não pode ser positivo.</div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Quando se trata dos termos "revolução" e "golpe", a conotação das palavras conta mais que seu sentido denotativo. Revolução tem um forte sentido positivo, pois geralmente elas são realizadas contra regimes autoritários e, portanto, indicariam o caminho do "bem", da democracia. Os golpes, ao contrário, têm sentido negativo, pois trazem à mente rompimentos da ordem democrática, geralmente provocados por militares com o apoio de setores civis.</div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Toda essa conotação, entretanto, é motivada politicamente. Há exemplos tanto de revoluções negativas quanto de golpes positivos. A Revolução Russa, por exemplo, derrubou o cruel czarismo, mas implantou o comunismo autoritário; a Revolução Iraniana derrubou a terrível ditadura do xá Reza Pahlevi, mas em seu lugar deixou um regime híbrido de teocracia e democracia controlada.</div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Do lado do "golpismo" também há exceções. A hoje chamada Revolução dos Cravos de Portugal, que deu origem ao atual período democrático português, foi iniciada, na realidade, com um golpe militar contra o autoritarismo do Estado Novo que vigorava então. No Egito, o golpe palaciano dos militares contra Hosni Mubarak abriu espaço para a democracia que elegeu Mohamed Morsi (apesar de tal período ter sido interrompido no ano passado com outro golpe).</div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Revolução e golpe são termos intrínsecos à política e, sendo assim, é praticamente impossível evitar a politização de ambos. Para entender os eventos, entretanto, é preciso recorrer a um mínimo de rigor acadêmico.</div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
H.M. Hyndman e outros autores definem revolução como uma mudança completa na ordem social, um movimento que traz impactos não só políticos como econômicos e religiosos, exatamente como nas revoluções russa e iraniana. O golpe é mais fácil de identificar. Pela definição Charles Sampford, o golpe ocorre "quando os militares ou uma parte das Forças Armadas volta seu poder coercitivo contra o cume do Estado, se estabelece lá, e o resto do Estado recebe ordens do novo regime". Cabe nesta definição, por exemplo, o golpe de 1964 no Brasil contra João Goulart.</div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
O que ocorreu com Yanukovych na Ucrânia, assim, não é nem de longe uma revolução, mas também não chega a ser um golpe completo.</div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
Seu caso é mais parecido com o golpe que derrubou Manuel Zelaya em Honduras, em 2009. Naquela oportunidade, os militares tinham interesse em se ver livres do então presidente e intervieram de forma pontual, tirando Zelaya do poder e enviando-o (de pijamas) para a Costa Rica. Nos momentos seguintes, entregaram o comando da situação aos civis.</div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
No caso ucraniano, os militares intervieram ao não intervir. Ao garantirem neutralidade, abriram o caminho para a saída de Yanukovych que, por conta da intransigência e da extrema brutalidade empregada contra os manifestantes, havia virado o alvo primordial dos protestos, a ponto de ser abandonado por seus correligionários do Partido das Regiões. Com a certeza de que as Forças Armadas não se mexeriam, manifestantes tomaram prédios do governo e a residência oficial em Kiev. Nas horas seguintes, o Congresso convenientemente aprovou o <i style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">impeachment</i> de Yanukovich, legalizando o "quase golpe".</div>
<div style="color: black; font-size: 14px; font-style: normal; line-height: 1.8em; list-style: none; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
A transição para um novo governo, que deve ser eleito em 25 de maio, não servirá, entretanto, para colocar fim à crise na Ucrânia. O país, dividido entre a Europa e a Rússia, vive uma <a class="external-link" href="http://cartacapital.com.br/internacional/qual-e-o-futuro-da-ucrania-1859.html" style="border-bottom-style: none !important; color: #d1282f; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;" target="_blank"><strong style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">crise de identidade que exige soluções de longo prazo</strong></a>. Enquanto as regiões oeste e norte, onde predominam a etnia e a língua ucranianas, desejam se aproximar da União Europeia, o leste e o sul do país buscam aliança com a Rússia, com a qual têm mais afinidade. <span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Diante da derrubada de Yanukovych, que deu início à crise ao recusar, sob pressão de Moscou, um acordo comercial com a União Europeia, há crescente insatisfação na região leste da Ucrânia e, na Crimea, província ao Sul, cresce o sentimento de separatismo. Mais que um golpe ou uma revolução, a Ucrânia precisa de um estadista corajoso e disposto a manter a integridade da nação, o que certamente exigirá concessões de lado a lado e, talvez, o rompimento da integridade territorial da Ucrânia atual. Não será nada fácil.</span></div>
</span></div>
</div>
Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-84881923229989247682014-02-25T20:35:00.002-03:002014-02-25T20:35:21.252-03:00Fortalecimento da agricultura familiar na Amazônia?<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" style="background-color: white; color: black; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; line-height: 15.600000381469727px; width: 527px;"><tbody>
<tr><td class="textoTimes14" style="font-size: 13px; line-height: 17px;" valign="top"></td></tr>
<tr><td align="left" class="textoArial18" style="font-size: 20px;" valign="top"><strong>Fortalecimento da agricultura familiar na Amazônia?</strong></td></tr>
<tr><td valign="top"><img height="12" src="http://www.diplomatique.org.br/interf/spacer.gif" width="1" /></td></tr>
<tr><td class="textoTimes14" style="font-size: 13px; line-height: 17px;" valign="top"><div class="textoTimes12" style="font-size: 12px;">
As fantásticas oportunidades propiciadas pelas riquezas naturais da Amazônia caíram como uma luva na agenda desenvolvimentista do governo central. Nesse projeto, os agricultores familiares participam nas franjas, quando integrados aos grandes empreendimentos capitalistas de agroenergias e commodities agropecuárias</div>
</td></tr>
<tr><td valign="top"><img height="12" src="http://www.diplomatique.org.br/interf/spacer.gif" width="1" /></td></tr>
<tr><td align="left" class="textoTimes12Autor" style="font-size: 11px; font-style: italic;" valign="top">por Gerson Teixeira</td></tr>
<tr><td valign="top"><img height="15" src="http://www.diplomatique.org.br/interf/spacer.gif" width="1" /></td></tr>
<tr><td class="textoTimes14" style="font-size: 13px; line-height: 17px;" valign="top"><div class="textoTimes14">
</div>
<div style="text-align: center;">
<img alt="" src="http://www.diplomatique.org.br/upload/editor/images/016700591.jpg" style="height: 267px; width: 400px;" /></div>
<div style="text-align: center;">
<em>(Homem navega em rio da Amazônia, região definida como fronteira energética do país com base na hidreletricidade)</em></div>
Entendemos como agricultores familiares na Amazônia aqueles com traços sociais constitutivos do campesinato em seus termos clássicos, que mantêm condutas econômicas por vezes influenciadas por fatores estranhos à racionalidade capitalista, pautadas nas interaçõesentre economia, tradições e meio natural, com a dominância do trabalho da família no processo produtivo. Eles são um amplo mosaico social de agricultores na Amazônia, internamente diferenciados pelas origens e pelos graus de inserção nos mercados e de integração com a natureza.<br />
O último Censo Agropecuário do IBGE, de 2006, identificou cerca de 700 mil estabelecimentos familiares (86% do total) ocupando uma área de 25,4 milhões de hectares (22% da área total dos estabelecimentos). Os estabelecimentos familiares na Amazônia correspondiam naquela data a 16% e 32%, respectivamente, do número e área dos estabelecimentos familiares do Brasil.<br />
Admite-se que esses agricultores resistem, sobrevivem, residualmente prosperem, num ambiente de gigantescos e seculares contrastes e iniquidades, não superados até a presente data; pelo contrário.De um lado, convivem em um ambiente de fabulosas riquezas naturais distribuídas num vasto território de 514 milhões de hectares. De outro, enfrentam cada vez mais restrições ao acesso a essas riquezas, incluindo a terra.<br />
Particularmente desde meados da década passada,a Amazônia passou a ser alvo de vultosos fluxos de capital,produtivo e especulativo,atraídos pelas potencialidades da região no suprimento dos aquecidos mercados de <em>commodities</em> agropecuárias, florestais,e minerais.<br />
O impulso predatórioda expansão desses empreendimentos associado aos vazamentos da renda líquida regional típicos dos ciclos econômicos do passado seriam enfrentados: (i) pela consolidação da democracia no país com desdobramentos no fortalecimento da consciência ambiental; e (ii) pelopapel estratégico internacionalmente creditado à floresta amazônica para o enfrentamento dosdesafios sistêmicos globais. Incluem-se nesses desafios: o quadro das mudanças climáticas, a preservação da biodiversidade e, de modo subjacente, a funcionalidade da região aos esforços pela garantia da segurança alimentar.<br />
Esses argumentos não impediram a prevalência da agenda do neodesenvolvimentismo em curso, o que tem resultado na expansão acelerada dos grandes projetos agropecuários, florestais e minerais, para o que colabora enormemente o quadro de frouxidão regulatória em torno da ocupação territorial pelo agronegócio,como atestam a recente aprovação do novo Código Florestal e a persistência da inexistência prática de limites e controles na posse da terra por pessoas estrangeiras.<br />
A Amazônia também foi definida como a grande fronteira energética do país com base na hidreletricidade. Os profundos impactos negativos desses projetos nos planos ambiental, social, econômico e cultural desarticulam vastos segmentos da agricultura familiar e outros grupos sociais sensíveis.<br />
Mesmo ações recentes de proteção ambiental, como cotas de reserva legal e títulos de carbono, se destacam muito mais por constituírem ativos de atrativos mercados com repercussões de monta sobre a estrutura fundiária e sobre o controle pelo capital externo dos recursos naturais de modo geral.<br />
As fantásticas oportunidades propiciadas pelas riquezas naturais da Amazônia, nos planos interno e externo, caíram como uma luva na agenda desenvolvimentista do governo central. Nesse projeto, os agricultores familiares participam nas franjas, quando integrados aos grandes empreendimentos capitalistas de agroenergias e <em>commodities</em> agropecuárias.<br />
Nas circunstâncias recentes de restauração e consolidação da democracia, não caberiamais a escala das permissividades do projeto levado a cabo no passado, em especial pelos governos militares com a Operação Amazônia da década de 1970. Mas as bases e a ambição do atual projeto de integração profunda da Amazônia à economia global nem de longe encontram similares na história da Amazônia desde as políticas de integração.<br />
Em termos sintéticos, a dimensão rural da estratégia regional busca, entre outros pontos, asegurança jurídica na posse da terra para os empreendimentos capitalistas, o que vem sendo perseguido com o Programa Terra Legal (Lei n.11.952/2009), em que pese sua versão final menos ousada em relação à proposta original graças às ações dos movimentos sociais. Consta que está em estudo no governo a recuperação do texto original. Pretende-se também a flexibilização da legislação ambiental, o que em grande parte foi obtido com a aprovação do novo Código Florestal.<br />
Para ampliar a competitividade nos mercados asiáticos das <em>commodities</em> há a convergência das obras rodoviárias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com as da Iniciativa para a Integração daInfraestrutura Regional Sul-Americana(IIRSA), para possibilitar a saída pelo Pacífico, principalmente via Peru.<br />
<strong>Abandono da produção dos alimentos básicos</strong><br />
Sob esse forte cerco do capital pelo controle da floresta e do carbono, da água, dos minérios; enfim, do território, deve ser feita a reflexão sobre o eventual fortalecimento da agricultura familiar na Amazônia.<br />
Na região Norte, o Censo Agropecuário de 2006 revelou indicadores socioeconômicos da agricultura de base familiar na Amazônia que suplantavam os da agricultura não familiar. Em 2006, o valor das receitas obtidas pelos estabelecimentos agropecuários com produtos vegetais (Norte) foi de R$ 3 bilhões. Desse total, a agricultura familiar participou com 60%.<br />
Do conjunto das atividades agrícolas e não agrícolas processadas no interior dos estabelecimentos agropecuários da região Norte, a agricultura familiar, no quesito geração de renda, só não liderou na atividade do turismo rural. Tomando toda a Amazônia Legal, os estabelecimentos familiares respondiam por 82% do total de 3 milhões de pessoas ocupadas na atividade agropecuária regional. No Brasil, essa proporção em 2006 foi de 74%.<br />
Em aparente contraste com as adversidades da realidade antes descrita, as políticas de transferência de renda e de fomento produtivo, notadamente o crédito e as compras institucionais, colocadas em práticas desde 2003, tenderiam a amenizar o severo quadro que pressiona a agricultura familiar na Amazônia. Na verdade, se apresentam como contrapartida para a miniaturização do programa de reforma agrária em nome da garantia da governabilidade.<br />
Quanto ao fomento produtivo, a oferta de recursos para o crédito rural na Amazônia aumentou de forma expressiva. De acordo com o Banco Central, em 2002 os financiamentos para os agricultores familiares na Amazônia via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) envolveram 73 mil contratos e o valor de R$ 280 milhões. Em 2012, o número de contratos saltou para 184 mil, mobilizando R$ 2 bilhões. Foram desenvolvidos mercados institucionais como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que têm crescido de forma continuada, em que pese suas escalas relativamente ainda pouco significativas<em>vis-à-vis</em> o universo dos agricultores familiares na Amazônia. Junto com outras ações federais na área da comercialização e da recuperação dos serviços de assistência técnica, tais medidas geram impactos positivos na economia camponesa em geral.<br />
Contudo, ante a impossibilidade de uma avaliação mais consistente da evolução recente da economia agrícola de base familiar, é possível pinçar alguns indícios preocupantes, de cunho qualitativo.<br />
Primeiro, cumpre destacar, no caso do financiamento produtivo, que ele tem atendido também a demandas de empresários que não se enquadram no critério de pertencer à agricultura familiar. O potencial econômico degenerativo do elevado grau do endividamento desses agricultores junto ao Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) vem sendo administrado por medidas de repactuações sucessivas. Os dados mais recentes (out. 2011) mostram que, na área de abrangência do FNO, o saldo das dívidas rurais alcançava R$ 19,5 bilhões, dos quais mais de R$ 13 bilhões já haviam sido lançados como prejuízo de acordo com dados do Ministério da Fazenda.<br />
Segundo, a exemplo do fenômeno observado no plano nacional, o crédito, incluindo o programa Mais Alimentos, que financia máquinas, está concebido para servir de vetor do processo de modernização conservadora da agricultura familiar na Amazônia.<br />
Há a indução da replicagem, no universo ainda não “modernizado” desse segmento, dos padrões de organização e gestão da agricultura do agronegócio, o que passa pela disseminação da matriz tecnológica da “revolução verde”. É a modernização conservadora tardia da agricultura familiar.<br />
O que reputo particularmente preocupante do resultado desse esforço de enquadramento da economia camponesa na região à dinâmica do agronegócio tem sido o progressivo abandono, por essas pequenas unidades produtivas, da produção dos alimentos básicos da dieta da população. Exceto na área amazônica do Maranhão, o número de contratos de custeio de arroz, feijão e mandioca na região, com recursos do Pronaf, declinou 57% de 2002 para 2012, conforme dados do Banco Central.<br />
Uma tendência está estabelecida: o enfraquecimento do protagonismo desse segmento na produção de alimentos básicos, o que desde sempre tem sido o atributo político distintivo do papel social da agricultura familiar. Trata-se de um processo que se manifesta em nível nacional, o que explica a pressão dos preços dos alimentos no atual repique do processo inflacionário no Brasil.<br />
<br />
<div class="textoTimes12Autor" style="font-size: 11px; font-style: italic;">
Gerson Teixeira</div>
Presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra).<br />
<br /><br />Ilustração: Cordel Imagem / Sambaphoto<br /></td></tr>
</tbody></table>
Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-28699192492166289592014-02-25T20:33:00.002-03:002014-02-25T20:33:37.724-03:00 Os caminhos inesperados de Mandela<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" style="background-color: white; color: black; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; line-height: 15.600000381469727px; width: 527px;"><tbody>
<tr><td align="left" valign="top"><span class="textoArial10_laranja" style="color: #6e6e6e; font-size: 11px; font-weight: bold;">O HOMEM TORNA-SE ÍCONE</span></td></tr>
<tr><td valign="top"><img height="15" src="http://www.diplomatique.org.br/interf/spacer.gif" width="1" /></td></tr>
<tr><td align="left" class="textoArial18" style="font-size: 20px;" valign="top"><strong>Os caminhos inesperados de Mandela</strong></td></tr>
<tr><td valign="top"><img height="12" src="http://www.diplomatique.org.br/interf/spacer.gif" width="1" /></td></tr>
<tr><td class="textoTimes14" style="font-size: 13px; line-height: 17px;" valign="top"><div class="textoTimes12" style="font-size: 12px;">
Seu nome, entoado nos cinco continentes, é sinônimo de resistência, libertação, universalidade. Lutador obstinado e esperto, Nelson Mandela não existe mais. Porém, a mera ideia de que as pessoas se lamentassem ao pé de sua estátua o exasperava: é necessário ir em frente, dizia, e continuar na tarefa da emancipação</div>
</td></tr>
<tr><td valign="top"><img height="12" src="http://www.diplomatique.org.br/interf/spacer.gif" width="1" /></td></tr>
<tr><td align="left" class="textoTimes12Autor" style="font-size: 11px; font-style: italic;" valign="top">por Achille Mbembe</td></tr>
<tr><td valign="top"><img height="15" src="http://www.diplomatique.org.br/interf/spacer.gif" width="1" /></td></tr>
<tr><td class="textoTimes14" style="font-size: 13px; line-height: 17px;" valign="top"><div class="textoTimes14">
</div>
<div style="text-align: center;">
<img alt="" src="http://www.diplomatique.org.br/upload/editor/images/nelson_mandela78.jpg" style="height: 185px; width: 400px;" /></div>
Agora que Nelson Mandela se foi, temos o direito de declarar o fim do século XX, do qual ele terá sido uma das figuras mais emblemáticas. Exceção feita a Fidel Castro, ele era talvez o último de uma linhagem de grandes homens condenada à extinção, numa época que tem pressa em acabar de uma vez por todas com os mitos.<br />
Se é preciso conceder a Mandela a recusa da santidade que ele não cessava de rejeitar, devemos reconhecer também que ele estava longe de ser um homem comum. O<em>apartheid</em>provocou o surgimento de uma classe de mulheres e de homens sem medo que, ao preço de sacrifícios incríveis, precipitaram sua abolição. Se, de todos, Mandela tornou-se o nome, foi porque a cada encruzilhada em sua vida ele se mostrou capaz de adotar, às vezes sob a pressão das circunstâncias e muitas vezes voluntariamente, caminhos inesperados.<br />
Sua vida vai ser resumida em poucas palavras: um homem sempre à procura, sentinela da partida e cujos retornos, tão inesperados quanto milagrosos, apenas terão contribuído ainda mais para sua mitificação.<br />
Na base do mito não se encontram apenas o desejo do sagrado e a sede do secreto. Ele floresce pela primeira vez na proximidade da morte, essa primeira forma de partida e afastamento. Bem cedo, Mandela teve uma experiência assim, quando seu pai, Mphakanyiswa Gadla Mandela, morreu quase diante de seus olhos. Essa primeira partida precipitou outra. Acompanhado de sua mãe, o jovem Mandela deixou Qunu, o lugar de sua infância e dos primórdios de sua adolescência. Ele voltaria a se estabelecer ali depois de seus longos anos de prisão, após ter construído no local uma casa, réplica com todos os detalhes da última prisão onde ficou encarcerado pouco antes de sua libertação.<br />
Recusando-se a se conformar com os costumes, Mandela partiria uma segunda vez no final da adolescência. Príncipe fugitivo, virou as costas para uma carreira junto ao chefe dos Thembus, seu clã de origem. Seguiu para Johannesburgo, cidade voltada à mineração, em pleno crescimento, e lugar das contradições sociais, culturais e políticas geradas por essa montagem barroca de capitalismo e racismo que assumiria em 1948 a forma e o nome de <em>apartheid</em>. Chamado a se tornar um líder na ordem vigente, Mandela se converteria ao nacionalismo como outros a uma religião, e a cidade das minas de ouro se tornaria o palco principal do encontro com seu destino.<br />
Começou então uma <em>via crucis</em> longa e dolorosa, feita de privações, prisões constantes, perseguições intempestivas, vários comparecimentos diante dos tribunais, estadas regulares nos presídios com seu rosário de torturas e seus rituais de humilhação, períodos mais ou menos prolongados de vida clandestina, inversão dos mundos diurno e noturno, disfarces mais ou menos espontâneos, uma vida familiar dispersa, moradias abandonadas – o homem em luta, rastreado, o fugitivo constantemente de partida, guiado apenas pela convicção de um dia futuro, o dia do retorno.<br />
De fato, Mandela assumiu riscos enormes. Com a própria vida, que ele viveu intensamente, como se tudo fosse recomeçar a cada vez e como se cada vez fosse a última. Mas também com a de muitos outros, a começar por sua família, que, consequência inevitável, pagou um preço inestimável pelos compromissos e convicções dele. Ela o vinculava por isso a uma dívida insondável que ele sempre soube não estar em condições de compensar, o que só fez agravar seus sentimentos de culpa.<br />
Mandela evitou por pouco a pena de morte. Foi em 1964. Estava preparado para ser condenado. “Se tínhamos de desaparecer, melhor fazê-lo em meio a uma nuvem de glória. Ficávamos satisfeitos de saber que a morte representaria nossa última oferta ao nosso povo e à nossa organização.”<sup style="font-size: 10px; font-weight: bold; line-height: normal;">1</sup> Essa visão eucarística, no entanto, estava isenta de qualquer desejo de martírio. E, ao contrário de todos os outros, de Ruben Um Nyobè a Patrice Lumumba, passando por Amílcar Cabral, Martin Luther King até Mohandas Karamchand Gandhi, ele escaparia à foice.<br />
<strong>Resto de humanidade</strong><br />
Foi na prisão de Robben Island que ele teve realmente a experiência desse desejo de vida, no limite do trabalho forçado, da morte e do banimento. A prisão se tornaria o local de uma prova extrema, a do confinamento e do retorno do homem à sua mais simples expressão. Nesse lugar de privação máxima, Mandela aprendeu a viver na cela na qual passaria mais de vinte anos como se fosse um sobrevivente forçado a se casar com um caixão.<sup style="font-size: 10px; font-weight: bold; line-height: normal;">2</sup><br />
Durante longas e terríveis horas de solidão, levado à beira da loucura, ele redescobriria o essencial, aquele que jaz no silêncio e no detalhe. Tudo lhe falaria do novo: uma formiga que corre não se sabe onde; a semente enterrada que morre e depois se recupera, criando a ilusão de um jardim; um pedaço de algo, não importa o quê; o silêncio dos dias mornos que se juntam sem parecer que se passam; o tempo que se alonga interminavelmente; a lentidão dos dias e o frio das noites; a palavra que se torna rara; o mundo para além dos muros do qual não se ouvem mais os murmúrios; o abismo que foi Robben Island e os traços do penitenciário em seu rosto agora esculpido pela dor, em seus olhos murchos pela luz do sol que refrata sob o quartzo, a poeira nesse rosto transformado em espectro fantasmagórico e em seus pulmões, nos dedos dos pés, e acima de tudo esse sorriso alegre e brilhante, essa postura altaneira, firme, em pé, o punho cerrado, pronto para abraçar de novo o mundo e fazer soprar a tempestade.<br />
Despojado de quase tudo, ele lutou com unhas e dentes para não abdicar de forma alguma do resto de humanidade que seus captores queriam a qualquer preço arrancar dele e brandir como o troféu final. Reduzido a viver com quase nada, ele aprendeu a economizar tudo, mas também a cultivar um profundo desapego em relação às coisas da vida profana, aí incluídos os prazeres da sexualidade. Até o ponto de, confinado entre duas paredes e meia, não ser, apesar de tudo, escravo de ninguém.<br />
Homem de carne e osso, Mandela viveu, portanto, próximo ao desastre. Ele penetrou na noite da vida, o mais próximo das trevas, à procura de uma ideia, de saber como viver livre da raça e da dominação do mesmo nome. Suas escolhas o conduziram à beira do abismo. Ele fascinou o mundo, porque voltou vivo do país das sombras.<br />
Como os movimentos operários do século XIX ou ainda as lutas das mulheres, nossa modernidade foi trabalhada pelo sonho de abolição trazido pelos escravos. É esse sonho que foi prolongado, no início do século XX, pelas lutas em favor da descolonização. A práxis política de Mandela se inscreve nessa história específica das grandes lutas africanas pela emancipação humana. Tais lutas se revestiram, desde as origens, de uma dimensão planetária. Seu significado nunca foi apenas local. Sempre foi universal. Mesmo quando mobilizaram atores locais, em um país ou em um território nacional bem circunscrito, elas estavam no ponto de partida de solidariedades forjadas numa escala global e transnacional.<br />
Foram lutas que, a cada vez, permitiram a extensão ou mesmo a universalização de direitos que até então tinham permanecido como o apanágio de uma raça. Foi o triunfo do movimento abolicionista ao longo do século XIX que pôs fim à contradição representada pelas modernas democracias escravagistas. Encontramos a mesma universalidade no movimento anticolonialista. O que ele visava senão tornar possível a manifestação de um poder próprio de gênese – o poder de se manter de pé por si mesmo, de se autodeterminar?<br />
Ao tornar-se um símbolo da luta global contra o <em>apartheid</em>, Mandela ampliou esses significados. Aqui, o objetivo é estabelecer uma comunidade além da raça. Enquanto o racismo está de volta sob formas mais ou menos inesperadas, o projeto de igualdade universal está mais do que nunca diante de nós.<br />
Resta dizer uma coisa sobre a África do Sul que Mandela deixa atrás de si.<br />
A passagem de uma sociedade de controle para uma de consumo representa, sem dúvida, uma das transformações mais decisivas desde sua libertação e do fim do <em>apartheid</em>. Sob o regime de segregação, o controle consistia em rastrear e restringir a mobilidade dos negros. Ele se baseava na regulação dos espaços nos quais eles estavam confinados, com o objetivo de extrair deles o máximo de trabalho possível. Os contatos entre os indivíduos eram proibidos ou regulados por leis rigorosas, especialmente quando essas pessoas pertenciam a categorias raciais diferentes. O controle passava, portanto, pela modulação da brutalidade ao longo de linhas raciais.<br />
Sob o <em>apartheid</em>, tal brutalidade tinha três funções.<br />
Por um lado, visava enfraquecer a capacidade dos negros de garantir sua reprodução social. Eles nunca foram capazes de levantar os meios indispensáveis para uma vida digna, quer se tratasse de acesso a alimentação, moradia, educação e saúde etc. Essa brutalidade tinha por outro lado uma dimensão somática. Visava imobilizar os corpos, paralisá-los, quebrá-los se necessário. Por fim, atacava o sistema nervoso e tendia a secar as capacidades de suas vítimas de criar seu próprio mundo de símbolos. Suas energias eram, na maior parte do tempo, desviadas para as tarefas de sobrevivência. Esse era, com efeito, o trabalho que se esperava que o racismo realizasse.<br />
Essas formas de violência e brutalidade foram objeto de uma interiorização mais profunda do que nós gostaríamos de admitir. Elas são, desde 1994, reproduzidas num modo molecular no âmbito da existência comum e pública. Manifestam-se em todos os níveis das interações sociais cotidianas, quer se trate das esferas íntimas da vida, das estruturas do desejo e da sexualidade ou até do irreprimível desejo de consumir todos os tipos de mercadorias.<br />
Esse desejo desenfreado de consumo é tomado como essência e substância da democracia e da cidadania. A passagem de uma sociedade de controle para uma de consumo ocorre em um contexto marcado por várias formas de privação para a maioria dos negros. Opulência e privação extremas coexistem, e o fosso que separa esses dois estados tende cada vez mais a ser negociado pela violência e pelas diversas formas de acumulação.<br />
A democracia pós-Mandela é composta principalmente de negros sem trabalho e de outros sem possibilidade de ser empregados, que não exercem um direito de propriedade sobre quase nada. A longa história do país é ela própria marcada pelo antagonismo entre dois princípios, o governo do povo pelo povo e a lei dos proprietários.<br />
Até pouco tempo atrás, estes últimos eram quase exclusivamente brancos, e era isso que conferia às lutas uma conotação racial. As coisas não são mais exatamente assim hoje em dia. A classe média negra emergente, no entanto, não está em posição de desfrutar em total segurança os direitos de propriedade há pouco adquiridos. Ela não está segura de que a casa comprada a crédito não venha a ser retomada amanhã, pela força ou em virtude de circunstâncias econômicas adversas. Esse sentimento de precariedade é uma das marcas da psicologia de classe.<br />
A África do Sul entra em um novo período de sua história, durante o qual os procedimentos de acumulação não acontecem mais por meio da expropriação direta. Eles passam agora pela captura e pela apropriação privada dos recursos públicos, pela modulação da brutalidade e por uma relativa instrumentalização da desordem. A constituição de uma nova classe dominante multirracial se dá, portanto, por meio de uma síntese híbrida dos modelos russo, chinês e africano pós-colonial.<br />
<strong>Plenitude na humanidade</strong><br />
De resto, tanto da vida como da prática de Mandela, duas lições merecem ser lembradas. A primeira é que só existe um mundo, pelo menos de momento. O que, portanto, é comum para nós é o sentimento ou o desejo de sermos seres humanos de pleno direito. Esse desejo de plenitude na humanidade é algo que todos compartilhamos.<br />
A segunda lição é que, para construir esse mundo que nos é comum, será preciso restituir àqueles que sofreram um processo de abstração e de coisificação na história a parte da humanidade que lhes foi roubada. Haverá pouca consciência de um mundo comum enquanto aqueles que foram imersos em uma situação de extrema pobreza não tiverem escapado das condições que os confinam na noite da infravida. No pensamento de Mandela, reconciliação e reparação estão no cerne da própria possibilidade de construção de uma consciência comum do mundo, isto é, a realização de uma justiça universal. Com base em sua experiência carcerária, ele chega à conclusão de que há uma parte de humanidade intrínseca da qual cada pessoa humana é depositária. Essa parte irredutível pertence a cada um de nós. Ela faz que, objetivamente, sejamos ao mesmo tempo distintos uns dos outros e semelhantes. A ética da reconciliação e da reparação, portanto, implica o reconhecimento daquilo que se poderia chamar de a parte do outro, que não é a minha e da qual eu, no entanto, sou o fiador, quer eu queira ou não. Essa parte do outro, eu não poderia agarrá-la sem consequências para a ideia de si mesmo, da justiça, da lei, ou até mesmo de toda a humanidade, ou ainda para o projeto do universal, se tal é de fato a destinação final.<br />
Nessas condições, é inútil erigir fronteiras, construir paredes e lugares fechados, dividir, classificar, hierarquizar, tentar separar da humanidade aqueles que tivermos rebaixado, que desprezamos, que não se parecem conosco ou com os quais acreditamos que nunca vamos conseguir nos entender. Existe apenas um mundo, e somos todos herdeiros dele, ainda que as maneiras de habitá-lo não sejam as mesmas – daí justamente a real pluralidade das culturas e dos modos de viver. Dizer não significa de modo algum ofuscar a brutalidade e o cinismo que ainda caracterizam o encontro dos povos e das nações. Trata-se apenas de relembrar um dado imediato, inexorável, cuja origem se situa, provavelmente, no início dos tempos modernos: o processo irreversível de emaranhamento e entrelaçamento de culturas, povos e nações.<br />
Muitas vezes, o desejo de diferença emerge precisamente ali onde se vive de forma mais intensa uma experiência de exclusão. A proclamação da diferença é então a linguagem inversa do desejo de reconhecimento e inclusão. Para aqueles que já experimentaram o domínio colonial ou para aqueles cuja parte de humanidade foi roubada em algum momento da história, a recuperação dessa parte de humanidade passa com frequência pela proclamação da diferença. Mas, como se vê em uma parte da crítica africana moderna, esse é apenas um momento de um projeto maior: o projeto de um mundo futuro, um mundo à nossa frente, cujo destino é universal; um mundo livre do fardo da raça, do ressentimento e do desejo de vingança que qualquer situação de racismo chama.<br />
<br />
<div class="textoTimes12Autor" style="font-size: 11px; font-style: italic;">
Achille Mbembe é professor de história e ciências políticas na Universidade de Witwatersand em Johannesburg, autor de<em> Le sujet de race. Contribution à la critique de la raison nègre</em>, editora Fayard (Paris).<br /><br />Ilustração: Tulipa Ruiz</div>
<br /><span class="textoTimes12" style="font-size: 12px; line-height: 14px;">1 Nelson Mandela, Conversations avec moi-même [Conversas comigo mesmo], Seuil, Paris, 2011.<br />
2 Cf. Nelson Mandela, Un long chemin vers la liberté [Um longo caminho para a liberdade], The Paperback, Paris, 1996.</span></td></tr>
</tbody></table>
Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-72473466423141678432014-02-25T20:31:00.002-03:002014-02-25T20:31:57.022-03:00 Paraguai é devorado pela soja<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" style="background-color: white; color: black; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; line-height: 15.600000381469727px; width: 527px;"><tbody>
<tr><td align="left" valign="top"><span class="textoArial10_laranja" style="color: #6e6e6e; font-size: 11px; font-weight: bold;">CAÇADA AOS CAMPONESES</span></td></tr>
<tr><td valign="top"><img height="15" src="http://www.diplomatique.org.br/interf/spacer.gif" width="1" /></td></tr>
<tr><td align="left" class="textoArial18" style="font-size: 20px;" valign="top"><strong>Paraguai é devorado pela soja</strong></td></tr>
<tr><td valign="top"><img height="12" src="http://www.diplomatique.org.br/interf/spacer.gif" width="1" /></td></tr>
<tr><td class="textoTimes14" style="font-size: 13px; line-height: 17px;" valign="top"><div class="textoTimes12" style="font-size: 12px;">
O Paraguai espera ser reintegrado ao Mercosul na reunião de cúpula do dia 17 de janeiro, um ano e meio após ter sido expulso em repúdio à queda do presidente Fernando Lugo. Um golpe de Estado que favoreceu, principalmente, os verdadeiros chefes do país: os senhores da soja</div>
</td></tr>
<tr><td valign="top"><img height="12" src="http://www.diplomatique.org.br/interf/spacer.gif" width="1" /></td></tr>
<tr><td align="left" class="textoTimes12Autor" style="font-size: 11px; font-style: italic;" valign="top">por Maurice Lemoine</td></tr>
<tr><td valign="top"><img height="15" src="http://www.diplomatique.org.br/interf/spacer.gif" width="1" /></td></tr>
<tr><td class="textoTimes14" style="font-size: 13px; line-height: 17px;" valign="top"><div class="textoTimes14">
</div>
<div style="text-align: center;">
<img alt="" src="http://www.diplomatique.org.br/upload/editor/images/Mello.jpg" style="height: 209px; width: 400px;" /></div>
Em 24 de agosto de 2013, um vento gelado dilacerava o rosto. Divididas em quatro “brigadas”, 108 famílias reocuparam a terra da localidade conhecida como Naranji To, de onde haviam sido expulsas quatro vezes pelas forças da ordem. Sobre uma coberta, armaram-se barracas precárias em meio a trouxas de roupa. “A partir de amanhã, plantaremos culturas de subsistência”, anunciou o dirigente Jorge Mercado, com uma segurança pouco convincente. A força das lembranças ainda transparecia em seu rosto como uma onda. A última expulsão havia sido particularmente violenta: “Os policiais queimaram 84 barracas! Roubaram animais, aves, mataram os porcos”.<br />
Em 1967, o ditador Alfredo Stroessner deu essas terras de mão beijada a um alemão, Erich Vendri, as quais foram posteriormente “herdadas” por seus filhos Reiner e Margarita. Mas elas não deixaram de pertencer ao Estado. “Verificamos junto às instituições responsáveis o que é legal e o que foi vendido ou adquirido com irregularidades”, explica Mercado. “Temos anos de experiência em recuperar, pedaço por pedaço, o território paraguaio.” Enquanto disserta sobre a cobiça dos <em>terratenientes</em> (latifundiários) e dos<em>sojeros</em> (produtores de soja), um lençol de trevas cobre o acampamento. Reunidos ao redor de braseiros incandescentes, os camponeses tomam seu mate, deixando o calor da bebida penetrá-los lentamente.<br />
Dois dias depois, com a brutalidade costumeira, a polícia atacou novamente.<br />
Nesse país de 6,7 milhões de habitantes, cerca de 300 mil famílias de camponeses são desprovidas de terras. Sem remontar às calendas paraguaias, foi no fim do século XIX que o modelo de latifúndio se consolidou. Sob Stroessner (1954-1989), superfícies consideráveis de “terras livres” pertencentes ao Estado e legalmente destinadas à reforma agrária, como Naranji To, foram repartidas entre amigos, cúmplices, militares, funcionários. A partir da década de 1970, produziu-se uma revolução maior: vinda dos estados do Sul do Brasil, a agricultura mecanizada passou a fronteira com sua vedete, a soja.<br />
Um espasmo agitou os campos. Os pequenos e médios produtores – que historicamente alimentavam o país – atrapalhavam a expansão desse setor voltado para a exportação. Ora, existem diversas formas de perseguir os que impedem o plantio intensivo. “A mais simples é comprar a terra deles”, comenta Luis Rojas. “Oferecemos a um camponês um valor que ele jamais viu em sua vida. Ele imagina que é uma fortuna, vende o lote, vai para a cidade, gasta tudo em três ou quatro meses e engrossa os cinturões de miséria, porque fica sem trabalho”, completa.<br />
E assim a soja ampliou suas fronteiras.<br />
Comunidades inteiras migraram pelas secas causadas pelo desmatamento. Além disso, a aspersão aérea de pesticidas afetou as culturas limítrofes, envenenou cursos de água, obrigou os animais a percorrer quilômetros em busca de pasto, se arrastando pelos últimos tufos. Vômitos, diarreias, dores de cabeça. Impotentes, os vizinhos venderam suas porções de terra a preço de banana.<br />
E assim a soja engoliu vilas e vilarejos.<br />
Em 1996, sua variedade transgênica, a semente “roundup ready”, da Monsanto, surgiu na Argentina, de onde travou uma guerra imperialista, sem aprovação do governo, contra o Brasil, a Bolívia e o Paraguai, reforçada pelos pesticidas mortíferos para o meio ambiente.<sup style="font-size: 10px; font-weight: bold; line-height: normal;">1</sup><br />
E assim a soja inundou planícies e savanas – maré implacável.<br />
Ilhas irredutíveis tentam fazer valer seus direitos. “Com o pretexto de atender a suas reivindicações, o governo desloca essas pessoas, que são enviadas para lugares de florestas que precisam ser desbravados, a 80 quilômetros de qualquer estrada, sem posto de saúde, sem nada”, critica Perla Alvarez, da Coordenação de Mulheres Rurais e Indígenas (Conamuri). E quando alguns desses deslocados se organizam para retomar as terras férteis que lhes foram confiscadas, o agronegócio solta os cachorros. “Desde o início do período democrático, em 1989, até hoje, registraram-se 116 casos de assassinato ou desaparecimento de dirigentes ou militantes de organizações camponesas”, lembra Hugo Valiente, da Coordenação de Direitos Humanos do Paraguai (Codehupy). Além dos agentes de Estado, os seguranças particulares dos latifundiários, os <em>matones</em>, atuam sob total impunidade.<br />
E a soja avança, avança. Soja sem fim.<br />
Influentes, organizados, incrustados no coração dos grandes partidos tradicionais – a Associação Nacional Republicana (ANR, ou Partido Colorado, no poder de 1946 a 2008, e de volta em 2013) e o Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA) –, os <em>terratenientes</em>administram empresas de trens, possuem suas próprias pistas de aterrissagem, seus próprios aviões. O grupo do brasileiro Tranquilo Favero, o “rei da soja” <em>(ver box)</em>, possui 140 mil hectares em oito departamentos (Alto Paraná, Canindeyú, Itapúa, Caaguazú, Caazapá, San Pedro, Central e Chaco), nove empresas (tratamento e distribuição de sementes, elaboração e importação de agroquímicos e fertilizantes, financiamento de produtores, fornecimento de máquinas e combustíveis etc.) e um porto particular do Rio Paraná – via fluvial chave para grandes projetos de infraestrutura no continente. Os oito membros da Central Nacional de Cooperativas (Unicoop) controlam mais de 305 mil hectares. O grupo Espírito Santo se contenta com apenas 115 mil. Em resumo, segundo o Censo de 2008, 2% dos proprietários monopolizam 85% das terras do Paraguai.<br />
De seu lado, as multinacionais aproveitam. As norte-americanas Cargill (vinte silos, uma fábrica, três portos particulares),<sup style="font-size: 10px; font-weight: bold; line-height: normal;">2</sup> ADM Paraguay Saeca (trinta silos, seis portos particulares) e Bunge (cinco silos com capacidade total de 230 mil toneladas), além da Louis Dreyfus (França) e Noble (Hong Kong), obtêm altos benefícios com a soja e controlam cerca de 40% de todas as exportações do país. BASF e Bayer (alemãs), Dow (Estados Unidos), Nestlé (Suíça), Parmalat (Itália) e Unilever (Países Baixos, Grã-Bretanha), para citar algumas, completam esse cenário.<sup style="font-size: 10px; font-weight: bold; line-height: normal;">3</sup> E convém mencionar um detalhe: mesmo gerando com suas atividades 28% do PIB, latifundiários e transnacionais contribuem com apenas 2% das receitas fiscais do país.<sup style="font-size: 10px; font-weight: bold; line-height: normal;">4</sup><br />
Aos buzinaços, filas intermináveis de máquinas agrícolas e caminhões invadem as estradas, enquanto a soja avança sem fim sobre as terras vermelhas e pouco férteis da região oriental, inclusive a dos <em>ganaderos</em>– criadores de 14 milhões de cabeças de gado na rústica região do Chaco. As superfícies invadidas pelo “ouro verde” passaram de 1,5 milhão de hectares em 1993 a 3,1 milhões hoje, e fazem do Paraguai o quarto maior exportador mundial de soja. Cerca de 60% do grão produzido parte rumo à Europa para a alimentação de gado e produção de biocombustíveis.<br />
<strong>Mobilização sem terra</strong><br />
Os camponeses, contudo, não assistem passivos a esse processo. “Já recuperamos muitas terras. Mais de trezentos de nossos companheiros estão em ocupações nas zonas de Itapúa e Caazapá”, explica Esther Leiva, coordenadora nacional da Organização de Luta pela Terra (OLT). Entre 1990 e 2006, período em que ocorreram 980 conflitos por terra, camponeses realizaram 414 ocupações, a forma de pressão mais utilizada para “sensibilizar” as autoridades. Chamadas de “invasões” pelos proprietários e pela mídia, as ocupações resultaram em 366 expulsões e 7.346 detenções.<sup style="font-size: 10px; font-weight: bold; line-height: normal;">5</sup> Mas, analisa Dominga Noguera, coordenadora das organizações sociais de Canindeyú, “apenas nesse departamento, 130 hectares foram reconquistados”.<br />
Nesses campos de caminhos pouco transitáveis, apenas motos de baixa cilindrada chegam às colônias agrícolas, os <em>asentamientos</em> [assentamentos]. Aqui, no coração do departamento de Itapúa, no Asentamiento 12 de Julio, recorda-se como, em 1996, há dezessete anos, setenta pessoas foram encarceradas durante seis meses por tentar ocupar à força o “sítio” de 1.600 hectares pertencentes a Nikolai Neufeld, um menonita alemão.<sup style="font-size: 10px; font-weight: bold; line-height: normal;">6</sup> Nesse país desprovido de cadastro fundiário, pacotes de títulos de propriedade fraudulentos foram entregues por um sistema judiciário sob controle da cúpula de magistrados ligados à ditadura de Stroessner e ao Partido Colorado. Um caos administrativo, a ponto de uma terra possuir três ou quatro títulos de propriedade diferentes. A soma dos títulos de terra no Paraguai faria o país ter dois andares...<br />
Em 2005, os habitantes do Asentamiento 12 de Julio retomaram a luta com o apoio da OLT e da Mesa de Coordenação Nacional de Organizações Camponesas (MCNOC). Ocuparam quatro vezes essas terras, e nas quatro tentativas foram violentamente despejados pela polícia, pelos militares e pelos <em>matones</em>, sob os olhos de enviados especiais dos meios de comunicação da oligarquia – <em>ABC Color</em>,<sup style="font-size: 10px; font-weight: bold; line-height: normal;">7</sup><em>La Nación</em>, <em>Última Hora</em>–,que assistiram de camarote ao incêndio dos ranchos desses “criminosos” de pés descalços.<br />
O combate, porém, trouxe frutos. Cerca de 230 famílias vivem hoje legalmente nessas terras, onde plantam mandioca, milho, feijão, batata-doce, amendoim e gergelim. Em 2009, o Instituto Nacional de Desenvolvimento Rural e da Terra (Indert), o órgão encarregado da reforma agrária, de fato recomprou a terra de Neufeld, que desde então foi condenado a cinco anos de prisão: entre 2007 e 2011, ele vendeu terras que não lhe pertenciam a imigrantes alemães por 14 milhões de euros. Para explicar esses felizes desdobramentos, Magno Álvarez, robusto dirigente da comunidade, observa que, “em 2009, as tensões tinham diminuído, era o período do presidente [Fernando] Lugo”.<br />
No dia 20 de abril de 2008, cansados de 61 anos de autoritarismo do Partido Colorado, 40,8% dos eleitores depositaram suas esperanças na figura desse antigo “padre dos pobres”, socialmente muito engajado. Na ausência de uma base política organizada, Lugo foi levado ao poder pela Aliança Patriótica pela Mudança (APC), uma coalizão de movimentos sociais e oito partidos, entre os quais se destacava o Partido Liberal, formação conservadora incapaz até aquele momento de enfrentar a dominação do Partido Colorado.<sup style="font-size: 10px; font-weight: bold; line-height: normal;">8</sup> O casamento durou pouco.<br />
Próximo dos governos progressistas da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba),<sup style="font-size: 10px; font-weight: bold; line-height: normal;">9</sup> Lugo levou adiante uma política moderada. Ainda assim, foi demais para a coalizão: ele recusou a instalação de uma base militar norte-americana em Mariscal Estigarribia (Chaco); negou a concessão de subsídios de energia no valor de US$ 200 milhões à multinacional canadense Rio Tinto Alcán, que queria instalar uma fábrica de alumínio nas margens do Rio Paraná; aumentou os investimentos sociais; permitiu aos pobres o acesso gratuito a hospitais; evocou uma reforma agrária e expressou sua simpatia em relação aos movimentos camponeses, que, com esse apoio implícito, multiplicaram as ocupações e manifestações. Depois de apoiá-lo por oportunismo eleitoral, o Partido Liberal do vice-presidente Federico Franco voltou-se contra o chefe de Estado. De mãos dadas com o adversário <em>colorado</em>de antes (ambos os partidos formam a maioria absoluta no Congresso), jogou abertamente em prol da desestabilização do governo Lugo.<br />
<strong>Mais um golpe de Estado</strong><br />
Apoiada pela imprensa, a União de Grêmios da Produção (UGP) deu o alarme. O conflito se agravou quando esse poderoso lobby reivindicou a introdução de variedades geneticamente modificadas de milho, algodão e soja. “O ministro da Agricultura, o liberal Enzo Cardozo, agiu em total conformidade com os interesses da Monsanto, Cargill e Syngenta. Era literalmente funcionário dessas empresas e, ao mesmo tempo, porta-voz da UGP”, lembra Miguel Lovera, então presidente do Serviço Nacional de Qualidade e Saúde dos Vegetais e Sementes (Senaves). Contudo, a autorização não foi acordada: a ministra da Saúde, Esperanza Martínez, e o de Meio Ambiente, Oscar Rivas, assim como Lovera pelo Senaves se opuseram. O <em>ABC Color</em>desencadeou uma campanha violenta contra eles. E, pela milésima vez, o vice-presidente Franco evocou a destituição de Lugo por um “julgamento político” (o equivalente a um <em>impeachment</em>). Faltava apenas encontrar um pretexto.<br />
A 400 quilômetros a nordeste de Assunção, próximo a Curuguaty – cidade de três avenidas estreitas, uma dezena de vias perpendiculares e, em cada esquina, um banco onde é depositado o dinheiro dos <em>sojeros</em> –, na localidade chamada Marina Kue, alguns “sem-terra” ocupam pacificamente uma propriedade grilada por Blas Riquelme, ex-presidente do Partido Colorado (que representou no Senado de 1989 a 2008) e proprietário de 70 mil hectares de terras da empresa Campos Morombí. Ninguém ignora que os cerca de mil hectares disputados em Marina Kue pertenceram ao Exército paraguaio até o fim de 1999 e que, em 4 de outubro de 2004, o Decreto n. 3.532 declarou-os de “interesse social” e transferiu-os ao Indert. Entretanto, no dia 15 de junho de 2012, 324 policiais fortemente armados irromperam o local para desalojar – pela sétima vez em dez anos! – os cerca de sessenta camponeses presentes no acampamento.<br />
O que aconteceu na sequência? “Queríamos a terra e tivemos uma guerra”, suspira Martina Paredes, membro da Comissão de Vítimas de Famílias de Marina Kue, que perdeu um irmão nos conflitos. Nesse 15 de junho, após um primeiro cessar-fogo, eclodiu um tiroteio durante o qual onze camponeses e seis membros das forças da ordem perderam a vida. Ainda hoje, ninguém sabe quem iniciou o conflito armado. “Falei com alguns policiais, e eles sabem tanto quanto nós”, confidencia Martina. Um dos dirigentes de Marina Kue, Vidal Vega, anunciou que deporia sobre a presença de infiltrados e <em>matones</em> de Campos Morombí nos locais do massacre. Mas foi assassinado antes disso, em 16 de dezembro de 2012. Além disso, a gravação realizada por um helicóptero da polícia que sobrevoava permanentemente a região desapareceu de forma misteriosa.<br />
A presença de mulheres e crianças no acampamento abala qualquer credibilidade da hipótese de uma emboscada orquestrada pelos camponeses contra as forças da ordem. Isso não impediu, contudo, que, no dia 22 de junho de 2012, Lugo, acusado de atiçar a violência contra os grandes proprietários de terra, fosse destituído de seu posto por um “julgamento político” de 24 horas, quando, de acordo com o artigo 225 da Constituição, ele teria o prazo de cinco dias para organizar sua defesa. Em outras palavras, isso se chama golpe de Estado.<br />
<strong>Um clássico latino-americano</strong><br />
Assim que Franco subiu ao poder, seu governo desativou imediatamente a comissão independente nomeada para investigar os acontecimentos de Marina Kue com a assistência da Organização dos Estados Americanos (OEA). E não demorou sequer uma semana para, por decreto e sem nenhum procedimento técnico, o algodão geneticamente modificado ser autorizado. Durante os meses seguintes, sete outras variedades transgênicas de milho e soja também foram liberadas.<br />
Segundo a fórmula consagrada, as eleições de 22 de abril de 2013 marcaram o “retorno à normalidade” do Paraguai, que após o golpe foi excluído do Mercosul, da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac). Quando efetivamente assumiu as funções de chefe de Estado no dia 15 de agosto, em nome do Partido Colorado, Horacio Cartes, o homem mais rico do país – que tem por principal conselheiro o chileno Francisco Cuadra, ex-ministro e porta-voz de Augusto Pinochet –, se deslocou do Palácio do Governo à Catedral a bordo de um Chevrolet Caprice branco conversível utilizado por Stroessner em seu tempo. Dando o tom de seu futuro mandato durante um almoço de trabalho do qual participaram 120 (<em>La Nación</em>) ou 400 (<em>ABC Color</em>) “chefes de empresas nacionais e estrangeiras entusiastas”, prometeu que não toleraria que “os investidores fossem maltratados pelos funcionários públicos.<br />
Dois dias depois, provocando torrentes de indignação na mídia, cinco seguranças particulares da fazenda Lagunita<sup style="font-size: 10px; font-weight: bold; line-height: normal;">10</sup> foram executados pelo misterioso Exército do Povo Paraguaio (EPP), um pequeno grupo – e não guerrilha – ao qual se atribuem 31 sequestros e assassinatos desde 2006 em zonas de difícil acesso dos departamentos de Concepción e San Pedro, os mais pobres do país. A investigação revela que uma das vítimas, Feliciano Coronel Aguilar, um suboficial da polícia, dirigia, em seu “tempo livre”, a empresa de segurança San Jorge, encarregada da segurança da fazenda. De seu lado, no Facebook, o EPP afirma que seus alvos “fazem parte de um grupo parapolicial que matou vinte camponeses”, o que confirma implicitamente o ex-deputado colorado Magdaleno Silva: “É preciso investigar a verdadeira atividade da empresa de segurança San Jorge”.<sup style="font-size: 10px; font-weight: bold; line-height: normal;">11</sup> O padre Pablo Caceres, da diocese de Concepción, afirma: “Essas pessoas que são assassinadas, esses seguranças particulares, que nos dizem ser pobres trabalhadores, eram na realidade <em>matones</em>”.<sup style="font-size: 10px; font-weight: bold; line-height: normal;">12</sup><br />
Em abril de 2010, o presidente Lugo, regularmente acusado de ter ligações com o EPP, havia decretado estado de exceção durante um mês para tentar erradicá-lo – sem resultado – em quatro departamentos. No dia 22 de agosto, com uma velocidade meteórica, o Congresso aprovou uma lei que permite a Cartes ordenar operações militares sem a necessidade de, antes, declarar estado de exceção. A polícia nacional passou ao controle operacional dos militares, que se deslocam pelos departamentos de San Pedro, Concepción e Amambay, apoiados por helicópteros e tanques blindados. Tudo isso para acabar com um movimento de oposição armada cujos efetivos não chegam a constituir duas equipes de futebol?<br />
Na comunidade de Tacuatí Poty, para não se ater a um único exemplo, reina uma atmosfera de fim de mundo. Nesse assentamento de setecentas famílias encurraladas pela soja, brigou-se por tudo: primeiro pela terra, depois pelo posto de saúde, pela escola, o colégio, a água potável, a estrada. A oito quilômetros dali, um rico latifundiário, Luis Lindstrom, foi sequestrado entre junho e setembro de 2008 pelo EPP, e liberado mediante o resgate de US$ 130 mil, depois assassinado no dia 31 de maio de 2013 por dois franco-atiradores supostamente pertencentes à “guerrilha”. Acusado de constituir um dos campos de base da subversão, Tacuatí Poty vive o inferno das revistas noturnas e sem mandado realizadas por militares, além de intimidações, provas plantadas pela polícia nos quartos daqueles que ela deseja incriminar e detenções arbitrárias.<br />
“As pessoas estão com medo. Não se pode confiar na justiça nem nas instituições que deveriam proteger nossos direitos. Os acusados são pais de família, lutadores que se levantam às 5 da amanhã para trabalhar. Como se fosse por acaso, eles são também os dirigentes. No fundo, o problema são as nossas terras. Em nossa ignorância, é o que percebemos. Ao acabar com os dirigentes, eles acham que vão acabar conosco”, alarma-se Victoria Sanabria.<br />
Trata-se, em resumo, de um grande clássico latino-americano. Uma ferida mal curada termina por inflamar-se. Grupos, pequenos ou grandes, condenáveis ou não, radicalizam-se. O poder dito “democrático” grita de forma ameaçadora e, lançando ordens de capturar presumidos culpados, criminalizam em primeiro lugar... os movimentos sociais – em benefício, no caso do Paraguai, dos <em>sojeros</em>.<br />
<strong style="color: red;">BOX:</strong><br />
<strong>"Brasiguaios": desprezados ou adorados</strong><br />
Cerca de 19% do território nacional paraguaio, ou 7,7 milhões de hectares (32% do total das terras aráveis), estão nas mãos de proprietários estrangeiros. E cerca de 4,8 milhões de hectares pertencem a brasileiros, principalmente nas zonas fronteiriças do Alto Paraná, Amambay, Canindeyú e Itapúa. É o que mostra o estudo coordenado por Marcos Glauser, da Organização BASE Pesquisas Sociais, e Alberte Alderete, do Serviço Jurídico Integral para o Desenvolvimento Agrário (Seija), realizado com base no Censo Agrário 2007-2008.<br />
Dois períodos favoreceram a chegada dos brasiguaios. As leis que permitem a venda de terras públicas foram aprovadas após a guerra contra a Tríplice Aliança, que, de novembro de 1864 a março de 1870, opôs o Paraguai à coligação composta por Brasil, Argentina e Uruguai – com consequências desastrosas para o Paraguai. Logo depois, nos anos 1970, marcados pela queda dos preços no mercado fundiário, tornou-se tão fácil desmatar áreas selvagens que Alfredo Stroessner não tinha nada a recusar a seus homólogos dos países vizinhos.<br />
O cenário seguiria igual até a “ditadura” ser substituída pela “ditamole”, momento em que os colonos brasileiros, com a bagagem da agricultura mecanizada, introduziram a soja no país vizinho. Esses colonos foram os pioneiros das empresas de agronegócio mais importantes no Paraguai e entraram em conflito direto com os camponeses locais.<br />
Em matéria de “domesticação” das populações, os recém-chegados haviam feito escola em seu país de origem: “A grande maioria chegou com a mentalidade de ‘fronteira’, para fazer fortuna facilmente, e se impôs por meio da violência, abalando costumes, normas, regras ambientais. Sem mencionar as leis trabalhistas”, denuncia Miguel Lovera, presidente do Serviço Nacional de Qualidade e Saúde dos Vegetais e Sementes (Senaves). Apesar de empregar pouca mão de obra em função da mecanização da agricultura, esses colonos – cujas propriedades variam de cerca de 100 hectares até os 140 mil hectares do “rei da soja” Tranquilo Favero – não raro infligem a seus trabalhadores regimes de semiescravidão. “Eles possuem seus próprios seguranças, mas é comum que usem camponeses locais como <em>matones</em> [guardas particulares] em troca de um pouco de dinheiro”, conta Jorge Lara Castro, ministro de Negócios Estrangeiros do ex-presidente Lugo. A coordenadora nacional da Organização da Luta pela Terra (OLT), Esther Leiva, é mais direta: “Se você passar pelas terras deles, eles podem facilmente atirar”.<br />
“Entre eles [os brasiguaios], há de tudo”, constata o economista Luis Rojas. “Brasileiros ‘puro sangue’, naturalizados, filhos da segunda e terceira gerações. Mas tenham ou não documentos paraguaios, todos mantêm uma forte relação com o país de origem”, explica. Em distritos onde todas as rádios e canais de televisão transmitem em português, os brasiguaios se comunicam nesse idioma, possuem suas próprias escolas, igrejas e permanecem economicamente ligados ao país vizinho. “Não vemos isso com bons olhos”, confessa Isebiano Diaz, camponês de um assentamento do departamento de Caazapá, resumindo o sentimento de sua comunidade e de outras também. “Eles enchem a cabeça das pessoas com ideias estranhas”, completa.<br />
Xenofobia? “Há rejeição”, admite Rojas. “Mas é muito complexo: enquanto os camponeses são abandonados, os brasiguaios são presentes no meio dos negócios que exploram.” De fato, como tal, a comunidade brasileira se envolve pouco com os partidos políticos, mas faz forte pressão política quando considera que seus interesses são afetados ou ameaçados. E quase sempre obtém ganho de causa, pelo apoio incondicional dos círculos dirigentes. “A médio prazo, seus territórios se converterão em encraves brasileiros em território paraguaio”, observa Alderete. Se é que já não é assim... <em>(M.L.)</em><br />
<br />
<div class="textoTimes12Autor" style="font-size: 11px; font-style: italic;">
Maurice Lemoine</div>
é jornalista ee autor de "Cinq Cubains à Miami ( Cinco cubanos em Miami)", Dom Quichotte, Paris , 2010.<br />
<br /><br />Ilustração: Mello<br />
<br /><span class="textoTimes12" style="font-size: 12px; line-height: 14px;">1 Diante do “fato consumado”, o governo paraguaio legalizou sem muitos problemas a soja transgênica em 2004.<br />
2 A Cargill atualmente está no centro de um escândalo na Colômbia, onde é acusada de ter se apropriado de maneira fraudulenta de 52 mil hectares que o Estado havia designado para camponeses pobres.<br />
3 Luis Rojas Villagra, Actores del agronegocio en Paraguay [Atores do agronegócio no Paraguai], BASE Investigaciones sociales, Assunção, 2012.<br />
4 E’a, Assunção, 19 set. 2013.<br />
5 “Informe de derechos humanos sobre el caso Marina Kue” [Relatório de direitos humanos sobre o caso Marina Kue], Coordenadoria de Direitos Humanos do Paraguai, Assunção, 2012.<br />
6 Membros de uma congregação evangélica de origem europeia (essencialmente alemã) que emigrou para o Paraguai na década de 1920. Formado por cerca de 30 mil pessoas, o grupo assegura mais de 80% da produção leiteira nacional.<br />
7 Aldo Zuccolillo, proprietário do ABC Color, é o principal sócio da Cargill no Paraguai.<br />
8 Ler Renaud Lambert, “Au Paraguay, l’‘élite’ aussi a voté à gauche” [No Paraguai, a “elite” também votou na esquerda], Le Monde Diplomatique, jun. 2008.<br />
9 Antígua e Barbuda, Bolívia, Cuba, Equador, Honduras (até o golpe de Estado de 2009), Nicarágua, República Dominicana, São Vicente e Granadinas, Venezuela.<br />
10 Fazenda dedicada à criação de gado.<br />
11 E’a, 21 ago. 2013.<br />
12 Radio Ñanduti, Assunção, 6 set. 2013.</span></td></tr>
</tbody></table>
Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-89094651370693953522014-02-25T20:30:00.000-03:002014-02-25T20:30:08.970-03:00A Primavera Árabe ainda não disse sua última palavra<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" style="background-color: white; color: black; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; line-height: 15.600000381469727px; width: 527px;"><tbody>
<tr><td align="left" valign="top"><span class="textoArial10_laranja" style="color: #6e6e6e; font-size: 11px; font-weight: bold;">QUATRO DESTINOS PARA UM REVOLUÇÃO</span></td></tr>
<tr><td valign="top"><img height="15" src="http://www.diplomatique.org.br/interf/spacer.gif" width="1" /></td></tr>
<tr><td align="left" class="textoArial18" style="font-size: 20px;" valign="top"><strong>A Primavera Árabe ainda não disse sua última palavra</strong></td></tr>
<tr><td valign="top"><img height="12" src="http://www.diplomatique.org.br/interf/spacer.gif" width="1" /></td></tr>
<tr><td class="textoTimes14" style="font-size: 13px; line-height: 17px;" valign="top"><div class="textoTimes12" style="font-size: 12px;">
Três anos após o início do movimento que derrubou presidentes, a contestação no mundo árabe, ameaçada pelas ingerências externas e pelas divisões confessionais, procura um novo fôlego. Se a Síria vive o pior dos cenários, a Tunísia confirma que o desejo por cidadania pode desembocar em um progresso real</div>
</td></tr>
<tr><td valign="top"><img height="12" src="http://www.diplomatique.org.br/interf/spacer.gif" width="1" /></td></tr>
<tr><td align="left" class="textoTimes12Autor" style="font-size: 11px; font-style: italic;" valign="top">por Hicham Ben Abdallah El Alaoui</td></tr>
<tr><td valign="top"><img height="15" src="http://www.diplomatique.org.br/interf/spacer.gif" width="1" /></td></tr>
<tr><td class="textoTimes14" style="font-size: 13px; line-height: 17px;" valign="top"><div class="textoTimes14">
</div>
<div style="text-align: center;">
<img alt="" src="http://www.diplomatique.org.br/upload/editor/images/PAG_11-12-13%20-%20Primavera_arabe.jpg" style="height: 165px; width: 400px;" /></div>
Em seus primórdios, a Primavera Árabe deitou por terra os preconceitos ocidentais. Ela colocou em maus lençóis os clichês orientalistas sobre a incapacidade congênita dos árabes de conceber um sistema democrático e abalou a crença segundo a qual eles não mereceriam nada melhor do que ser governados por déspotas. Três anos depois, as incertezas permanecem intactas quanto ao desfecho do processo, que entra em sua quarta fase.<br />
Na primeira etapa, concluída em 2011, teve início uma onda gigantesca de reivindicações relativas à dignidade e à cidadania, alimentada por protestos intensos e espontâneos. A etapa seguinte, em 2012, marcou um momento em que as lutas se voltaram para si mesmas, para o contexto local e para o ajustamento delas à herança histórica de cada país. Simultaneamente, forças externas começaram a reorientar esses conflitos para direções mais perigosas, levando os povos à situação que conhecem hoje.<br />
No ano passado, assistiu-se a uma terceira fase, marcada pela internacionalização e pela ingerência cada vez mais agressiva das potências regionais e ocidentais. O foco sobre as rivalidades entre sunitas e xiitas se generalizou por todo o Oriente Médio, pressionando cada Estado e cada sociedade a se polarizar sobre o eixo das identidades religiosas. O antagonismo entre o islamismo e o secularismo se cristalizou em grande escala. O perigo advém do fato de que as rivalidades geopolíticas e as tensões religiosas se sobrepõem às especificidades de cada país e parecem reduzir os atores locais a simples fantoches nas mãos das potências estrangeiras.<br />
A comparação entre a Síria, o Bahrein, o Egito e a Tunísia revela um espectro multicor de influências internacionais. Nos dois primeiros países, as intervenções externas, em particular as sauditas, precipitaram a guerra civil e exaltaram as facções mais radicais dos revoltosos. No Egito, o apoio ocidental à política autoritária do novo regime esmagou as motivações democráticas iniciais. Apenas a Tunísia parece engajada num caminho promissor, à medida que permanece relativamente poupada dos confrontos geopolíticos, religiosos e ideológicos que varreram a região.<br />
Entretanto, em cada um desses países, a Primavera Árabe deixou a marca indelével de uma mobilização popular na qual os cidadãos tomaram consciência de sua força. Ela abriu espaços de contestação que o Estado não pode mais fechar a não ser pagando o preço de uma repressão politicamente dispendiosa. Seja qual for a incerteza do futuro, a condução dos assuntos com mão de ferro que prevalecia anteriormente desapareceu por completo.<br />
Na Síria, a guerra nasceu de um movimento de desobediência civil rapidamente transformado em levante popular de grande envergadura. A reação brutal do regime aos primeiros alertas não conseguiu intimidar os manifestantes, mas deflagrou um ciclo devastador de protestos e repressão. Se o aparato militar do presidente Bashar al-Assad rapidamente aniquilou a esperança de uma revolução pacífica, foram os cálculos geopolíticos e as questões religiosas que nela se intrometeram mais tarde que precipitaram a insurreição numa guerra civil abominável: até hoje, 120 mil mortos, 2,5 milhões de refugiados e 4 milhões de pessoas que tiveram de deixar seu lar.<br />
Desde sempre, a Síria se caracterizou pela diversidade de suas tradições religiosas e comunitárias. Ao explorar as tensões internas, as potências externas detonaram esse frágil mosaico. O país se reveste de uma importância capital em uma região onde se entrechocam os interesses dos Estados Unidos, de Israel, da Arábia Saudita, do Catar, da Jordânia, da Turquia e do Irã. A divisão ancestral dessa parte do mundo entre as duas correntes rivais islâmicas, a sunita e a xiita, serviu de alavanca para esses Estados desejosos de tentar ampliar sua influência.<br />
O clã dos alauitas, que compõe o regime de Al-Assad, é considerado parte de um arco xiita que se estende do Irã ao Líbano do Hezbollah, ao passo que os grupos de rebeldes pertencem, na maioria, ao lado sunita. Contudo, tais filiações recobrem um tabuleiro bem mais diversificado. De modo muito semelhante aos afegãos <em>mujahedins</em>da década de 1980, a oposição síria se ressente gravemente de coesão. Seus representantes no exterior conhecem mal ou ignoram por completo os grupos armados que lutam no território. Estes vão buscar apoio em outra parte: ao norte do país, eles contam em geral com a ajuda da Turquia e do Catar, enquanto ao sul recebem armamento e assistência da Jordânia, da Arábia Saudita e dos Estados Unidos.<br />
Essas imbricações geopolíticas dão lugar a paradoxos que contradizem uma leitura estritamente religiosa do conflito. Riad festejou o golpe de Estado militar no Egito contra a Irmandade Muçulmana, que é, entretanto, de mesma obediência que os grupos que ela arma no <em>front</em> sírio. O recente degelo entre Washington e Teerã relativiza de igual forma a visão simplista veiculada com frequência pelas mídias internacionais: Israel e Arábia Saudita se julgam abandonados por Washington perante Teerã e se veem repentinamente como aliados de fato.<br />
A cisão entre forças não religiosas e islâmicas pesa igualmente. Se o Exército Livre da Síria (ELS) reivindica sua origem secular, a maior parte dos outros grupos compõe um mosaico religioso que vai dos islâmicos moderados até os jihadistas ligados à Al-Qaeda, passando pelos salafistas. Torna-se difícil, por conseguinte, avaliar em que medida as facções mais radicais, como a Ahrar al-Cham e o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), manifestam uma legítima convicção religiosa ou utilizam sua bandeira para fins mais prosaicos. Por fim, tal fragmentação, fonte de discórdias crescentes, abriu um segundo<em>front</em> no próprio seio do campo rebelde, conforme demonstram os combates mortais entre o ELS e o EIIL no norte da Síria, no início de janeiro. Essa dispersão da guerra civil não é estranha à sobrevivência do regime de Al-Assad.<br />
O conflito sírio é muitas vezes apresentado em termos de uma mecânica simples: quando o poder se enfraquece, a oposição se fortalece, e vice-versa. É esquecer que dinheiro e armas não são tudo numa guerra e que é preciso também um contingente humano. Nessas condições, a penúria ameaça constantemente o regime de Damasco. O reforço dos exércitos Al-Qods do Irã, das unidades do Hezbollah libanês e das milícias locais (<em>chahibas</em>) é, assim, vital à preservação do poderio militar. Com o recurso às armas químicas não sendo mais uma opção, o poder depende mais do que nunca desses reforços externos.<br />
<strong>A Irmandade Muçulmana desmistificada</strong><br />
A principal fonte de preocupação é a nova radicalização da oposição síria e do regime. O Front Al-Nosra e o EIIL, que dizem pertencer à Al-Qaeda, se beneficiam largamente da ajuda proveniente do Golfo. A Arábia Saudita também conquistou sua ingerência sustentando grupos não filiados ao movimento terrorista fundado por Osama bin Laden, perturbando assim a relação de forças no cerne da oposição. Por sua vez, o Exército regular da Síria sofreu profundas modificações. Desde a batalha de Al-Qusayr, em abril de 2013, as brigadas Al-Qods e o Hezbollah redefiniram o contingente em pequenas unidades móveis organizadas como milícias.<br />
Por todas essas razões, as potências estrangeiras pouco se preocupam em fazer cessar o conflito. Os Estados Unidos não podem se permitir entrar numa nova guerra e se acomodam ao ver sua hegemonia bater em retirada no Oriente Médio. Desde então, sua estratégia consiste em privilegiar a Ásia. Dentro da lógica conservadora norte-americana, Washington só tem a ganhar com a deterioração da questão síria: conforme apontado por Edward Luttwak no <em>New York Times</em>,<sup style="font-size: 10px; font-weight: bold; line-height: normal;">1</sup> a sabedoria ordena que se deixe os combatentes se matar uns aos outros tanto quanto possível, já que o triunfo de uma oposição dominada pelos islâmicos seria tão nefasta aos interesses ocidentais quanto a vitória do clã de Al-Assad. Já o aliado saudita veria com bons olhos o colapso do regime de Damasco e poderia se contentar com um país fragmentado, à beira do caos, que cortaria o eixo xiita que liga Líbano e Irã. Uma Síria ingovernável também poderia contentar Teerã e Moscou, arriscando deixar um membro da família Al-Assad reduzido ao papel de fantoche instalar-se em seu palácio de Damasco, como o fez, por algum tempo, seu homólogo afegão.<br />
Uma paz a curto prazo parece, portanto, muito improvável. Se os autores das atrocidades cometidas sobre o território devem responder por seus atos, as potências estrangeiras que fomentam tais violências assumem uma grande parcela de responsabilidade. A guerra civil tornou-se tão assustadora que poucos ainda se recordam dos cortejos dos estágios iniciais, quando o povo reclamava simplesmente o direito à dignidade e à cidadania. Nesse quadro trágico, esse aspecto talvez seja o mais triste.<br />
No Bahrein também as potências estrangeiras demonstram sua aptidão para exacerbar as tensões locais, porém de uma forma bem diferente da Síria. As primeiras manifestações nessa pequena ilha do Golfo traduziam um desejo de democracia amplamente compartilhado: estima-se que, no seu auge, elas mobilizaram quase um quinto da população. Se a intervenção militar do Conselho de Cooperação dos Estados Árabes do Golfo (CCG)<sup style="font-size: 10px; font-weight: bold; line-height: normal;">2</sup> rapidamente cortou no nascedouro tal aspiração coletiva, o fracasso do movimento se explica também e talvez principalmente pela irrupção da geopolítica e das palavras de ordem religiosas.<br />
Enquanto na Síria um poder alauita enfrenta uma população majoritariamente sunita, o Bahrein é uma monarquia sunita povoada majoritariamente por xiitas. Daí por que os respectivos interesses das duas potências rivais da região, o Irã e a Arábia Saudita, ali se entrechocam violentamente. Em razão da proximidade geográfica, Riad exerce sobre seu vizinho um direito de vigilância particularmente intrusivo. Apoiada pelo Ocidente, a intervenção das tropas da CCG respondia de forma explícita à intenção de Riad de manter o Bahrein dentro de sua zona de influência.<br />
A princípio, xiitas e sunitas marchavam lado a lado, sobre uma linha única de reivindicação democrática. Foi somente quando os sauditas wahabitas começaram a trabalhar no aspecto religioso que este, pouco a pouco, rechaçou os objetivos políticos. Entretanto, essa captação da dinâmica local por interesses externos colocou em destaque a fragilidade do regime. Sem a injeção financeira, militar e política dos Estados do Golfo, a dinastia Al-Khalifa não disporia dos meios nem da legitimidade necessários para se manter no poder. Sua sobrevivência só depende agora de seus protetores estrangeiros.<br />
A internacionalização do conflito destruiu uma chance histórica de ver a sociedade do Bahrein resolver suas velhas tensões religiosas pelo diálogo democrático. Enquanto as mesmas causas desencadearam a explosão da Síria, no Bahrein elas mantêm sob respiração artificial um regime autocrático vergonhoso.<br />
Diferentemente da Síria e do Bahrein, o Egito é um país forte e autônomo o suficiente para enfrentar as pressões externas. As grandes potências estrangeiras não estão menos intimamente ligadas ao drama político que ali se encena. Em julho de 2013, um golpe de Estado militar derrubou o governo depreciado, porém legítimo, da Irmandade Muçulmana. Em qualquer outro lugar, uma ruptura tão brutal do processo democrático teria provocado uma indignação mundial. No Egito, entretanto, ela obteve a aprovação das chancelarias ocidentais. Os Estados Unidos e seus aliados europeus, mas também a Arábia Saudita e seus vizinhos do Golfo, assim como a Jordânia e Israel, acomodaram-se diante do golpe de força militar, que os livrava de um Mohamed Morsi democraticamente eleito, mas tido como incontrolável.<br />
Tão logo o novo regime se estabeleceu, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Kuwait se apressaram em lhe fornecer uma ajuda econômica de US$ 12 bilhões, ou seja, nove vezes o US$ 1,3 bilhão anual de assistência militar norte-americana. A escolha de Riad se explica pelo menos por duas razões: de um lado, a desconfiança de longa data do regime wahabita em relação à Irmandade Muçulmana; de outro, o medo de que o exemplo da jovem democracia egípcia se transformasse num caldeirão de óleo fervente e estimulasse seus próprios protagonistas a contestar o reino do clã Saud.<br />
O fato de o Ocidente ter dado sua bênção ao golpe de Estado militar não aumentou seu prestígio no seio da população egípcia, escaldada pela mensagem implícita segundo a qual uma democracia só é aceitável se coloca no poder os candidatos investidos pelas potências estrangeiras. A ironia da história é que, ao voltar as costas à Irmandade Muçulmana, Washington e seus aliados sabotaram por sua própria conta o projeto árabe-ocidental de um bloco sunita coerente suscetível de conter a influência iraniana, provocando ao mesmo tempo uma insólita convergência das políticas estrangeiras saudita e israelense.<br />
É verdade que o golpe de Estado do general Abdel Fattah al-Sissi resultou também de uma situação econômica desastrosa e da impopularidade crescente de Morsi. Mesmo seus eleitores tinham perdido a confiança na capacidade do governo de responder aos problemas do desemprego e da corrupção. As ambições hegemônicas da Irmandade Muçulmana, que se recusava a dividir uma mínima parcela do poder, precipitaram seu descrédito. Elas também entraram em choque com a resistência no aparelho de Estado, composto por policiais, juízes e <em>fulus</em>(dignitários do antigo regime) visceralmente hostis à confraria. Esse “Estado profundo” não perdeua ocasião de emergir até a superfície. Uma tarefa ainda mais fácil pelo fato de que a Irmandade Muçulmana, ao colocar de escanteio juízes, governadores e notáveis para impor seus próprios homens no seio do aparelho de Estado, também estava afastando seus aliados potenciais no seio da Igreja e dos salafistas.<br />
O raio que se abateu sobre eles significa igualmente o fim da aura de invencibilidade que rodeava outrora o islamismo. A confraria não era um grupo revolucionário nem o ramo local de qualquer frente terrorista internacional, mas sim uma organização sobretudo conservadora que defendia a piedade religiosa, o liberalismo econômico e a caridade em relação aos mais pobres. Ela não se arrogava nenhum monopólio sobre o islã e não mantinha nenhuma ligação com os salafistas, tampouco com os teólogos do Al-Azhar.<sup style="font-size: 10px; font-weight: bold; line-height: normal;">3</sup>Seus adeptos vivem hoje na prisão ou na clandestinidade. Mais prudentes, ou mais hábeis, os salafistas do partido Nour manifestaram seu pragmatismo demonstrando submissão ao regime militar. No fim das contas, a esfera islâmica diversificou-se e fragmentou-se ao mesmo tempo, fazendo emergir novas figuras fora dos círculos escolásticos e políticos tradicionais.<br />
<strong>Prestar contas ao povo</strong><br />
Durante sua breve passagem pelo poder, a Irmandade Muçulmana evitou impor uma islamização forçada à sociedade. Seu objetivo consistia mais em consolidar sua dominação política no terreno institucional. Foi apenas por um acaso que, quando do golpe de Estado, o governo Morsi defendeu-se fazendo referência ao argumento da legitimidade (<em>chara’iya</em>) em vez de recorrer à lei islâmica (charia). Em relação a isso, o medo ocidental de ver a Primavera Árabe eclodir num contágio islâmico no Oriente Médio parecia não ter muita consistência.<br />
No próprio Egito, o golpe de Estado militar recebeu a bênção do movimento dos jovens Tamarrod, da Igreja Copta e das formações leigas liberais. O liberalismo reivindicado por estas últimas não incluía explicitamente a defesa do pluralismo político, o qual se mostra incompatível com a exclusão da Irmandade Muçulmana. Desde então, o pluralismo podia desaparecer totalmente. A censura imposta pelo novo regime militar revelou-se mais implacável que aquela que reinava sob a presidência de Hosni Mubarak. Não somente a Irmandade Muçulmana foi riscada do mapa com uma brutalidade inédita desde a era do presidente Gamal Abdel Nasser, como seu banimento foi acompanhado de uma campanha nacionalista e xenófoba que associava seus militantes à imagem de inimigos públicos a serviço do estrangeiro. Consequência inesperada da revolução egípcia, uma presidência autocrática transformou-se em uma ditadura militar que recorre à lei marcial e à violência legal. As eleições não foram suprimidas, mas se desenvolvem sob um controle estrito.<br />
Por causa da proibição da Irmandade Muçulmana e da atomização de todas as forças políticas do país, o Exército se impôs naturalmente. Ele não vai deixar o poder por iniciativa própria, pelo menos enquanto contar com a cumplicidade das potências ocidentais e dos países do Golfo, e enquanto se considerar o suporte da sociedade.<br />
O Egito não é presa das tensões étnicas e religiosas que minam alguns de seus vizinhos; a hipótese de um conflito aberto parece, portanto, descartada. Não é menos verdade que os militares não podem se contentar em restaurar a antiga ordem. O custo de uma repressão maciça tornou-se politicamente exorbitante, e os egípcios tomaram gosto pela força das mobilizações de massa. O fosso entre o islamismo e o poder secular também se arrisca a crescer mais. Alguns membros da Irmandade Muçulmana poderiam ser tentados a pegar em armas.<br />
Mas a principal novidade é a exigência cada vez maior, no seio da população, de uma prestação de contas. Mesmo quando do golpe de Estado de julho de 2013, os militares tiveram de justificar sua ação, depois que uma iniciativa democrática organizada por grupos de cidadãos exprimiu alto e bom som suas inquietudes. O regime está agora diante de uma escolha delicada: ele vai ressuscitar o sistema de Mubarak, com um general Al-Sissi passando do <em>kaki </em>para o terno e gravata, ou vai preferir o modelo argelino, em que os civis têm sua chance de se expressar, mas deixam aos militares o direito de veto sobre temas importantes?<br />
Em comparação, a transição tunisiana pareceria quase um caminho fácil de percorrer. Conduzida por atores locais aparentemente desejosos por estabilidade e pelo respeito às regras democráticas, ela foi em grande parte poupada pelas manipulações externas. Isso se explica sobretudo por sua geografia: ainda que vigiada de perto pela ex-potência colonial francesa, a Tunísia raramente serviu de teatro para as disputas geopolíticas dos interesses estrangeiros. Sua população é relativamente homogênea no plano religioso. O pomo da discórdia mais notável, desde a queda do presidente Zine al-Abidine ben Ali, é a luta fratricida à qual se dedicam os islâmicos e os leigos.<br />
O partido Ennahda, de inspiração islâmica, ganhou as primeiras eleições livres, mas cometeu o mesmo erro da Irmandade Muçulmana: interpretou o mandato recebido como uma porta para o poder absoluto. Rapidamente a situação política se deteriorou, com o assassinato de vários opositores de esquerda e o aumento potencial dos grupos salafistas, violentamente hostis ao pluralismo eleitoral. Suas ameaças jogaram um jato de água fria na população, pouco habituada a um clima como esse.<br />
Na Tunísia, nenhum setor pode pretender a hegemonia, e o Ennahda formou uma coalizão com dois partidos leigos. Os movimentos liberais e progressistas acabaram aceitando o diálogo nacional proposto pelo governo e trabalhando com os islâmicos – com exceção dos mais radicais, em especial os salafistas. Todos os partidos do tabuleiro eleitoral concordaram que o risco de uma espiral de violência política não poderia mais ser ignorado. Além disso, a divisão entre religiosos e leigos revelou-se menos insuperável que o previsto. Poucas coisas diferenciam afinal os islâmicos moderados de seus rivais leigos, já que estes últimos reconhecem com mais boa vontade a importância da religião em qualquer novo sistema político.<br />
Mas foi sobretudo a turbulenta sociedade civil que reativou o calendário da transição democrática. A União Geral Tunisiana do Trabalho (UGTT), a organização patronal União Tunisiana da Indústria, do Comércio e do Artesanato (Utica), a Ordem dos Advogados e a Liga Tunisiana dos Direitos do Homem tiveram voz durante o diálogo nacional. Elas fixaram novos objetivos para o governo e pediram a ratificação da Constituição.<br />
Já o Exército tem um peso nitidamente menor que no Egito: pouco numeroso em efetivos e despolitizado, ele permanece nos quartéis desde 2011. O antigo regime de Ben Ali era um Estado policial, não uma ditadura militar. Seu governo tecnocrático e cleptomaníaco poderia muito bem dispensar uma base ideológica. É por isso que a revolução tunisiana aposentou as elites do antigo partido único, deixando intactas a burocracia e as forças de polícia, que não eram ideologicamente conectadas ao regime. A preservação dessa ossatura contribuiu para manter uma relativa estabilidade da ordem legal. Além disso, a antiga autocracia tinha montado uma robusta estrutura de instituições e leis, que certamente pouco havia servido durante os dez últimos anos da era Ben Ali, mas que pode hoje se mostrar útil para construir um sistema democrático funcional. Precisamente porque o nepotismo de outrora era desprovido de qualquer ideologia suscetível de reaparecer, a restauração de um Estado autoritário parece pouco verossímil.<br />
A Tunísia tem a oportunidade de responder às suas incertezas por seus próprios meios, sem se preocupar com a boa vontade alheia. As potências mundiais e regionais desempenharam um papel negligenciável na transição em curso. Washington não colocou seu veto à entrada do Ennahda no governo nem favoreceu este ou aquele candidato. Os países petrolíferos do Golfo se abstiveram de afundar seus favoritos sob toneladas de dinheiro. A França se limita a uma neutralidade circunspecta, com sua imagem permanecendo maculada pelo indefectível apoio que deu a Ben Ali até o último segundo de seu reinado. Em caso de sucesso, a experiência tunisiana seria recebida como um sinal de esperança em toda a região, e talvez além dela.<br />
<strong>Sujeitos transformados em cidadãos</strong><br />
Agora que a Primavera Árabe entra em seu quarto ano, é preciso atentar para uma busca de ingerências nos conflitos locais e uma ampliação de seus efeitos deletérios. As linhas de frente geopolíticas, religiosas e ideológicas abalam hoje todo o Oriente Médio. É apenas renunciando a se imiscuir nas revoluções que o mundo exterior pode ajudá-las a renascer.<br />
É possível, no entanto, destacar algumas tendências mais precisas para o ano que se inicia. Para começar, as monarquias do Golfo se arriscam a se intrometer ainda mais nos assuntos de seus vizinhos árabes. A renda vinda do petróleo lhes permite comprar uma influência decisiva sobre países mais favorecidos como o Egito, o Marrocos e a Jordânia, onde suas ajudas ultrapassam as do bloco ocidental.<br />
Em seguida, é preciso sublinhar a importância dos pactos concluídos em período de transição nacional. Em outros contextos de democratização, como a América Latina, os pactos de acomodação entre forças rivais foram profundamente institucionalizados e aceitos por todos. No Oriente Médio, em contrapartida, a lógica de divisão prevalece sobre a busca do compromisso, de sorte que as frações se debatem pelo poder em lugar de partilhá-lo.<br />
Em terceiro lugar, a fraqueza das instituições locais, aliada às intervenções mal pensadas de potências estrangeiras, forneceu munição aos sabotadores do processo democrático. Os salafistas tunisianos e os falsos liberais egípcios são personagens de segundo plano que não têm nada a perder ao quebrar compromissos negociados com dificuldade. Eles ganham em importância à medida que as instituições vão se erodindo e que os interesses em jogo crescem. Tais fenômenos são com frequência a marca de países em falência que não têm os meios de deter o círculo vicioso do dilema securitário. No Iêmen e no Líbano, vários grupos preferem pegar em armas a recorrer a um Estado incapaz de protegê-los, meio pelo qual o enfraquecem um pouco mais.<br />
O último ponto, mais positivo, tem a ver com a cidadania. Os povos árabes não se percebem mais como massas de pessoas, mas como forças cidadãs que merecem o respeito e a palavra. Se uma nova sublevação surgisse algum dia, ela seria sem dúvida ao mesmo tempo mais espontânea, mais explosiva e mais duradoura. Os cidadãos árabes foram testemunha das soluções extremas às quais seus governos estão prestes a recorrer para se manter no poder. Os regimes coercitivos também conhecem bem a determinação das massas em “se livrar deles”. A Primavera Árabe não deu ainda sua última palavra.<br />
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<div class="textoTimes12Autor" style="font-size: 11px; font-style: italic;">
Hicham Ben Abdallah El Alaoui é primo do rei do Marrocos, Mohammed VI, e pesquisador visitante do Center on Democracy, Development en the Rule of Laz, da Universidade de Stanford, Estados Unidos.<br /><br />Ilustração: Mariana Zanetti</div>
<br /><span class="textoTimes12" style="font-size: 12px; line-height: 14px;">1 Edward Luttwak, “In Syria, America loses if either side wins” [Na Síria, os Estados Unidos perdem seja qual for o lado vencedor], <em>The New York Times</em>, 24 ago. 2013.<br />
2 Seus seis membros são Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Catar e Omã.<br />
3 Instituição principal do islamismo sunita com sede no Cairo.</span></td></tr>
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Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-52067282616120011222014-02-25T20:29:00.001-03:002014-02-25T20:29:19.662-03:00O rolezinho da juventude nas ruas do consumo e do protesto<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" style="background-color: white; color: black; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; line-height: 15.600000381469727px; width: 527px;"><tbody>
<tr><td align="left" class="textoArial18" style="font-size: 20px;" valign="top"><strong>O rolezinho da juventude nas ruas do consumo e do protesto</strong></td></tr>
<tr><td valign="top"><img height="12" src="http://www.diplomatique.org.br/interf/spacer.gif" width="1" /></td></tr>
<tr><td class="textoTimes14" style="font-size: 13px; line-height: 17px;" valign="top"><div class="textoTimes12" style="font-size: 12px;">
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<div class="textoTimes12" style="font-size: 12px;">
Le Monde Diplomatique Brasil</div>
<div class="textoTimes12" style="font-size: 12px;">
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<div class="textoTimes12" style="font-size: 12px;">
Os “rolezinhos” levaram para dentro do paraíso do consumo a afirmação daquilo que esse mesmo espaço lhes nega: sua identidade periférica. Se quando o jovem vai ao shopping namorar ou consumir com alguns amigos ele deve fingir algo que não é, com os rolezinhos ele afirma aquilo que é!</div>
</td></tr>
<tr><td valign="top"><img height="12" src="http://www.diplomatique.org.br/interf/spacer.gif" width="1" /></td></tr>
<tr><td align="left" class="textoTimes12Autor" style="font-size: 11px; font-style: italic;" valign="top">por Renato Souza de Almeida</td></tr>
<tr><td valign="top"><img height="15" src="http://www.diplomatique.org.br/interf/spacer.gif" width="1" /></td></tr>
<tr><td class="textoTimes14" style="font-size: 13px; line-height: 17px;" valign="top"><div class="textoTimes14">
</div>
Osjovens têm criado formas cada vez mais interessantes de manifestação. Desde as jornadas de junho de 2013 – que levou às ruas milhares de brasileiros – até os chamados “rolezinhos” – que também vêm colocando centenas em circulação – se instalou uma crise na análise daqueles que insistiam em afirmar uma possível apatia dessa geração juvenil.<br />
“Sair de rolê...” significa dar uma circulada despretensiosa pela vila ou pela cidade. É possível dar um rolê de trem, de ônibus ou a pé. Geralmente, o rolê está ligado ao lazer ou a alguma prática cultural. Sai de rolê o pichador, o skatista, o caminhante... O que vem chamando a atenção de muita gente é como um simples gesto de sair e circular de forma livre tem ocupado um papel central nas principais mobilizações juvenis na cidade de São Paulo nos últimos tempos.<br />
Não é por menos que o estopim das manifestações de junho foi a luta do Movimento Passe Livre (MPL). O passe livre é uma reivindicação em favor da possibilidade de dar um rolê sem que a catraca – e o tributo que a acompanha – possa impedir. Quando a Polícia Militar decidiu impedir o rolê de uma pequena multidão na Avenida Paulista (ainda antes de as manifestações se alastrarem como chama pelo país), alguns dias depois uma imensa quantidade de pessoas tomou o Largo da Batata e seguiu de rolê para a mesma Avenida Paulista, para o Palácio dos Bandeirantes e para muitas outras ruas da cidade. O direito a dar um rolê foi a principal reivindicação daquele histórico movimento de junho de 2013.<br />
Quem não é mais jovem e sempre morou nas periferias de São Paulo, com raras exceções, vai se recordar que a rua era o espaço por excelência da sociabilidade, do lazer e da convivência. Com a chegada do asfalto, vieram também muitos carros e se instituiu como verdade o discurso de que a rua é lugar perigoso e violento. Para muitos adultos, as políticas culturais só se justificam se for para “tirar os jovens das ruas”. Para os jovens, ao contrário, suas ações culturais só têm força e sentido quando acontecem na rua, no espaço público.<br />
A condenação da rua como espaço da violência veio acompanhada da chegada dos shopping centers também às periferias. Muita gente vai ao shopping tentar encontrar um vazio deixado pelo “fim” das ruas. Para além do consumo, busca-se num shopping um passeio mais livre, solto, e a possibilidade de encontro com pessoas de fora do círculo mais próximo, familiar. No entanto, esse encontro não acontece. Tampouco a livre circulação. As pessoas só encontram uma multidão “sem rosto e coração” – nos dizeres dos Racionais MC’s –, e a circulação no interior do shopping não pode ocorrer de forma livre e espontânea. Ela tem regras claras e rígidas: os pobres podem circular pelo shopping, contanto que finjam pertencer a outra classe social. Mesmo que circulem no shopping sem recursos para consumir, eles devem desejar consumir. Da mesma forma, os negros podem circular pelo shopping tranquilamente, desde que finjam ser brancos nas vestimentas, nos cabelos, no comportamento etc.<br />
Os rolezinhos em shoppings – da periferia ou das áreas abastadas –, que se tornaram um fenômeno neste verão, têm características muito semelhantes com os pancadões de rua realizados de forma espontânea e congregam um número significativo de jovens que se reúnem, sobretudo, em torno da expressão cultural do funk. O polêmico e famigerado funk é um dos principais mobilizadores dos jovens na metrópole paulistana. E um dos segredos da sua força não está necessariamente no apelo sexual de algumas músicas ou na sua batida envolvente, mas na forma como <em>ressignificou</em>as ruas para esses jovens. “No dia em que tem pancadão, a rua é nossa!” E se a rua é “nossa”, pode-se fazer qualquer coisa, inclusive não fazer nada... E, se o “som é de preto, de favelado e, quando toca, ninguém fica parado”, não há necessidade de fingir ser outra coisa, como exigem os shoppings centers. Ao contrário, é um momento de afirmação dessa mesma identidade periférica.<br />
Nesse sentido, estar no shopping – no local que a sociedade estabeleceu para substituir a rua – é bastante provocador. Os rolezinhos levaram para dentro do paraíso do consumo a afirmação daquilo que esse mesmo espaço lhes nega: sua identidade periférica. Se quando o jovem vai ao shopping namorar ou consumir com alguns amigos ele deve fingir algo que não é, com os rolezinhos ele afirma aquilo que é! E quando faz essa afirmação ele revela a contradição na lógica dos shopping centers. Ou seja, os rolezinhos põem por terra a aparente circulação livre e o espaço aberto que os shoppings dizem proporcionar. Quando o jovem afirma, por meio do rolezinho, sua identidade de negro e pobre, a contradição se evidencia e a polícia é acionada, e tão logo o paraíso do consumo e do prazer se revela como o inferno do preconceito racial e da violência.<br />
Esses jovens que hoje mobilizam os rolezinhos são intitulados “geração shopping center”, consumista, por parte dos mais velhos. Porém, a prática dos rolezinhos nos shoppings está revelando a contradição mais aguda desse espaço que tentou tomar o <em>locus</em>simbólico da rua. Nos rolezinhos, os jovens não são consumidores, mas produtores. Produzem um novo jeito de circular pelo shopping. Produzem uma prática cultural que se contradiz com esse lugar. Produzem contradição e desordem no sistema. E produzem uma nova gramática política ao afirmar sua classe num espaço que existe para negá-la.<br />
É significativo que os rolezinhos nos shoppings se iniciem num momento em que um projeto de lei que proibia as festas de rua, sobretudo os bailes funks, apresentado por representantes da “bancada da bala”, se encontrava para sanção ou veto do prefeito. O prefeito vetou. Mas as ruas ainda estão longe de pertencer aos jovens. Por isso, os rolezinhos continuaram e aumentaram. Os jovens querem as ruas de volta. O pancadão é só um exemplo dessa demanda. Para demonstrarem que o desejo dos shoppings de assumir o lugar da rua fracassou, os jovens resolveram levar a rua para dentro dos próprios shoppings e escancararam a luta de classes na cidade. É como se o povo não estivesse mais na rua para exigir seus direitos. A própria rua virou um direito que esses jovens exigem.<br />
Uma das respostas encaminhadas pelo governo federal por conta das manifestações de junho foi a aprovação, no mês de agosto, do Estatuto da Juventude. Entre os “novos” direitos apontados em seus artigos, alguns enfatizam a importância da circulação e mobilidade dos jovens, seja no espaço urbano ou no campo. Esse direito, ao lado do direito à produção cultural e da ampliação dos espaços públicos de lazer, está no centro das reivindicações dos jovens, seja nos rolês nos shoppings ou nas jornadas das grandes avenidas.<br />
<br />
<div class="textoTimes12Autor" style="font-size: 11px; font-style: italic;">
Renato Souza de Almeida</div>
<div align="left">
<span style="font-family: Tahoma;">Mestre em Antropologia, professor da Faculdade Paulista de Serviço Social (Fapss), assessor do Instituto Paulista de Juventude (IPJ) e coordenador do Programa de Valorização de Iniciativas Culturais (VAI) da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-78869618481215711242014-02-25T20:22:00.000-03:002014-02-25T20:22:10.842-03:00Caso Adidas é o segundo em dez dias que relaciona o Brasil ao turismo sexual<header style="background-color: #f3f3f3; font-family: 'Open Sans', sans-serif;"><div class="node-info" style="height: 28px; margin-bottom: 19px;">
<span style="color: #787878; font-size: 0.625em; margin-right: 20px;"><span style="font-size: 1.2em; font-weight: 700; padding: 0px 4px;"><h1 class="title" style="color: #0c88d8; font-size: 2.25em; font-style: italic; font-weight: 300; line-height: 1.25em; margin-bottom: 25px; margin-top: 5px;">
Caso Adidas é o segundo em dez dias que relaciona o Brasil ao turismo sexual</h1>
</span></span></div>
<div class="node-info" style="height: 28px; margin-bottom: 19px;">
<span style="color: #787878; font-size: 0.625em; margin-right: 20px;"><span style="font-size: 1.2em; font-weight: 700; padding: 0px 4px;"><br /></span></span></div>
<div class="node-info" style="height: 28px; margin-bottom: 19px;">
<span style="color: #787878; font-size: 0.625em; margin-right: 20px;"><span style="font-size: 1.2em; font-weight: 700; padding: 0px 4px;">Aline Valcarenghi - Repórter da Agência Brasil</span></span> <span style="color: #787878; font-size: 0.625em; margin-right: 20px;">Edição: <span style="font-size: 1.2em; font-weight: 700; padding: 0px 4px;">Fábio Massalli</span></span></div>
</header><div class="content" style="background-color: #f3f3f3; font-family: 'Open Sans', sans-serif;">
<span class="print-link" style="display: block; padding-bottom: 0.5em; text-align: right;"></span><div style="color: #333333; font-size: 0.813em; line-height: 1.6em;">
O presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Flávio Dino, disse hoje em coletiva à imprensa que o <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-02Embratur%20repudia%20incentivo%20ao%20turismo%20sexual%20no%20Brasil" style="color: #0c88d8;">caso das camisetas da Adidas</a> é o segundo de grandes proporções em menos de dez dias que relaciona o Brasil ao turismo sexual. O governo brasileiro pretende se reunir com a Federação Internacional de Futebol (Fifa) e com os patrocinadores da Copa do Mundo para discutir o tema e montar uma estratégia de combate à exploração sexual. "Felizmente [no caso Adidas] prevaleceu o bom-senso e a <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-02/Adidas%20retira%20das%20lojas%20camisetas%20que%20relacionam%20o%20Brasil%20ao%20turismo%20sexual" style="color: #0c88d8;" target="_blank">empresa viu que era uma prática comercial totalmente</a> lesiva no que se refere ao mercado brasileiro", avaliou Dino.</div>
<div style="color: #333333; font-size: 0.813em; line-height: 1.6em;">
Há cerca de 10 dias, o jornal <em>Diário Catarinense</em> veiculou um encarte turístico direcionado a estrangeiros com fotos de mulheres seminuas. A Embratur entrou em contato e manifestou-se contra a publicação e o jornal retratou-se. Em seguida, a Adidas lançou uma camiseta em edição especial da Copa do Mundo no Brasil com figuras que vinculam o Brasil ao turismo sexual. Depois de notificação da Embratur, a empresa anunciou que vai tirar do mercado as camisetas.</div>
<div style="color: #333333; font-size: 0.813em; line-height: 1.6em;">
Segundo Dino, do ponto de vista quantitativo a modalidade de turismo sexual não é expressivo. "Em 2013 os casos foram muito raros", defendeu, acrescentando que a Embratur parte de denúncias. Em 2013 foi registrado apenas um caso, de uma agência de turismo americana que vendia pacotes para turismo sexual no Amazonas travestido de pacote de pesca. O presidente reconhece que há uma subnotificação de casos, mas há um trabalho do governo para combater essa associação.</div>
<div style="color: #333333; font-size: 0.813em; line-height: 1.6em;">
"Queremos uma Copa acolhedora, cordial. Sabemos que a maioria dos estrangeiros que nos visita tem um espirito de festa, que faz parte da cultura brasileira. Mas isso não quer dizer que vale tudo", defendeu Dino.</div>
</div>
Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-26361873225987378562014-02-25T20:14:00.002-03:002014-02-25T20:14:23.611-03:00Termina ciclo de negociações com as Farc<h1 style="background-image: url(http://www.abin.gov.br/images/fundotitulosubpagina.gif); background-repeat: no-repeat no-repeat; border-bottom-color: rgb(212, 208, 200); border-bottom-style: dashed; border-bottom-width: 1px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; list-style: none; margin: 0px 0px 10px; padding: 0px 0px 3px 15px;">
Termina ciclo de negociações com as Farc</h1>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; padding: 0px;">
</div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Leandra Felipe – Correspondente da Agência Brasil/EBC </div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Edição: Nádia Franco</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Em comunicado conjunto, as delegações da Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do governo colombiano que negociam um acordo de paz anunciaram hoje (13), em Havana, o término de mais um ciclo de conversações e informaram que já existe um “esboço” de acordo sobre o problema das drogas, terceiro ponto da agenda de diálogos.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
“Neste momento, podemos dizer que temos os primeiros rascunhos com a base desse acordo [sobre cultivos ilícitos e narcotráfico], e estamos de acordo que a essência de qualquer solução é a reforma rural integral [primeiro ponto da agenda]”, diz o comunicado.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Os negociadores não adiantaram detalhes sobre os pontos que constarão do acordo, mas disseram que um elemento importante no combate ao narcotráfico será o “fortalecimento da presença institucional do Estado em territórios afetados, com ações que promovam o desenvolvimento integral”.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
A declaração conjunta menciona ainda a necessidade de “fechar a fronteira agrícola, a recuperação dos ecossistemas e de promover o desenvolvimento sustentável”. Cada região também deverá ser tratada de maneira distinta, devido às particularidades em cada zona.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
O comunicado não fala sobre propostas levantadas pela mesa quanto à descriminalização do cultivo de maconha, cocaína e papoula no país, para que sejam usadas para fins terapêuticos, conforme as Farc propuseram.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
A solução para o problema das drogas começou a ser discutida em novembro do ano passado. Os negociadores anunciaram que o próximo ciclo começa no dia 24 deste mês, data em que a mesa pretende finalizar a discussão sobre o tema.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Encerrada a discussão desse assunto, deve entrar em pauta a reparação das vítimas do conflito, além da questão do desarmamento e da reintegração de guerrilheiros e de garantias para o cumprimento dos acordos celebrados no pós-conflito.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Desde que foram iniciados em novembro de 2012, os diálogos de paz já produziram acordos parciais sobre o tema agrário e a participação política das Farc, mas os negociadores destacam que não existe “acordo enquanto não houver consenso sobre todos os pontos da agenda de negociação”.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Caso seja bem-sucedido, o processo dará fim a um conflito de quase 50 anos, após pelo menos três tentativas frustradas de negociação anteriores.</div>
</div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Fonte: <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/" style="color: #7498c0; font-weight: bold; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: none;" target="_blank">Agência Brasil (EBC) </a></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
</div>
</div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; padding: 0px;">
</div>
<br style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" />
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; padding: 0px;">
<i style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Publicado em: 14/02/2014</i></div>
Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-60217627203000430692014-02-25T20:13:00.002-03:002014-02-25T20:13:40.766-03:00Seguem protestos na Venezuela<h1 style="background-image: url(http://www.abin.gov.br/images/fundotitulosubpagina.gif); background-repeat: no-repeat no-repeat; border-bottom-color: rgb(212, 208, 200); border-bottom-style: dashed; border-bottom-width: 1px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; list-style: none; margin: 0px 0px 10px; padding: 0px 0px 3px 15px;">
Seguem protestos na Venezuela</h1>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; padding: 0px;">
</div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Leandra Felipe - Correspondente da Agência Brasil/EBC </div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Edição: Carolina Pimentel</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Manifestantes contra e a favor do governo entraram em confronto na VenezuelaTelám/AVN</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Os protestos na Venezuela nessa quarta-feira (12) deixaram três mortos, 61 feridos e 69 pessoas foram detidas por causa dos confrontos entre manifestantes governistas e oposicionistas, segundo o governo do país. </div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
O governo convocou para a tarde de hoje (13) marchas populares “contra o fascismo da oposição”. “Venezuela unida contra o fascismo! Convocamos os movimentos sociais e o povo para uma concentração contra a violência opositora”, anunciou a ministra de Informação, Delcy Rodríguez.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
As ruas ficaram vazias pela manhã, sem os frequentes engarrafamentos, conforme relatos de jornalistas que vivem em Caracas. O movimento nas escolas também diminuiu, porque embora não tenha sido decretada a suspensão das aulas, muitos pais preferiram não levar os filhos aos colégios.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Saiba Mais</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Maduro rejeita ataques violentos em Caracas, que atribui à oposição</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
O trânsito também foi interrompido nas proximidades do Palácio de Miraflores (sede do governo) e o esquema de segurança foi reforçado.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
A imprensa local noticiou que o Serviço Bolivariano de Inteligência recebeu ordens hoje para prender Leopoldo López, um dos líderes da oposição, aliado do governador de Miranda, Henrique Capriles. A ordem de prisão foi expedida pela juíza Ralenys Tovar, sob acusação de homicídio, lesões graves e “associação para delinquência”, conforme a imprensa.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Em sua conta no Twitter, López retrucou: “Maduro sabe bem que o que aconteceu ontem foi plano de vocês. Os mortos e feridos são sua</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
responsabilidade”. Os meios de comunicação nacionais e estrangeiros também comentam que um ex-embaixador venezuelano na Colômbia, Fernando Gerbasi, teria tido uma ordem de prisão expedida.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Até o momento, o governo do país não confirmou as ordens de prisão, mas declarou que irá agir com “autoridade democrática e acionará a Justiça” para punir os responsáveis pelos danos materiais e imateriais.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
As imagens do canal colombiano NTN24 deixaram de ser veiculadas hoje em território venezuelano. Ontem, o canal dava ampla cobertura dos protestos quando o sinal foi interrompido. De acordo com a diretora do canal na Colômbia, Claudia Gurisatti, o governo venezuelano já havia feito “ameaças sobre a retirada em momentos anteriores”, mas não houve notificação sobre a interrupção do sinal.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
A recomendação do governo do país era que as emissoras privadas nacionais e internacionais não deveriam transmitir imagens dos protestos para não “incitar a violência”. Quem não cumprisse, poderia ser penalizado, de acordo com a Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel).</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Fonte: <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/" style="color: #7498c0; font-weight: bold; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: none;" target="_blank">Agência Brasil (EBC) </a></div>
</div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
</div>
</div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; padding: 0px;">
</div>
<br style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" />
<div class="InformacoesPagina" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 20px 0px 0px; padding: 0px; text-align: right;">
</div>
<br />
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; list-style: none; margin: 0px; orphans: auto; padding: 0px; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;">
<i style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; font-style: italic; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: none;">Publicado em: 14/02/2014</i></div>
Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-18324204694741143252014-02-25T20:12:00.004-03:002014-02-25T20:12:56.403-03:00Irã negocia acordo em Viena<h1 style="background-image: url(http://www.abin.gov.br/images/fundotitulosubpagina.gif); background-repeat: no-repeat no-repeat; border-bottom-color: rgb(212, 208, 200); border-bottom-style: dashed; border-bottom-width: 1px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; list-style: none; margin: 0px 0px 10px; padding: 0px 0px 3px 15px;">
<br /></h1>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; padding: 0px;">
</div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
*Da Agência Brasil </div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Edição: Graça Adjuto</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
O Irã tem "vontade política" de chegar a um acordo com as grandes potências sobre o seu programa nuclear, declarou o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Mohammad Javad Zarif, citado hoje pela agência oficial de notícias Irna.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
"Nós estimamos que é possível chegar a um acordo e viemos para cá com a vontade política de conseguir", disse Mohammad Javad Zarif após jantar de trabalho nessa segunda-feira (17) com a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
As negociações entre o Irã e o Grupo 5+1 (formado pelos Estados Unidos, a Rússia, China, França, o Reino Unido e a Alemanha) estão sendo retomadas hoje em Viena, com o objetivo de alcançar um acordo definitivo que permita encerrar uma década de crise entre Teerã e o Ocidente.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
"Se todas as partes participarem das negociações com a vontade política de chegar a uma solução, nós teremos resultados positivos, mas isso leva tempo", acrescentou Ashton.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Ontem, o guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, disse que as negociações "não vão levar a lado nenhum".</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
*Com informações da Agência Lusa</div>
</div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Fonte: <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/" style="color: #7498c0; font-weight: bold; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: none;" target="_blank">Agência Brasil (EBC) </a></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
</div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; padding: 0px;">
</div>
<br style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" />
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; padding: 0px;">
<i style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Publicado em: 18/02/2014</i></div>
Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-87585085960570053652014-02-25T20:12:00.000-03:002014-02-25T20:12:05.732-03:00Venezuela terá dia de protestos<h1 style="background-image: url(http://www.abin.gov.br/images/fundotitulosubpagina.gif); background-repeat: no-repeat no-repeat; border-bottom-color: rgb(212, 208, 200); border-bottom-style: dashed; border-bottom-width: 1px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; list-style: none; margin: 0px 0px 10px; padding: 0px 0px 3px 15px;">
Venezuela terá dia de protestos</h1>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; padding: 0px;">
</div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Leandra Felipe - Correspondente da Agência Brasil/EBC </div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Edição: Graça Adjuto</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Protestos na Venezuela</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Venezuela vive a apreensão de nova onda de manifestações e marchas.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
A Venezuela vive a apreensão de uma nova onda de protestos e marchas marcadas para hoje (18). O líder do Partido da Vontade Popular, Leopoldo López, convocou simpatizantes para saírem às ruas e acompanhá-lo em manifestações que chamou de "resistência", antes que ele se apresente à Justiça. O governo de Nicolás Maduro também convocou a população que o apoia para uma marcha pela paz, contra as manifestações “da direita fascista” </div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
A segunda-feira (17) foi de “relativa calma”, embora tenham ocorrido manifestações em algumas regiões. O metrô de Caracas teve sete estações fechadas durante a tarde, devido aos confrontos entre os funcionários do serviço de transporte e manifestantes.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Apesar de um clima moderado nas ruas, nas redes sociais e nos meios de comunicação locais, a oposição e o governo trocaram acusações e difundiram notícias que denunciaram a manipulação de informações de ambos os lados, como a publicação de fotos montadas, supostamente para incriminar os opostos (por exemplo, fotos falsas de pessoas feridas).</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Saiba Mais</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Diplomatas dos EUA têm 48 horas para deixar Venezuela, diz chanceler</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Mercosul repudia onda de violência na Venezuela</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
A ministra de Comunicação e Informação, Delcy Rodríguez, denunciou, em sua conta no Twitter, que grupos de direita teriam planos de ações violentas para hoje. Ela comentou a denúncia vinculada na estatal Venezuelana de Televisão (VTV), que revela que representantes da direita teriam contratado 300 sicários (como são chamados assassinos contratados) para promover a violência na capital durante as marchas.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
“Alerto a comunidade internacional, porque grupos violentos planejam para hoje tomar o poder à força”, escreveu em sua conta no Twitter. De acordo com as denúncias difundidas pela emissora de TV estatal, setores de oposição teriam um fundo de 120 milhões de bolívares para o pagamento dos assassinos.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Entre os opositores, o clima mostra diferenças. Leopoldo López manteve o plano de manifestações, ainda que o governo tenha dito que ele não poderia fazê-lo e que será capturado.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
O governador do estado de Miranda, Henrique Capriles, procura afastar-se de López, mas mantém as críticas ao governo de Maduro. Em carta divulgada nessa segunda-feira (17), ele pediu que a Constituição do país seja respeitada e defendeu o diálogo como caminho.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
“É o momento para que o governo mostre a vocação humanista que tanto proclama. Esperamos que o governo se retifique, que desarme grupos paramilitares e que cesse com a repressão e a tortura. Que aprove recursos para a compra de alimentos, remédios e papel para a impressão de jornais”, diz a carta.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Desde o início dos protestos, Capriles atribui parte da violência a grupos armados de civis, segundo ele, os coletivos socialistas apoiados pelo governo. Ele disse que respeita posições distintas (de outros opositores), mas que é preciso ter cautela e caminhar para “uma solução real”, em vez de criar “expectativas irreais e personalistas”.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
O governo de Nicolás Maduro nega que existam coletivos armados envolvidos nas manifestações.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
*Com informações da Agência Lusa</div>
</div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Fonte: <a agenciabrasil.ebc.com.br="" href="http://www.abin.gov.br/modules/articles/%3Ca%20href=" http:="" rel="external" style="color: #7498c0; font-weight: bold; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: none;" target="_blank" title="http://agenciabrasil.ebc.com.br">http://agenciabrasil.ebc.com.br</a>" target="_blank">Agência Brasil (EBC) </div>
</div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; padding: 0px;">
</div>
<br style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" />
<div class="InformacoesPagina" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 20px 0px 0px; padding: 0px; text-align: right;">
</div>
<br />
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; list-style: none; margin: 0px; orphans: auto; padding: 0px; text-align: start; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;">
<i style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; font-style: italic; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: none;">Publicado em: 18/02/2014</i></div>
Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-9179912007721121762014-02-25T20:11:00.002-03:002014-02-25T20:11:30.863-03:00Venezuela fará conferência pela Paz<h1 style="background-image: url(http://www.abin.gov.br/images/fundotitulosubpagina.gif); background-repeat: no-repeat no-repeat; border-bottom-color: rgb(212, 208, 200); border-bottom-style: dashed; border-bottom-width: 1px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; list-style: none; margin: 0px 0px 10px; padding: 0px 0px 3px 15px;">
Venezuela fará conferência pela Paz</h1>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; padding: 0px;">
</div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
*Da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto</div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></span></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Palácio da Justiça da Venezuela Miguel Gutiérrez/Agência Lusa</span></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></span></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, informou nesse domingo (23) que convocou uma Conferência Nacional de Paz para a próxima quarta-feira (26), para que todos os setores se reconheçam venezuelanos e digam que querem a paz.</span></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></span></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">"Estou convocando a conferência na quarta-feira, aqui no Palácio Presidencial", disse Maduro, em entrevista transmitida pelo canal estatal VTV. Ele quer reunir os setores políticos e sociais para discutir a situação do país.</span></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></span></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">"Convoco todo o país para a Conferência Nacional de Paz, para nos olharmos nos olhos, para nos reconhecermos como venezuelanos, para dizermos: queremos a paz, vamos fazer a paz", acrescentou o presidente.</span></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></span></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Maduro lembrou que nesta segunda-feira (24) será realizada uma reunião do Conselho Federal, órgão do qual fazem parte todos os governadores, incluindo o líder opositor Henrique Capriles, que já confirmou presença.</span></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></span></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">O presidente da Venezuela informou também que pedirá uma Comissão da Verdade na Assembleia Nacional (Parlamento) para que investigue a violência durante os protestos.</span></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></span></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">“Vou pedir à Assembleia Nacional que forme uma Comissão da Verdade, que investigue toda a violência, todas as denúncia sobre o golpe de Estado em marcha, que investigue todas as mentiras e manipulações nacionais e internacionais”, disse.</span></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></span></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Os protestos contra o governo ocorrem desde o dia 12, quando uma manifestação de estudantes e de opositores ao regime acabou com incidentes violentos e com a morte de três jovens.</span></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></span></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Desde o início dos protestos na Venezuela, 11 pessoas morreram em incidentes relacionados às manifestações. Governo e oposição têm pedido que os protestos decorram sem incidentes, mas além das 11 mortes, já foram registrados mais de 150 feridos e dezenas de detidos.</span></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></span></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">*Com informações da Agência Lusa</span></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></span></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Fonte: </span><a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/" style="color: #7498c0; font-weight: bold; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: none;" target="_blank">Agência Brasil (EBC) </a></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
</div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
</div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; padding: 0px;">
</div>
<br style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" />
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; padding: 0px;">
<i style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Publicado em: 24/02/2014</i></div>
Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-53680829584853586072014-02-25T20:08:00.002-03:002014-02-25T20:08:43.539-03:00Ucrânia propõe conferência internacional<h1 style="background-image: url(http://www.abin.gov.br/images/fundotitulosubpagina.gif); background-repeat: no-repeat no-repeat; border-bottom-color: rgb(212, 208, 200); border-bottom-style: dashed; border-bottom-width: 1px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; list-style: none; margin: 0px 0px 10px; padding: 0px 0px 3px 15px;">
Ucrânia propõe conferência internacional</h1>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; padding: 0px;">
</div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
*Da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
A Ucrânia precisa de US$ 35 bilhões (25,4 bilhões de euros) nos próximos dois anos e pede a realização de uma conferência internacional de doadores, anunciou hoje (24) o ministro interino das Finanças, Iuri Kolobov. “O montante de ajuda econômica que a Ucrânia necessita pode chegar aos US$ 35 bilhões em 2014-2015”, disse ele em comunicado.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
“Pedimos aos nossos parceiros ocidentais a concessão de crédito, dentro de uma semana ou duas”, acrescentou o ministro, sem precisar o valor solicitado.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
A Ucrânia também propôs “organizar uma grande conferência internacional de doadores com a União Europeia (UE), os Estados Unidos, o FMI [Fundo Monetário Internacional] e outras organizações financeiras internacionais, com o objetivo de obter fundos para a modernização e reformas na Ucrânia”, disse ainda Kolobov.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
O presidente interino Olexandre Turchinov advertiu, nesse domingo, que a Ucrânia se encontra à beira de não cumprir os pagamentos. “A Ucrânia está escorregando para um precipício, está à beira de não cumprir os seus pagamentos”, declarou Turchinov, denunciando que o governo do presidente deposto, Viktor Ianukóvich, e de seu primeiro-ministro, Mykola Azarov, “arruinou o país”.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
O Parlamento ucraniano destituiu, no sábado (22), o presidente, depois dos confrontos entre manifestantes e forças de segurança na semana passada, que deixaram 82 mortos no centro de Kiev, embora a oposição fale em mais de 100.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Viktor Ianukóvich, que está desaparecido desde sábado, é alvo de um mandado de prisão por “assassinato em massa”, anunciou o ministro do Interior interino ucraniano, Arsen Avakov. “Uma investigação criminal contra Ianukóvich e outros funcionários governamentais foi aberta por causa da morte em massa de civis. Um mandado de prisão foi assinado", anunciou o ministro em sua página no Facebook.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
A representante da diplomacia europeia, Catherine Ashton, é esperada em Kiev no início da tarde de hoje. Os países ocidentais já demonstraram receio sobre a integridade da Ucrânia após a crise da semana passada.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
A União Europeia já se mostrou pronta a ajudar a Ucrânia, a honrar os seus compromissos financeiros e ajudar a negociar a transição política, disse o ministro das Finanças britânico, George Osborne.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente russo, Vladimir Putin, concordaram que a Ucrânia “deve instaurar rapidamente um governo capaz de agir e que a integridade territorial deve ser preservada”,</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
anunciou a chancelaria alemã.</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Amanhã (25), é esperada a nomeação de um governo interino, que ficará no poder até as eleições presidenciais, em 25 de maio.</div>
</div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<br style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" /></div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
Fonte: <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/" style="color: #7498c0; font-weight: bold; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: none;" target="_blank">Agência Brasil (EBC) </a></div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
</div>
<div style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">
</div>
</div>
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; padding: 0px;">
</div>
<br style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;" />
<div style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; list-style: none; padding: 0px;">
<i style="list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;">Publicado em: 24/02/2014</i></div>
Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-79628410454603438882014-02-25T20:05:00.002-03:002014-02-25T20:05:32.247-03:00Distensão com o Irã continua avançando<h1 class="documentFirstHeading" style="background-color: white; border-bottom-color: rgb(204, 204, 204); border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; font-family: 'Lucida Grande', Verdana, Lucida, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 19px; font-weight: normal; margin: 0pt 0pt 0.25em;">
Distensão com o Irã continua avançando</h1>
<div style="background-color: white; font-family: 'Lucida Grande', Verdana, Lucida, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">
<table detalhe="notícia" style="font-size: 12px;" summary="detalhe notícia"><tbody>
<tr class="clipping-generico" style="color: #5a5a5a; font-size: 11px; font-weight: bold;"><td>O Globo - 11/02/2014</td></tr>
<tr><td> </td></tr>
<tr><td><div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.75em;">
O Irã celebra hoje o 35º aniversário da Revolução Islâmica, justo quando melhoram as relações com o Ocidente após o acordo de 24 de novembro em que Teerã concordou em negociar a gradativa submissão de seu programa nuclear à comunidade internacional, via Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), da ONU. Mas a retórica deve continuar agressiva. Por isto, um dos negociadores iranianos, Abbas Araghi, lembrou que o país “tem problemas com os EUA sobre dúzias de temas”. E concluiu: “Nada mudou. Os EUA ainda são o Grande Satã”.</div>
<div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.75em;">
Mas algumas coisas mudaram sim. Ontem, o presidente Hassan Rouhani reiterou, diante de de embaixadores e dignatários estrangeiros, que Teerã está disposta a chegar a um “acordo definitivo e global” com o grupo 5+1 (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido, mais Alemanha) sobre a questão nuclear. Esta se resume, grosso modo, ao Irã conseguir provar ao Ocidente que seu programa atômico é para fins pacíficos, não tem propósitos bélicos e, portanto, não representa qualquer ameaça ao mundo e, especificamente, a Israel.</div>
<div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.75em;">
No último fim de semana, houve mais uma reunião entre negociadores iranianos e da AIEA. Foi proveitosa. O Irã comprometeu-se a fornecer informações que a Agência busca há anos, inclusive suas pesquisas sobre detonadores. A expectativa é que, a partir destas, seja possível determinar se o programa tem, ou teve, objetivos bélicos. Ainda há muitos problemas: por exemplo, os iranianos não concordaram em abrir à inspeção a unidade de Parchin, ao Sul de Teerã, onde os EUA suspeitam terem sido testados explosivos nucleares. Mas sinais positivos continuam surgindo: a Guarda Revolucionária — a guardiã da linha-dura —, deu sinal verde aos negociadores iranianos.</div>
<div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.75em;">
Porém, no aniversário da Revolução, é preciso dar satisfações. O chefe do organismo nuclear do Irã, Ali Akbar Salehi, anunciou que os técnicos criaram um novo tipo de centrífuga 15 vezes mais poderosa do que as atualmente em uso nas usinas de enriquecimento de urânio. Segundo ele, a máquina será usada em breve no centro médico de Razi, a Oeste de Teerã. Pelo acordo com o 5+1, o Irã se comprometeu a não aumentar o número de centrífugas em operação. Cerca de 10 mil estão em funcionamento mas, conforme o acordado, não podem produzir urânio enriquecido a mais de 3%.</div>
<div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.75em;">
A mudança de postura do Irã não resulta da eleição de um presidente moderado. É o contrário. O regime dos aiatolás é que trabalhou para elegê-lo, para viabilizar uma negociação com o Ocidente que resulte num afrouxamento das sanções que asfixiam a economia iraniana e provocam o descontentamento da população. O efeito das sanções mostrou o acerto dos EUA e do Ocidente de tratar o impasse pelo lado diplomático. Foi criada, assim, a maior chance para um acordo histórico com o Irã.</div>
</td></tr>
</tbody></table>
</div>
Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-20403147117954756722014-02-25T20:04:00.002-03:002014-02-25T20:04:45.711-03:00Senado quer igualar black blocs a terroristas<h1 class="documentFirstHeading" style="background-color: white; border-bottom-color: rgb(204, 204, 204); border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; font-family: 'Lucida Grande', Verdana, Lucida, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 19px; font-weight: normal; margin: 0pt 0pt 0.25em;">
Senado quer igualar black blocs a terroristas</h1>
<div style="background-color: white; font-family: 'Lucida Grande', Verdana, Lucida, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">
<table detalhe="notícia" style="font-size: 12px;" summary="detalhe notícia"><tbody>
<tr class="clipping-generico" style="color: #5a5a5a; font-size: 11px; font-weight: bold;"><td>Jornal de Brasília - 11/02/2014</td></tr>
<tr><td> </td></tr>
<tr><td><h1 class="titulo-integra" style="background-color: transparent; border-bottom-color: rgb(204, 204, 204); border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 19px; font-weight: normal; margin: 0px 0px 25px; padding: 0px; width: 640px;">
<br /><div>
Em um movimento incomum para uma segunda-feira, o Congresso Nacional reagiu imediatamente à morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade. Após um dia de manifestações de repúdio e de cobranças em plenário por punições exemplares, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu colocar em votação em plenário, até a próxima semana, o projeto de lei que define o crime de terrorismo para enquadrar black blocs.<div style="line-height: 1.8em !important; margin-bottom: 0.75em;">
Senadores chegaram a defender que se use a norma para enquadrar ações de vandalismo e depredação cometidas pelos integrantes dos movimentos nas diversas manifestações de rua. Atualmente, não há legislação específica para o crime de terrorismo. Sem uma lei, crimes têm sido enquadrados na Lei de Segurança Nacional, da época da ditadura militar.</div>
<div style="line-height: 1.8em !important; margin-bottom: 0.75em;">
Renan Calheiros disse que o Congresso vai fazer "a sua parte" para aumentar a pena de quem comete tais atos, a fim de inibi-los. "Quando você pune levemente, você passa para a sociedade a ideia de que o crime compensa. E o crime não pode jamais compensar", afirmou.</div>
<div style="line-height: 1.8em !important; margin-bottom: 0.75em;">
"Foi, sim, uma ação terrorista o que nós vimos na manifestação", protestou o primeiro vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC). Pela proposta que deve ir a votação, o crime de terrorismo será punido com 15 a 30 anos de prisão em regime fechado. As penas poderão ser elevadas nos casos em que tenha ocorrido morte e uso de artefato explosivo, como no caso envolvendo o cinegrafista. Se aprovado pelo Senado, o texto terá ainda de passar pela Câmara dos Deputados.</div>
<div style="line-height: 1.8em !important; margin-bottom: 0.75em;">
<strong>Dar um ‘basta’.</strong></div>
<div style="line-height: 1.8em !important; margin-bottom: 0.75em;">
O Conselho de Comunicação Social do Congresso também cobrou dos governos federal e estaduais "medidas urgentes" para garantir a integridade física dos profissionais de imprensa. "No presente e no futuro, é preciso dar um basta a esta crescente violência contra jornalistas, radialistas e outros comunicadores para garantir o direito do cidadão à informação", diz a nota de repúdio do órgão, que foi entregue ao presidente do Senado.</div>
</div>
</h1>
</td></tr>
</tbody></table>
</div>
Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-63300179258840723312014-02-25T20:03:00.002-03:002014-02-25T20:03:45.663-03:00Médico cubano foge do Brasil<h1 class="documentFirstHeading" style="background-color: white; border-bottom-color: rgb(204, 204, 204); border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; font-family: 'Lucida Grande', Verdana, Lucida, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 19px; font-weight: normal; margin: 0pt 0pt 0.25em;">
Médico cubano foge do Brasil</h1>
<div style="background-color: white; font-family: 'Lucida Grande', Verdana, Lucida, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">
<table detalhe="notícia" style="font-size: 12px;" summary="detalhe notícia"><tbody>
<tr><td>Médico cubano foge do Brasil</td></tr>
<tr class="clipping-generico" style="color: #5a5a5a; font-size: 11px; font-weight: bold;"><td>Autor(es): JOÃO VALADARES JULIA CHAIB</td></tr>
<tr class="clipping-generico" style="color: #5a5a5a; font-size: 11px; font-weight: bold;"><td>Correio Braziliense - 11/02/2014</td></tr>
<tr><td> </td></tr>
<tr><td><div align="justify" style="font-family: Verdana; font-size: 11.8182px; margin-bottom: 0.75em; text-align: justify;">
Entidade com sede em Miami auxiliou profissional lotado no interior paulista a deixar o país. É o segundo caso de estrangeiros da ilha caribenha que abandonam o programa federal</div>
<div style="font-family: Verdana; font-size: 11.8182px; margin-bottom: 0.75em; text-align: justify;">
<br />O médico cubano Ortelio Jaime Guerra, que há uma semana abandonou um posto de trabalho do programa Mais Médicos em Pariquera-Açu, interior de São Paulo, fugiu do Brasil para os Estados Unidos com o auxílio da organização não governamental (ONG) Solidariedade sem Fronteiras. Julio Cesar Alfonso, presidente da entidade que ajuda cubanos da área de saúde que desertaram de missões pelo mundo, confirmou ao Correio o auxílio prestado a Ortelio. A ONG tem sede em Miami. Cubanos “resgatados” pela entidade conseguem uma espécie de visto humanitário para entrar nos Estados Unidos. Trata-se do Cuban Medical Professional Parole (CMPP), criado pelo governo George W. Bush em 2006.<br /><br />Desde a semana passada, o Ministério da Saúde havia sido notificado pela prefeitura de Pariquera-Açu do desaparecimento de Ortelio. O município comunicou que o profissional cubano tinha abandonado o serviço e que não possuía informações sobre o paradeiro dele. Ontem, em sua conta no Facebook, o médico informou aos amigos que já estava em solo norte-americano.<br /><br />Em uma foto postada em 2 de fevereiro, na qual aparece ao lado de dois amigos em São Paulo, Ortelio explicou que precisou ir embora sem falar com ninguém por questões de segurança. Ele ressaltou que a imagem é da última noite na cidade. No fim da tarde de ontem, a foto já havia sido compartilhada por mais de 300 pessoas. Muitos amigos deixaram mensagens de apoio e pregaram “liberdade aos médicos cubanos”.<br /><br /><strong>Agradecimento</strong><br />O profissional, especializado em nefrologia, agradeceu a várias pessoas que trabalharam com ele no Brasil. Ortelio salientou que estava bem e avisou que precisava “dar esse passo”. “Para todos os meus amigos que me enviaram mensagens preocupados com minha ausência, eu agradeço infinitamente. Agora, estou nos Estados Unidos e, embora considere necessário dar esse passo, tenho muito orgulho da minha terra e das minhas raízes. Um grande abraço para todos. Obrigado, mais uma vez, pela preocupação”, escreveu.<br /><br />Ortelio fazia parte do chamado segundo ciclo de cubanos que chegaram ao Brasil, em novembro do ano passado. Após três semanas de treinamento em São Paulo, o profissional seguiu para Pariquera-Açu. O Ministério da Saúde comunicou que o desligamento do médico está sendo providenciado para que outro profissional o substitua.<br /><br />Há uma semana, o programa havia registrado o primeiro caso de deserção. A médica cubana Ramona Matos Rodriguez fugiu da cidade de Pacajá (PA), onde estava desde outubro trabalhando em um posto de saúde, e viajou para Brasília. Ela está morando na casa de um deputado do DEM enquanto espera a análise do pedido de refúgio feito ao governo brasileiro. A médica apresentou um contrato, que prevê o repasse de R$ 1 mil, sendo que US$ 400 são depositados em uma conta no Brasil, outros US$ 50 podem ser movimentados por uma pessoa indicada por ela em Cuba e os demais US$ 550 ficam em uma conta na ilha caribenha, mas só serão disponibilizados depois do fim da missão.<br /><em>Colaborou Adriana Caitano</em><br /><br /><strong>“Para todos os meus amigos que me enviaram mensagens preocupados com minha ausência, eu <em>agradeço infinitamente. Agora, estou nos Estados Unidos” </em></strong><em><br />Ortelio Jaime Guerra, profissional cubano que deixou o Mais Médicos</em></div>
</td></tr>
</tbody></table>
</div>
Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-79970784941631086422014-02-25T19:47:00.003-03:002014-02-25T19:47:42.745-03:00Cameron discursará a favor da Escócia no Reino Unido<h1 class="documentFirstHeading" style="background-color: white; border-bottom-color: rgb(204, 204, 204); border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; font-family: 'Lucida Grande', Verdana, Lucida, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 19px; font-weight: normal; margin: 0pt 0pt 0.25em;">
Cameron discursará a favor da Escócia no Reino Unido</h1>
<div style="background-color: white; font-family: 'Lucida Grande', Verdana, Lucida, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">
<table detalhe="notícia" style="font-size: 12px;" summary="detalhe notícia"><tbody>
<tr class="clipping-generico" style="color: #5a5a5a; font-size: 11px; font-weight: bold;"><td>Jornal de Brasília - 07/02/2014</td></tr>
<tr><td> </td></tr>
<tr><td><h1 class="titulo-integra" style="background-color: transparent; border-bottom-color: rgb(204, 204, 204); border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 19px; font-weight: normal; margin: 0px 0px 25px; padding: 0px; width: 640px;">
<br /><div>
O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, deve discursar nesta sexta-feira que os britânicos perderão força se a Escócia optar pela independência em um referendo marcado para setembro.<div style="line-height: 1.8em !important; margin-bottom: 0.75em;">
Em texto do discurso preparado essa sexta-feira e já divulgado na internet, Cameron diz que "nós seríamos profundamente reduzidos sem a Escócia". O primeiro-ministro discursará no Parque Olímpico de Londres.</div>
<div style="line-height: 1.8em !important; margin-bottom: 0.75em;">
Segundo o texto do discurso, Cameron deverá dizer que sem a Escócia o Reino Unido perderia reputação. "O simples fato é que nós importamos mais para o mundo juntos."</div>
<div style="line-height: 1.8em !important; margin-bottom: 0.75em;">
Em seus discursos, Cameron tem repetido que a continuidade da união é a melhor opção para os países envolvidos. Pesquisas de opinião mostram que a maior parte da população nas outras três nações da união também quer que a Escócia permaneça na união. "Vocês não têm um voto, mas vocês tem uma voz", afirmou o texto, em mensagem aos cidadãos da Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte.<span class="Apple-converted-space"> </span></div>
</div>
</h1>
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</tbody></table>
</div>
Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3382586229872039864.post-17166951968642205082014-02-25T19:46:00.000-03:002014-02-25T19:46:10.483-03:00Uruguai, vanguarda dos direitos civis<h1 class="documentFirstHeading" style="background-color: white; border-bottom-color: rgb(204, 204, 204); border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; font-family: 'Lucida Grande', Verdana, Lucida, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 19px; font-weight: normal; margin: 0pt 0pt 0.25em;">
Uruguai, vanguarda dos direitos civis</h1>
<div style="background-color: white; font-family: 'Lucida Grande', Verdana, Lucida, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;">
<table detalhe="notícia" style="font-size: 12px;" summary="detalhe notícia"><tbody>
<tr class="clipping-generico" style="color: #5a5a5a; font-size: 11px; font-weight: bold;"><td>Autor(es): Flávia Piovesan</td></tr>
<tr class="clipping-generico" style="color: #5a5a5a; font-size: 11px; font-weight: bold;"><td>O Globo - 06/02/2014</td></tr>
<tr><td> </td></tr>
<tr><td><div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.75em;">
Em 29 de janeiro, o governo do Uruguai enviou ao Congresso um projeto de lei que objetiva facilitar a cidadãos do Mercosul e de países associados ao bloco a obtenção de residência permanente no país. A pioneira iniciativa busca reforçar o caráter integracionista do Uruguai, bem como “fortalecer e aprofundar os laços entre os países da região, por meio de uma política de livre circulação”. Ao enquadrar-se em uma política migratória com base em uma perspectiva de direitos, a proposta destoa do contexto contemporâneo cada vez mais marcado por políticas nacionalistas inspiradas em uma atitude xenófoba com relação ao “não nacional” — basta atentar ao impacto da crescente ascensão de partidos nacionalistas de direita no debate político europeu, sobretudo em Inglaterra, França, Itália, Holanda e Polônia.</div>
<div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.75em;">
Em 10 de dezembro de 2013, o Uruguai tornou-se ainda o 1º país do mundo a legalizar a produção, a distribuição e a venda da maconha sob o controle do Estado. De acordo com a lei, o Estado passa a assumir o controle e a regulação das atividades de importação, produção e aquisição, a qualquer título, armazenamento, comercialização e distribuição da maconha. A lei limita a quantidade máxima que um usuário pode portar (40 gramas), bem como determina o máximo a ser gasto por mês com o consumo do produto. A erva poderá também ser cultivada para uso científico e medicinal, mediante receita médica. A finalidade é esvaziar o poder do narcotráfico e reduzir a dependência dos uruguaios de drogas mais pesadas. Uma vez mais, a proposta do Uruguai destoa da tendência internacional inspirada na fracassada “guerra global contras as drogas”, radicada fundamentalmente na estratégia repressivo-punitiva de combate. Como reconhece a própria Comissão Global de Políticas sobre as Drogas — formada por líderes políticos e empresariais — na voz de seu integrante Richard Branson, empresário britânico e fundador do Grupo Virgin, “a guerra contra as drogas falhou em reduzir o seu uso, mas lotou nossas cadeias, custou milhões aos contribuintes, abasteceu o crime organizado e causou milhares de mortes”. Neste debate, destaca-se a exitosa experiência de Portugal, que decidiu por uma política de descriminalização das drogas, não resultando em aumento do consumo, mas em maior controle e vigilância.</div>
<div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.75em;">
Não bastando estas inovadoras medidas, outro importante avanço ocorreu em 10 de abril de 2013, quando o Uruguai se tornou o segundo país a aprovar o “matrimônio igualitário” na América do Sul. Ao equiparar o casamento entre homossexuais e heterossexuais — endossando a visão de que “o matrimônio civil é a união permanente de duas pessoas de distinto ou igual sexo” —, o Uruguai se destaca no cenário contemporâneo em que práticas homossexuais ainda são criminalizadas em mais de 70 países no mundo. Afirma o combate à homofobia e a defesa da diversidade sexual, sob o lema de que a orientação sexual não pode justificar a restrição de direitos.</div>
<div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.75em;">
Por fim, em 17 de outubro de 2012, o congresso do Uruguai aprovou lei que permite o aborto nas primeiras 12 semanas de gestação, tornando-se o terceiro país da América Latina a legalizar a interrupção da gravidez. Determina a lei que a decisão a respeito da interrupção da gravidez seja precedida de uma consulta com um comitê integrado por ginecologistas, psicólogos e assistentes sociais, que informará sobre os riscos e as alternativas ao aborto. Sob a ótica da saúde pública e da justiça social, a nova lei está em plena consonância com os parâmetros protetivos internacionais a demandar dos Estados que sejam revisadas as legislações punitivas em relação ao aborto, a ser enfrentado como problema de saúde pública. Constata-se uma ineficácia social dramática das normas penais incriminadoras do aborto, que, ao fim, não protegem a mulher nem tampouco o feto, em direta violação à autonomia, à liberdade, à vida e à saúde da mulher. Pesquisa de 22 de julho de 2013 revela que, desde a legalização do aborto no Uruguai, nenhuma mulher havia falecido em virtude do procedimento.</div>
<div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 0.75em;">
Estes quatro avanços notáveis no campo dos direitos civis invocam a coragem de romper com a perpetuação de tabus e políticas falidas, ao assumir a ousadia do risco com um experimentalismo de vanguarda. Como reconhece a revista “The Economist”, de 21 de dezembro de 2013, ao premiar o Uruguai como o país do ano (<em>country of the year</em>), “as transformações lá ocorridas não são apenas capazes de aprimorar uma nação, mas têm a potencialidade de beneficiar o mundo”.</div>
</td></tr>
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Cássio Albernazhttp://www.blogger.com/profile/05633551674844882836noreply@blogger.com0