quarta-feira, 20 de março de 2013

CHUVA MATA 16 EM PETRÓPOLIS E DILMA FALA EM 'AÇÃO DRÁSTICA'

CHUVA MATA 16 EM PETRÓPOLIS E DILMA FALA EM 'AÇÃO DRÁSTICA'

CHUVA MATA 16 NO RIO E DILMA DEFENDE ‘MEDIDAS DRÁSTICAS’ EM ÁREAS DE RISCO
O Estado de S. Paulo - 19/03/2013
 

Presidente culpou "pessoas que não querem sair" das áreas de risco; temporal também castigou litoral de SP
Ao menos 16 pessoas morreram, incluindo dois técnicos da Defesa Civil, e 560 ficaram desalojadas após temporal em Petrópolis, na região serrana do Rio. Entre a noite de domingo e a manhã de ontem, choveu na cidade 358 milímetros, mais do que o previsto para todo o mês. Os Rios Quitandinha e Piabanha transbordaram, destruindo casas e provocando alagamentos. Encostas desabaram. Em janeiro de 2011, na pior tragédia de causa natural do País, 71 pessoas morreram no município. Em Roma para a entronização do papa Francisco, a presidente Dilma Rousseff defendeu "ações drásticas" para a retirada de pessoas das áreas de risco. "Acho que devem ser tomadas medidas mais drásticas, para que as pessoas não fiquem onde não podem ficar", afirmou. A chuva castigou também o litoral paulista. A Rodovia Rio-Santos foi liberada depois de 26h fechada. Mil pessoas estão desalojadas em São Sebastião.


Um temporal na região serrana do Rio, que começou na noite de domingo, matou 16 pessoas em áreas de risco de Petrópolis, feriu 33 e deixou 560 desalojados. Em Roma, ao saber do caso, a presidente Dilma Rousseff negou que faltem investimentos governamentais em prevenção de tragédias, mas defendeu ações mais fortes na área. "Eu acho que vão ter de ser tomadas medidas um pouco mais drásticas para que as pessoas não fiquem nas regiões que não podem ficar. O problema é que muitas vezes as pessoas não querem sair."
Dilma também alegou que foi 1 a chuva em abundância que causou a tragédia. "É uma situação muito difícil, porque choveu 300 : milímetros. Quase o tanto que ; chove em um ano em certas regiões do Brasil, choveu em um dia em Petrópolis", insistiu.
Na localidade de Vila São João, no bairro Quitandinha, região central do município, uma encosta desabou e soterrou um número ainda desconhecido de pessoas. Pelo menos quatro moradores estavam desaparecidos até o início da noite de ontem. Segundo moradores, três casas foram destruídas. Somente duas : meninas, de 12 e 15 anos, foram resgatadas com vida. -i    Entre os mortos estão dois técnicos da Defesa Civil municipal que trabalhavam no resgate dos soterrados. "Tinham muita experiência. São insubstituíveis e morreram como heróis. Estavam ali salvando vidas", afirmou o prefeito Rubens Bomtempo (PSDB). A Defesa Civil atendeu a mais de 270 ocorrências desde o início das chuvas.
Com o volume das águas, os Rios Quitandinha e Piabanha, que cortam acidade, transbordaram, destruindo casas e provocando alagamentos em 21 pontos, principalmente nos bairros Quitandinha e Independência.
0 maior índice pluviométrico foi registrado em Quitandinha: 415 milímetros em 24 horas, o equivalente a dois meses de chuva, segundo a prefeitura.
Uma encosta deslizou e interditou a Rua Joaquim Rolla, bem ao lado do Palácio Quitandinha, um cartão-postal dá cidade. À tarde, era possível avistar uma casa de classe média alta, de dois andares, à beira do precipício. Já no bairro Amazonas, uma casa caiu e matou duas pessoas.
Sem socorro. Ao longo do dia, várias autoridades pediram que ; moradores de áreas de risco deixassem suas casas. Um dos si: nais sonoros, por exemplo, foi ! acionado na rua Espírito Santo, onde pessoas foram soterradas.
"Fazemos um apelo para que todas as pessoas deixem as áreas de risco", ressaltou o governador Sérgio Cabral. A remoção de pessoas, porém, vai na contramão do que defendem especialistas das Nações Unidas. Eles já alertaram o governo brasileiro em diversas ocasiões que forçar uma saída deve ser a última alternativa e é algo que precisa ser realizado com extrema cautela para não causar caos social.
Na parte de recursos públicos, o Estado anunciou a liberação de R$ 3 milhões - a prefeitura liberou outros R$ 200 mil. Já a presidente Dilma Rousseff designou a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para acompanhar todo o trabalho e deslocou uma equipe da Força Nacional de Defesa Civil. Jamil Chade.

Sirenes soam, mas pedidos de socorro não são atendidos
A prefeitura de Petrópolis informou que nove sinais sonoros foram acionados na madrugada para que os moradores de quatro bairros deixassem as casas e dez escolas municipais foram abertas para a população.
Mas o secretário de Estado de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões, disse, na manhã de ontem, que grande número de pedidos de socorro não pode ser atendido porque as equipes não conseguiam chegar áos locais afetados. Como o solo encharcado provocava risco de novos desabamentos, o coronel fez um apelo para que as pessoas procurassem locais seguros.
Houve ainda registros de enchentes e deslizamentos de terra, mas sem vítimas, em Teresópolis, Duque de Caxias e Nova Friburgo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário