Brasil tem a 6ª maior economia
Brasil passa Reino Unido e é 6 maior economia |
O Globo - 07/03/2012 |
PIB atinge US$ 2,48 tri, acima dos US$ 2,26 tri dos britânicos. No 4 trimestre, crescimento do país fica apenas em 28 lugar Paulo Justus Apesar do fraco desempenho registrado em 2011, inferior ao de outros países emergentes, o Brasil ultrapassou o Reino Unido e pulou do sétimo para o sexto lugar entre as maiores economias no mundo. Convertido em dólares, o PIB brasileiro chegou a US$ 2,48 trilhões no período, acima dos US$ 2,26 trilhões alcançados pelo Reino Unido - que avançou apenas 0,8% no ano passado. O ranking, segundo o banco WestLB, continua sendo encabeçado pelos Estados Unidos, com US$ 15,32 trilhões, seguido pela China, com US$ 7,42 trilhões. - Estamos próximos da França, que ocupa a quinta posição e teve um PIB 12% maior que o Brasil no ano passado, com US$ 2,78 trilhões - disse o estrategista-chefe do banco, Luciano Rostagno, responsável pela conversão dos PIBs em dólares. Ele acredita que o país deve ultrapassar a França em 2015, estimativa semelhante à do FMI. Isso considerando que o Brasil cresça 3,5% este ano, 4,5% no ano que vem e 5% em 2014 e 2015. Em contrapartida, a variação do PIB francês precisa se manter entre 1,5% e 2,5% nos próximos anos. Resultado foi pior que o de outros emergentes A comparação não é tão positiva para o Brasil quando se examina, não o valor monetário, mas a variação do PIB. Por esse critério, o país ficou na rabeira do Bric (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China) e abaixo de outros emergentes. Numa amostra com 18 economias, os 2,7% registrados em 2011 colocam o Brasil em oitavo lugar, atrás de China (9,2%) e Índia e Peru (ambos com 6,9%), por exemplo. Mas o país bateu as principais economias europeias, que atravessam grave crise financeira, e os EUA (1,7%). Já na análise que leva em consideração o desempenho do quarto trimestre de 2011 frente ao mesmo período do ano anterior, a alta de 1,4% do Brasil o coloca em 28 lugar entre as 46 economias que já divulgaram o dado. - Nosso PIB teve alta de 2,7%, mas a inflação ficou no teto da meta, de 6,5%. Isso mostra que nossa capacidade de crescer não só está limitada, mas está se reduzindo - disse Alessandra Ribeiro, analista da Tendências Consultoria. Segundo ela, o mau desempenho do Brasil em relação aos emergentes mostra que o país ainda não fez a lição de casa. Em 2011, afirmou, a economia brasileira foi, mais uma vez, puxada pelo consumo das famílias, enquanto o desempenho dos países asiáticos refletiu uma poupança maior e um nível mais elevado de investimento. Para o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, as economias asiáticas ainda se beneficiam da proximidade com a China. No caso dos países do Leste da Europa, que também registraram crescimento expressivo, o melhor desempenho se deve à baixa base de comparação dos anos anteriores. - Muitos desses países europeus que tiveram crescimento alto no ano passado sofreram bastante nos anos anteriores. A Letônia, por exemplo, que cresceu 5,8% no quarto trimestre, chegou a ter uma queda de dois dígitos no PIB na época da crise - afirmou. Mesmo na América Latina, o país teve um desempenho aquém do de outras economias. Neste caso, mais uma vez, a falta de investimento fez a diferença, diz Carlos Honorato, professor da Fundação Instituto de Administração (FIA): - Peru e Colômbia crescem mais que o país porque fizeram as reformas do Estado e planejaram a atuação em setores específicos. Não conseguimos ter uma visão de longo prazo. Segundo levantamento da Austin Rating, o crescimento de 2,7% do PIB brasileiro em 2011 ficou abaixo da média de 3,8% dos 18 países que já divulgaram o dado. No quarto trimestre, a alta de 1,4% também ficou abaixo da média de 2,5% de 46 países. |
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