terça-feira, 5 de novembro de 2013

Merkel diz que os EUA grampearam seu celular

Merkel diz que os EUA grampearam seu celular

Merkel cobra Obama ao ser informada de que teve seu celular grampeado
O Estado de S. Paulo - 24/10/2013
 

A chanceler alemã, Angela Merkel, telefonou ontem para o presidente americano, Barack Obama, exigindo explicações após saber que seu celular pessoal teria sido grampeado pela inteligência dos EUA. Obama assegurou à líder alemã que suas comunicações não estão sendo espionadas
Pouco após receber informa­ções de que a inteligência americana teria grampeado seu celular pessoal, a chance­ler alemã, Angela Merkel, li­gou ontem para o presidente Barack Obama exigindo escla­recimentos. Obama assegu­rou a Merkel que os EUA não estão espionando suas comu­nicações, sem dar garantias de que o telefone da líder ale­mã não tenha, no passado, sido alvo de interceptações.
A chanceler pediu "imediatas e abrangentes" explicações sobre as atividades da Agência de Segurança Nacional (NSA) con­tra a Alemanha, segundo um co­municado do governo de Ber­lim. "(Merkel) deixou claro que vê essas práticas, caso sejam comprovadas, como completa­mente inaceitáveis e as condena de forma inequívoca."
O desgaste entre Berlim e Wa­shington é mais um capítulo da crise desencadeada pelas revelações do ex-agente americano Edward Snowden, que expôs de­talhes sobre o aparato de inteli­gência eletrônica que NSA ope­ra em escala global, mesmo con­tra aliados americanos.
No dia anterior, ao receber o em Paris o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, o presi­dente François Hollande havia cobrado explicações sobre no­tícias publicadas pelo jornal Le Monde de que missões diplo­máticas e sistemas informáti­cos do governo da França ti­nham sido alvo dos espiões americanos. Hollande quer que esses escândalos constem da agenda da cúpula do Conse­lho Europeu, que será realiza­da hoje. México e Brasil tam­bém já se irritaram com a espio­nagem de Washington.
A revista alemã Der Spiegel ha­via publicado informações so­bre as práticas de espionagem eletrônica dos EUA contraaAle- manha. No entanto, as informa­ções de que o telefone pessoal da chanceler estaria grampeado partiram do próprio governo ale­mão. Segundo a Spiegel, Merkel está levando "muito a sério" es­sas informações. O governo ale­mão disse estar mantendo reu­niões de alto nível nos últimos dias com representantes da Ca­sa Branca para discutir o caso.
Revés. Em mais um sinal do es­trago provocado pelas denún­cias, deputados europeus apro­varam ontem um texto reco­mendando que o bloco amplie garantias de privacidade digital e suspenda um acordo pelo qual
a inteligência americana tem acesso a uma base de dados com " informações financeiras da Eu­ropa. O tratado entre Washing­ton e Bruxelas oficialmente tem por objetivo investigar movi­mentações de dinheiro de sus­peitos de terrorismo, rastreando o chamado código Swift-usa­do normalmente em transferên­cias internacionais. Mas, segun­do a maioria dos integrantes do braço legislativo da União Euro­peia, há provas de que o governo j americano coletou informa­ções desvinculadas da luta anti- terror.
A decisão do Parlamento Eu­ropeu não tem poder vinculante - ou seja, resume-se a uma reco­mendação aos 37 governos do bloco. A Comissão Europeia, equivalente ao poder executivo da UE, disse ainda estar aguar­dando garantias dos EUA e ne­gou que suspenderá, nos próxi­mos dias, O acordo. / REUTERS e AP

Nenhum comentário:

Postar um comentário