Mais Médicos começa hoje em 13% das cidades
Brasileiros em 454 cidades dão início ao Mais Médicos |
Autor(es): Lígia Formenti |
O Estado de S. Paulo - 02/09/2013 |
Profissionais desembarcam hoje nos municípios contemplados na primeira fase do programa; Ceará receberá maior contingente O desembarque de brasileiros em 454 cidades hoje marca a estreia de fato do Mais Médicos, programa lançado em julho pelo governo federal para ampliar a oferta de profissionais em áreas consideradas prioritárias. Achegada atenderá à demanda de apenas 13% dos municípios que se inscreveram na primeira etapa da iniciativa.
A timidez da estreia é ainda mais
marcante nos Estados do Norte, Amapá, por exemplo, deterá receber três
médicos brasileiros. Acre e Roraima, por sua vez, ficam, cada um, com
nove profissionais. Ceará é o Estado que vai receber maior contingente:
106 médicos, seguido da Bahia, com 103.
Na primeira fase do programa, 3.511
cidades requisitaram 15.460 profissionais para trabalhar no atendimento
de saúde local. A resposta ao convite foi pequena: 1.096 médicos
brasileiros e outros 282 estrangeiros. Há ainda 4 mil cubanos,
recrutados por meio de um acordo firmado entre o governo brasileiro e a
Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Desse convênio, 400 já
desembarcaram no País. Os demais são esperados até dezembro.
Na sexta-feira, uma nova etapa de
inscrições, tanto de médicos quanto de cidades interessadas em
participar do programa, foi concluída. O novo balanço, com números de
novas cidades e candidatos às vagas, deverá ser divulgado hoje. A ideia
é fazer chamamentos mensais até que a demanda seja totalmente
atendida.
Pelas regras do Mais Médicos, a
prefeitura é obrigada a manter a quantidade de profissionais existente
anteriormente. Bolsistas do programa só podem ser incluídos para
expandir a capacidade de atendimento. O controle é feito por meio do
Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde. No sistema, constam os
dados dos médicos que atuam nos municípios. São as prefeituras que
devem arcar com a alimentação e a moradia dos bolsistas.
O ministro da Saúde, Alexandre
Padilha, disse estar convicto de que a acolhida dos profissionais nas
cidades hoje será bem diferente da chegada dos cubanos ao País, na
semana passada. “Estou certo de que eles serão muito bem recebidos pela
população, Há um anseio pela chegada deles”, disse.
A primeira onda é formada por médicos
brasileiros. Para tentar aplacar as críticas de entidades de classe, o
Mais Médicos deu prioridade para profissionais do País. Em uma segunda
etapa, inscreveram-se brasileiros e estrangeiros com diplomas obtidos
no exterior. A terceira fase - e a responsável pela maior parte do
efetivo de profissionais - é fruto do convênio feito com a Opas.
Embora o acordo entre a Opas e o
governo brasileiro tenha sido anunciado há duas semanas, médicos
cubanos há pelo menos seis meses se preparam para trabalhar no Brasil.
Desde o início do ano, profissionais em várias regiões de Cuba recebem
aulas de português e sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), com
professores destacados pelo governo brasileiro. O material didático
usado é o mesmo adotado no curso de três semanas dado para
estrangeiros.
Reação truculenta. O risco de o ritmo
de adesão de médicos de outras nacionalidades cair ainda mais por
causa dos protestos da semana passada foi descanado por Padilha. “Foi
uma reação truculenta, uma postura isolada que não representa o
sentimento de milhões de brasileiros”, disse.
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