Anencefalia: procurador-geral defende direito de gestante optar se quer manter gravidez
11/04/2012
Renata Giraldi e Paula Laboissiere
Repórteres da Agência Brasil
Repórteres da Agência Brasil
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, defendeu
hoje (11), na sessão de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), o
direito de as gestantes interromperem a gravidez nos casos de fetos
anencéfalos (ausência de cérebro). Porém, ele ressaltou que caberá à
gestante decidir sobre isso. “Não está se afirmando que a mulher deve
[interromper a gravidez]”, destacou
Gurgel lembrou que há uma baixa sobrevida do feto após o parto no caso
dos anencéfalos e considerou a opção pelo aborto nesses casos. “O
anencéfalo é um natimorto cerebral. A antecipação terapêutica do parto
não lesa [nem a legislação nem os direitos individuais]”, disse ele.
O julgamento começou por volta das 9h40 desta quarta-feira. A previsão é
que a sessão dure todo o dia. O processo sobre o tema aguarda análise
na Suprema Corte há oito anos. O assunto divide opiniões.
O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, que é o relator do caso,
apresentou seu parecer, mas não antecipou o voto. Em seguida, virão os
ministros Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski,
Carlos Ayres Britto, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e
Cezar Pelluso.
O ministro Antonio Dias Toffoli não votará, pois no passado, quando era
advogado-geral da União, manifestou-se favorável à interrupção da
gravidez no caso de anencéfalos.
O julgamento é acompanhado por favoráveis, contrários e curiosos. Há
pessoas na parte de fora do prédio e também algumas conseguiram entrar
para acompanhar a decisão no plenário do STF. Um forte esquema de
segurança foi organizado para evitar confrontos.
Edição: Talita Cavalcante
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