Mais protestos contra presidente do Egito
Renata Giraldi* - Repórter da Agência BrasilO presidente do Egito, Mouhamed Mursi, reúne-se hoje (26) com magistrados do Conselho Supremo de Justiça para tentar reduzir as manifestações contra o seu governo e impedir o agravamento da crise no país. Na semana passada, Mursi assinou decreto que lhe concede amplos poderes. A medida provocou manifestações violentas em várias cidades e abriu um conflito entre os Poderes Executivo e Judiciário.
O conselho é a mais elevada Corte judicial do Egito. Os integrantes do órgão buscam um entendimento com o presidente e recomendam que os demais juízes e promotores retornem ao trabalho.
Os opositores querem que Mursi anule totalmente o decreto, que classificaram como um risco à democracia. No fim de semana, houve enfrentamentos entre manifestantes e forças policiais.
Na prática, o decreto impede o Judiciário de interferir em decisões do Executivo ou deliberar sobre qualquer medida tomada pelo presidente desde que ele assumiu o cargo, em junho, até que um novo Parlamento seja eleito, no próximo ano, e uma nova Constituição entre em vigor. Também impede os juízes de dissolver a Comissão Constitucional, dominada atualmente por aliados de Mursi, ligados ao grupo islâmico Irmandade Muçulmana.
No fim de semana, Mursi defendeu-se das críticas, argumentando que o decreto que lhe concede amplos poderes é apenas “temporário”.
No ano passado, os egípcios iniciaram uma onda de protestos, que ganhou o nome de Primavera Árabe, contra o então presidente Hosni Mubarak. Depois de 15 dias de manifestações, Mubarak renunciou. Atualmente é alvo de ações judiciais e aguarda julgamento em um hospital militar da região do Cairo, capital egípcia.
*Com informações da BBC Brasil
Edição: Graça Adjuto
Fonte: EBC
Publicado em: 26/11/2012
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