A presidente Dilma
Rousseff prometeu ontem adotar uma "política pró-cíclica de
investimento". Dilma afirmou que defenderá, na próxima reunião do G20,
ações de ajuste fiscal aliadas à expansão econômica. No discurso, diante
do rei da Espanha, Juan Carlos, ela disse, porém, que a retomada do
crescimento "não pode depender apenas de medidas dos países
emergentes".
A presidente Dilma Rousseff prometeu ontem mais uma rodada de medidas
para tentar acelerar a economia, praticamente estagnada no primeiro
trimestre. Ao receber o rei da Espanha, Juan Carlos I, Dilma afirmou
que a intenção do governo é adotar uma "política pró-cíclica de
investimento" para enfrentar a piora do cenário internacional.
"O Brasil também está se preparando para ter, diante do acirramento
da crise e dos processos recessivos na economia internacional, uma
política pró-cíclica de investimento", disse Dilma durante almoço
oferecido ao rei no Palácio do Itamaraty. Há duas semanas, o governo
lançou um pacote de medidas, centrado no aumento do consumo.
Pela manhã, Dilma convocou uma reunião com ministros para discutir o
que pode ser feito para aumentar os investimentos e garantir, ao menos,
uma expansão maior do que a verificada no ano passado, quando a
economia cresceu 2,73%.
Os ministérios com baixo desempenho nos investimentos terão que
correr para acelerar a execução dos projetos prioritários. Os titulares
das áreas mais críticas serão chamados a apresentar um plano de ação e
dar uma resposta rápida. Dilma quer ver resultados já no início do
terceiro trimestre.
Participaram do encontro Guido Mantega (Fazenda), Fernando Pimentel (Desenvolvimento), Miriam Belchior (Planejamento),
Gleisi Hoffman (Casa Civil), além do presidente do BNDES, Luciano
Coutinho, e o secretário do Tesouro, Arno Augustin. No início da noite,
Dilma convocou nova reunião. Até o fechamento desta edição o encontro
ainda não havia terminado.
Dilma está bastante irritada com os números dos investimentos
apresentados pelo Ministério da Fazenda. O diagnóstico apresentado pela
equipe econômica é de que não há falta de recursos, mas a máquina
administrativa não responde a contento. A maior insatisfação é com o
Ministério dos Transportes.
Ontem, no discurso no Itamaraty, Dilma deixou claro que na reunião do
G-20, o grupo das 20 maiores economias, nos dias 18 e 19 no México,
vai insistir na necessidade de adotar medidas de ajuste fiscal aliadas a
incentivos ao crescimento. "A saída da crise passa, fundamentalmente,
pelo crescimento econômico com distribuição de renda, pela criação de
empregos e pelos esforços de combater a pobreza e promover a justiça
social. Tal esforço não é compatível com a paralisia, nem tampouco é
incompatível com a necessária busca do equilíbrio macroeconômico."
"A retomada do crescimento em nível global não pode depender apenas
de medidas adotadas pelos países emergentes. Em um momento de crise é
fundamental insistir em uma ação coordenada e solidária entre todos os
grandes atores da economia mundial", disse a presidente.
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