Governo teme pela Rio+20
Medo de fracasso assombra governo |
Autor(es): » GUILHERME AMADO |
Correio Braziliense - 04/06/2012 |
Na lista dos chefes de Estado ou de Governo que virão ao Rio, falta a confirmação de nomes do primeiro time do concerto internacional, como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a chanceler alemã, Angela Merkel. O primeiro-ministro francês, François Hollande, recém-eleito, já prometeu participar dos debates na capital fluminense. Os líderes dos Brics— Índia, China, Rússia e África do Sul, além do Brasil—estarão no Rio. A presidente Dilma Rousseff disse que o governo brasileiro pretende trabalhar até o último minuto para incrementar a lista de presença. O medo do Itamaraty é que o quórum contraste com o evento a que a Rio+20 faz referência, a Eco-92, ocorrida 20 anos atrás. Na ocasião, o peso do Brasil nas decisões internacionais não era tão grande quanto hoje. Tampouco o então presidente, Fernando Collor, tinha o destaque que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, idealizador da Rio+20, ou a anfitriã desta edição, Dilma Rousseff, têm atualmente. Ainda assim, a cidade recebeu convidados como George Bush e NelsonMandela. O fantasma da Eco-92 também alimenta o medo sobre o que de concreto vai sair do encontro. Enquanto o evento de 20 anos atrás colocou na pauta internacional o tema sustentabilidade e embasou encontros posteriores— como a Conferência de Kyoto —, a Rio+20 corre o risco de não ter um documento final tão forte quanto a Agenda 21, herança da Eco-92, que engajou os países participantes no assunto. Agência Os negociadores brasileiros estão certos de que pelo menos se chegou ao consenso sobre um dos temas em que mais havia impasse: a criação de uma agência ambiental nos moldes da Organização Mundial do Comércio (OMC). A tendência é que a hipótese seja descartada, conforme quer o Brasil, que pretende investir em outro campo: angariar apoio internacional para o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que receberia um orçamento maior e regular. "A União Europeia tem defendido a criação de uma agência ambiental porque ela envolve a necessidade de uma estrutura burocrática que deve ser ratificada pelos países e tramitar por prazos muito longos. Levaríamos ainda mais tempo (para combater os problemas)", explicou o assessor extraordinário para a Rio+20 no Ministério do Meio Ambiente, Fernando Lyrio. |
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