segunda-feira, 25 de junho de 2012

Mercosul suspende participação do Paraguai da próxima cúpula do bloco

O bloco comercial Mercosul suspendeu neste domingo (24) a participação do Paraguai na próxima cúpula regional que o grupo realizará nesta semana, informou a chancelaria argentina.
Em comunicado, a chancelaria argentina informou que os países-membros do Mercosul e os Estados associados expressaram "sua mais enérgica condenação à ruptura da ordem democrática na República do Paraguai, por não ter sido respeitado o devido processo".

Por isso, decidiram "suspender o Paraguai de forma imediata e, por este ato, do direito de participar da Reunião do Conselho do Mercado Comum e da cúpula de presidentes do Mercosul". Os encontros serão realizados na cidade argentina de Mendoza, entre os dias 25 e 29 de junho.
Segundo a agência de notícias Reuters, o Paraguai deve ser suspenso do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) após o impeachment do então presidente do país, Fernando Lugo, disse uma fonte de alto escalão do governo brasileiro à Reuters neste domingo.

"O ponto é transformar este novo governo (paraguaio) em um pária", disse a fonte à Reuters.
Na sexta-feira o Senado do Paraguai decidiu por ampla maioria aprovar o impeachment de Lugo, sob acusação de não ter cumprido suas funções adequadamente no episódio em que 17 sem-terras foram mortos num confronto com a polícia.
No mesmo dia o então vice-presidente, Federico Franco, assumiu como novo chefe de Estado.
Em nota divulgada na noite de sábado (23), o Itamaraty condenou o que chamou de "ruptura da ordem democrática" no país vizinho e avaliou que Lugo não teve garantido amplo direito de defesa, já que o processo de julgamento político havia sido aberto na quinta-feira.
Segundo a fonte do governo brasileiro, o embaixador do país em Assunção, chamado de volta para consultas, não deve retornar ao Paraguai. Essa autoridade disse ainda que o Brasil não pretende romper completamente suas relações com o Paraguai por conta de interesses brasileiros no país, como a usina hidrelétrica binacional de Itaipu.
A fonte disse ainda que o governo brasileiro não manterá contatos com Franco e manterá sua tradição de atuar no caso por meio de organismos multilaterais.
Essa estratégia, segundo essa autoridade, tem o objetivo de abrir um precedente que deixe claro a gravidade das consequências de fatos como o ocorrido no Paraguai.
Especificamente, a meta é garantir que nada parecido aconteça em outros países, como Bolívia e o Peru.
"Essa é uma reação institucional que mostrará aos outros as consequências negativas de uma medida agressiva como essa", completou a fonte.
* Com informações da Reuters e agências internacionais
 

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