Federico Franco apela para Dilma ouvir compatriotas e mudar de opinião sobre suspensão do Paraguai
19/09/2012 -
Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
O presidente do Paraguai, Federico Franco, apelou ontem (18)
para que a presidenta Dilma Rousseff “ouça” os brasileiros que vivem em
território paraguaio e mude de opinião sobre a suspensão do país do
Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Franco disse que
se Dilma ouvir os “compatriotas” perceberá que a destituição do poder do
então presidente Fernando Lugo, em 22 de junho, obedeceu aos preceitos
democráticos.
"Faço votos de que a presidenta [Dilma Rousseff] ouça seus compatriotas
e vizinhos e possa escutar os cidadãos paraguaios de origem brasileira
que vivem aqui e, depois de ouvi-los, entenda que o que ocorreu no
Paraguai foi uma mudança de governo como resultado de um [processo de] impeachment legítimo e constitucionalmente aceito", disse ele.
Franco ressaltou ainda que a relação entre paraguaios e brasileiros
reflete amor. Mas reiterou que o Paraguai é um país independente,
autônomo e livre. "A relação é com o povo brasileiro que nos ama e nos
respeita. O Paraguai é um país livre, soberano e que não aceita tutela”,
disse ele, em Santa Rita, Alto Paraná, no Paraguai.
Ontem, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e o
assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da
República, Marco Aurélio Garcia, destacaram que a suspensão do Paraguai
foi definida de forma unânime pelos líderes políticos da região, que
observaram o rompimento da ordem democrática no país, a partir do
processo de impeachment de Lugo.
Em 29 de junho, as presidentas Dilma Rousseff (Brasil) e Cristina
Kirchner (Argentina) e o presidente José Pepe Mujica (Uruguai) aprovaram
a suspensão do Paraguai no Marcosul até 21 de abril de 2013 – quando
haverá eleições presidenciais no país. A medida foi tomada porque os
presidentes discordaram da forma como Lugo foi destituído do poder, em
22 de junho.
Para Dilma, Cristina e Mujica, a ordem democrática foi rompida no Paraguai, uma vez que Lugo foi submetido ao processo de impeachment
em menos de 24 horas. Um mês depois, o Mercosul formalizou o ingresso
da Venezuela no bloco. A decisão contrariou o Paraguai que, até então,
não havia aprovado a incorporação da Venezuela ao grupo nem participou
das últimas negociações.
*Com informações da agência pública de notícias do Paraguai, Ipparaguay.
Edição: Talita Cavalcante
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