terça-feira, 11 de setembro de 2012

Onze anos após ataques do 11/9, EUA enfrentam acusações de abuso de direitos humanos

Onze anos após ataques do 11/9, EUA enfrentam acusações de abuso de direitos humanos

 

Em 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos eram alvo de um dos maiores atentados terroristas da história. Exatos 11 anos depois, o país enfrenta críticas justamente pelas medidas tomadas depois dos atentados.
Nas últimas semanas, os EUA foram acusados de violar direitos humanos no Afeganistão e na captura e morte de Osama bin Laden. Segundo um livro recém-lançado por um ex-militar, o líder da Al Qaeda já tinha levado um tiro na cabeça quando o comando Seal (força especial da Marinha americana) o achou em seu quarto, em uma casa, em Abbottabad, no Paquistão.


Sob o título "No Easy Day: The Firsthand Account Of The Mission That Killed Osama Bin Laden" ("Um dia nada fácil: o primeiro relato da missão que matou Osama Bin Laden", em tradução livre) a publicação oferece um relato em primeira pessoa da operação de 2 de maio de 2011.
O governo de Obama havia indicado que Bin Laden fora visto na entrada do quarto e que depois voltou correndo para dentro dele, o que fez os integrantes do comando suspeitarem de que poderia estar procurando por uma arma.
Mas o autor, que escreve sob o pseudônimo de Mark Owen - embora já tenha sido identificado como Matt Bissonnette pela imprensa -, assegura que Bin Laden recebeu um tiro do comando Seal já na porta do quarto e que foi encontrado depois dentro do mesmo cômodo sangrando por causa do ferimento, segundo trechos citados pela imprensa.
Bin Laden sofria convulsões e uma mulher chorava a seu lado. Os integrantes do comando afastaram a mulher dele e voltaram a disparar contra o terrorista, conta o livro.
As autoridades americanas ainda não quiseram fazer comentários sobre os relatos feitos no livro a respeito da operação, que é vista como um dos grandes êxitos da administração Barack Obama.
Mas o Pentágono quer processar o autor da obra, sob a alegação de que o livro contém informações confidenciais e sensíveis.
O porta-voz George Little disse à imprensa que, do ponto de vista do Pentágono, o autor violou o acordo de confidencialidade que havia assinado antes de ser reformado e que errou ao não apresentar os manuscritos às autoridades antes que fossem publicados.
Enviar o livro para uma revisão é uma questão de "bom senso", afirmou.


Inimigos de Gaddafi

O governo americano também é acusado de ter torturado opositores do ex-ditador líbio Muammar Gaddafi, durante a administração de George W. Bush, entre 2003 e 2005.

Segundo a ONG Human Rights Watch, os EUA enviaram inimigos de Gaddafi ao Afeganistão, onde foram presos e torturados, antes de serem mandados de volta à Líbia. Com base em documentos e testemunhos, a ONG fez um relatório, no qual afirma que vários integrantes do Grupo Islâmico de Combate líbio, movimento suspeito de manter vínculos com a Al Qaeda, foram detidos na chamada "guerra contra o terror".
Os prisioneiros, que hoje fazem parte do novo governo da Líbia apoiado pelos EUA, alegam ter sofrido “graves torturas”, tendo sido impedidos de dormir durante dias em uma prisão sem luz e com uma música que era tocada ininterruptamente em um volume alto. Também há relatos de prisioneiros submetidos ao chamado 'submarino' (quando a cabeça do detido é mergulhada na água até que ele esteja a ponto de se asfixiar).
Segundo eles, a prática de prender opositores de Gaddafi sem acusação formal era parte da política de combate ao terrorismo elaborada pelo governo Bush após os atentados de 11 de Setembro. (Com agências internacionais)

 

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