Presidenta Dilma critica os Estados Unidos e nega protecionismo brasileiro
25/09/2012
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Imagem: EBC |
A presidenta Dilma Rousseff reagiu hoje (25), em Nova York,
na abertura da 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas, no seu discurso, a
acusação do governo dos Estados Unidos que o Brasil adotou medidas
protecionistas para garantir mercado aos seus produtos. Dilma ressaltou
que todas as decisões, adotadas no Brasil, são respaldadas pela
Organização Mundial do Comércio (OMC). Ela negou irregularidades ou
desvios de conduta.
Assim como na carta enviada semana passada ao representante do Comércio
Internacional dos Estados Unidos, Ron Kirk, pelo ministro das Relações
Exteriores, Antonio Patriota, Dilma condenou a valorização artificial da
moeda norte-americana, que afeta os países em desenvolvimento,
principalmente o Brasil.
“O protecionismo deve ser combatido, pois confere maior competitividade
de maneira espúria”, disse a presidenta, que abriu a Assembleia Geral
das Nações Unidas. “[Nossas medidas foram] injustamente classificadas
como protecionismo.”
Para a presidenta, é fundamental que os órgãos internacionais, como o
G20 (países mais desenvolvidos do mundo), o Banco Mundial e o Fundo
Monetário Internacional (FMI), passem a atuar no controle da guerra
cambial e do estímulo do crescimento econômico. Dilma chamou esses
órgãos de “mecanismos multilaterais” e alertou sobre as ameaças ao mundo
atual.
“A recessão só agudiza os acontecimentos. [É necessário] um amplo pacto
contra a desesperança que provoca o desemprego e a falta de
oportunidades”, disse a presidenta em referência às medidas de contenção
adotadas por alguns países em busca de soluções para impedir o
agravamento causado pela crise econômica internacional.
Dilma reiterou que as dificuldades, que citou há um ano, quando abriu a
66ª Assembleia Geral das Nações Unidas, ainda permanecem apenas com
alguns “novos contornos”. “Constato a permanência de muitos problemas
que nos afligia cuja solução é cada vez mais urgente”, advertiu ela. “A
crise econômica ganhou novos retornos, a opção por políticas ortodoxas
agrava gerando reflexos em países emergentes.”
Em uma crítica aos líderes políticos dos países europeus e dos Estados
Unidos, a presidenta disse que “as principais lideranças ainda não
encontraram o caminho” para articular alternativas para a economia
associadas à inclusão social. Segundo ela, essa ausência de alternativas
“afeta as camadas mais vulneráveis da população” causando a fome, o
desemprego e a desilusão.
“A história revela que a austeridade quando exagerada e isolada do
crescimento derrota a si mesma. [No Brasil nós] aumentamos nossos
investimentos em infraestrutura e combate à inflação, de inclusão social
e combate à pobreza. Reduzimos a carga tributária e o custo da
energia”, disse Dilma, informando que mais de 40 milhões de brasileiros
foram retirados da pobreza nos últimos anos.
Edição Beto Coura
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