Grécia em chamas
Na Grécia, 100 mil protestam contra arrocho |
Correio Braziliense - 13/02/2012 |
Com coquetéis molotov, 100 mil manifestantes foram às ruas em Atenas e Tessalônica para protestar contra o plano de arrocho fiscal exigido pela União Europeia aprovado pelo parlamento Atenas — Cerca de 100 mil pessoas, segundo a polícia, protestaram neste domingo em Atenas e na cidade de Tessalônica contra o novo plano de arrocho fiscal exigido da Grécia pela União Europeia (UE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O pacote foi aprovado pelo parlamento por volta da meia-noite local, para evitar a quebra do país. Na capital, seis pessoas ficaram feridas e foram hospitalizadas durante confrontos entre forças de segurança e grupos de jovens nas ruas adjacentes à Praça Sintagma, que fica em frente ao parlamento, segundo fontes do Ministério da Saúde. Os incidentes ocorreram quando um grupo de manifestantes pressionou para romper um cordão policial colocado em torno da Assembleia Nacional, e a polícia respondeu imediatamente lançando bombas de gás. Os manifestantes se dirigiram então para as ruas próximas, rapidamente convertidas em campos de batalha, e lançaram pedras e bombas de coquetéis molotov contra as forças de segurança. Os confrontos se prolongaram por mais de duas horas. Um imóvel de um andar, sede de uma loja de cristais de luxo, foi incendiado. Outros 10 edifícios vazios ficaram em chamas por conta do lançamento das bombas caseiras. A população começou a se dirigir à Praça Sintagma no início da tarde, convocada pelas duas grandes centrais sindicais do país, a GSEE, que representam os trabalhadores da iniciativa privada, e a Adedy, que agrega os servidores públicos. Também a esquerda radical se juntou aos movimentos. Segundo os líderes, o objetivo foi expressar a rejeição à adoção de novos cortes de gastos pelo governo, o que só agravará a situação da já combalida economia grega. Estima-se que mais de um quarto da força de trabalho do país esteja desempregada. O novo aperto é uma exigência da UE e do FMI para que a Grécia continue recebendo ajuda financeira e para que o país permaneça na Zona do Euro. Os mercados temem que os gregos deem início a uma onda desordenada de calote. No parlamento, protegido por cerca de 3 mil policiais, o debate político ocorreu com incidentes frequentes entre os governistas e a oposição de esquerda. "Não é fácil viver nas atuais condições. De agora até 2.020, seremos escravos dos alemães", disse Andréas Maragoudakis, engenheiro de 49 anos, à agência France-Presse. Segundo o ministro de Finanças grego, Evangelos Venizelos, a Grécia espera lançar, antes de 17 de fevereiro, a oferta pública a seus credores privados para a reestruturação de sua dívida. Do contrário, o país ficará exposto à quebra. O aval do parlamento é vital para que o governo grego receba autorização do Eurogrupo na próxima na quarta-feira para o desbloqueio do segundo plano de resgate do país. "Caso isso não aconteça antes de 17 de fevereiro, não poderemos lançar oficialmente a operação de troca de títulos para que haja o perdão de 100 bilhões de euros da dívida grega. E não poderemos solucionar o problema do reembolso das obrigações que serão finalizadas entre 14 e 20 de março, em um montante total de 14,5 bilhões de euros", afirmou Venizelos. O descumprimento dos prazos e a consequente quebra do país geraria uma Grécia sem sistema bancário, afirmou Venizelos com a voz tensa antes de ser interrompido pelas vaias da oposição comunista, a qual o ministro acusou de levar o país à "catástrofe". |
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