Aeroportos devem ir a leilão em setembro
Pacote prevê leilão de aeroportos em setembro e investimento de R$ 7,2 bi |
O Estado de S. Paulo - 21/12/2012 |
A
presidente Dilma Rousseff anunciou a privatização dos aeroportos do
Galeão (RJ) e Confins (MG), com expectativa de investimentos de R$ 11,4
bilhões. O leilão deve ocorrer em setembro. Também haverá investimentos
públicos de R$ 7,3 bilhões em 270 aeroportos regionais. Dilma anunciou a
criação de mais uma estatal, a Infraero Serviços. Ao sair da cerimônia,
ela respondeu a jornalistas que quer um "pibão" de presente para 2013.
O
governo federal anunciou ontem o último pacote de medidas econômicas
do ano, desta vez para o setor aeroportuário. Completando as
concessões já comunicadas de rodovias, ferrovias e portos à
iniciativa privada, a presidente Dilma Rousseff anunciou a
privatização dos aeroportos do Galeão (RJ) e Confins (MG), além de
investimentos públicos de R$ 7,3 bilhões em 270 aeroportos regionais,
dos quais 17 serão construídos em 2013.
Com
o objetivo de aumentar a infraestrutura disponível para a aviação geral
(voos executivos e taxi aéreo), a presidente Dilma assinou também um
decreto com normas para a criação de aeroportos civis dedicados só a
esse tipo de serviço. Ela comentou que a demanda deverá aumentar, com a
aproximação da Copa do Mundo e da Olimpíada.
Depois
de quase seis meses de discussões na área técnica do governo, o plano
de leiloar os terminais do Galeão e de Confins à iniciativa privada
finalmente foi lançado. De acordo com o ministro da Secretaria de
Aviação Civil (SAC), Wagner Bittencourt, o leilão desses aeroportos,
hoje controlados pela Infraero, deve ocorrer em setembro de 2013.
O
governo vai exigir no edital que os operadores tenham experiência com
terminais internacionais grandes - no mínimo, 35 milhões de passageiros
por ano. Além disso, os controladores dos aeroportos concedidos em
fevereiro não poderão participar dos novos leilões. Os vencedores terão
51% do controle, e a Infraero, por meio da subsidiária Infraero
Serviços (criada ontem pelo governo) ficará com 49%.
O
governo estima em R$ 11,4 bilhões os investimentos necessários em
Galeão e Confins, sendo R$6,6 bilhões para o terminal carioca e R$ 4,8
bilhões no aeroporto de Belo Horizonte (MG).
As
estimativas técnicas apontam que o leilão dos dois aeroportos deve
render cerca de R$ 15 bilhões ao Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac).
No início do ano, a privatização de Viracopos-Campinas (SP), Guarulhos
(SP) e Brasília (DF) gerou R$ 24,5 bilhões para o cofre do Fnac. Esses
recursos é que vão bancar os investimentos do governo na modernização. e
ampliação de 253 terminais regionais, além da. construção de 17
aeroportos.
Como
antecipou o Estado, a principal beneficiária será a Região Norte, com
previsão de investimentos de R$ 1,7 bilhão em 67 aeroportos. Além
disso, a presidente Dilma Rousseff anunciou investimentos de R$ 2,1
bilhões para 64 aeroportos no Nordeste; R$924milhões em 31 aeroportos
no Centro-Oeste; R$ 1,6 bilhão em 65 aeroportos do Sudeste (19 em São
Paulo); R$ 994 milhões em 43 terminais no Sul.
Os
recursos públicos também vão subsidiar a operação em pequenos
aeroportos regionais, para estimular companhias aéreas menores. O
governo não está satisfeito com o atual duopólio da aviação brasileira,
concentrado nas mãos de TAM e Gol. Os aeroportos regionais com
circulação inferior a 1 milhão de passageiros por ano terão isenção de
tarifa aeroportuária. Além disso, o governo se comprometerá a
subsidiar até metade dos assentos nos voos entre terminais mais
afastados dos grandes centros.
Para
a presidente, o pacote anunciado ontem "conclui o esforço" do governo
em aprimorar a infraestrutura do País. "Nós achamos que os aeroportos
brasileiros são um ótimo negócio comerciar", disse Dilma.
Para
o professor do Departamento de Transporte Aéreo do Instituto
Tecnológico de Aeronáutica (ITA) Cláudio Jorge Pinto Alves, a
exigência de um operador internacional com maior experiência em gestão
de aeroportos e a composição do negócio com a Infraero vão reduzir o
número de candidatos. "Mas imagino que as autoridades já têm a
garantia de participação de pelo menos três empresas, porque ninguém vai
soltarumplano desse tamanho sem essa certeza."
Alves
diz que boa parte das grandes operadoras internacionais são reticentes
quanto à participação da Infraero. E, segundo ele, o aeroporto do
Galeão oferece maior atratividade pelo total de operações - é o
segundo do País em número de voos internacionais - e por causa dos
Jogos Olímpicos de 2016 no Rio. / COLABOROU WLADIMIR D"ANDRADE
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