Oposição síria descarta diálogo com Bashar Al Assad
10/07/2012
Roberta Lopes *
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
"O Conselho Nacional Sírio afirma, desde o início, que não pode haver qualquer diálogo com o regime vigente, mas pode haver conversações sobre a forma de como transitar para um novo sistema político de poder", disse.
Basma Kodmani acrescentou que foi discutido hoje o mecanismo político de solução da crise síria, proposto pela Liga Árabe e que deve ser aprovado pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Defendemos quaisquer conversações, não o diálogo com o regime, mas conversações pela realização desse mecanismo sob a égide da ONU", frisou. "O que hoje une a oposição síria é a concordância em derrubar o poder na Síria e criar um novo sistema político no país. Nós nos dirigimos à Rússia, que desempenha um grande papel e que esperamos ajudará a virar a página ligada ao velho regime e passar para um novo sistema democrático".
Kodmani disse ter ido a Moscou para explicar a sua visão e a da oposição síria sobre a situação e espera que a visita contribua para que os russos se manifestem em defesa do povo sírio e prestem ajuda ao país.
"Esperamos uma resposta da direção russa ao que se passa. Espero que ela nos tente compreender e reaja", frisou. A delegação do CNS terá uma reunião com Serguei Lavrov, ministro russo dos Negócios Estrangeiros.
Makhmud Al Hamza, um dos dirigentes do CNS, considerou que a proposta
de Kofi Annan, enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria,
para a criação de um governo de transição é "precipitada"."Antes de
começar a criar esse governo, é preciso criar as condições essenciais
para isso".
O Grupo de Ação para a Síria
– formado pelos membros do Conselho de Segurança da ONU (China, Rússia,
Estados Unidos, França e Reino Unido) e representantes da Turquia, Liga
Árabe e União Europeia - propôs a formação de um governo de transição
que inclua representantes do governo sírio e da oposição. Essa
alternativa foi apoiada por Annan.As autoridades sírias ainda não deram uma resposta oficial à iniciativa, mas representantes do governo criticaram a proposta alegando que não inclui a opinião dos cidadãos e nem a existência de grupos armados.
A Síria passa por uma grave crise política. Os conflitos entre os
grupos de oposição ao presidente Assad e as forças de segurança do
governo já provocaram a morte de mais de 16 mil pessoas durante quase um
ano e meio.
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