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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Brics investem US$ 100 bi em empresas de países ricos

Brics investem US$ 100 bi em empresas de países ricos

Crise dos países ricos vira oportunidade de expansão para empresas dos Brics
O Estado de S. Paulo - 08/04/2013
 

A crise nos países ricos tomou-se uma oportunidade para empresas dos Brics. Entre 2010 e 2012, companhias do Brasil, Rússia, Índia e China investiram mais de US$ 100 bilhões na compra de grupos da Europa, dos Estados Unidos e até do Japão, segundo dados das Nações Unidas. Em 2012, os estoques totais de investimentos dos Brics - bloco que também inclui a África do Sul - no mundo atingiram a marca recorde de US$ 1,1 trilhão. A China liderou esse movimento

Jamil Chade
CORRESPONDENTE / GENEBRA
A crise nos países ricos tomou-se uma grande oportunidade para as empresas dos Brics. Apenas entre 2010 e 2012, companhias do Brasil, Rússia, Índia e China investiram mais de US$ 100 bilhões na compra de grupos da Europa, dos Estados Unidos e até do Japão, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
Os números da ONU revelam que, ainda que o discurso do bloco de países emergentes seja o de investir no continente africano e promover a cooperação sul-sul, é para a Europa que vai a maior parte dos investimentos de suas empresas.
No total, os estoques de investimentos dos Brics - bloco que também inclui a África do Sul -pelo mundo atingiram em 2012 a marca recorde de US$ 1,1 trilhão. Se no ano 2000 os países do bloco investiam anualmente US$ 7 bilhões, em 2012 esse volume chegou a US$ 120 bilhões. Em dez anos, os Brics passaram de representar 1% do fluxo de investimentos para mais de 9% no mundo.
Do total de estoques de investimentos, porém, apenas US$ 29 bilhões foram investidos nos próprios países do bloco emergente. O mercado americano conta com um volume maior de investimentos dos Brics - cerca de US$ 31 bilhões - que os próprios sócios do grupo. Já na Europa os investimentos chegam a US$ 385 bilhões, 34% do total. No geral, os países ricos contam com estoques de investimentos dos Brics de US$ 470 bilhões. Mas o que mais chama a atenção dos especialistas da ONU é o padrão da entrada dessas empresas nos países ricos. Entre 2010 e 2012, enquanto as economias desenvolvidas viveram estagnações e recessões, o fluxo de investimentos dos Brics a suas economias chegou a US$ 105 bilhões em aquisições.
A China liderou o movimento, com 54% do total. Especialistas apontam que Pequim considera a Europa "mais aberta" que os EUA para investir. Segundo um informe da Câmara de Comércio da UE na China, estatais chinesas estariam até mesmo planejando ampliar essa participação nos próximos anos e aproveitar justamente as privatizações que ocorrerão no Velho Continente por conta da redução dos gastos públicos que governos terão de implementar. Em 2012, a China investiu € 3,3 bilhões na empresa de energia em Portugal, que estava sendo privatizada.
Hoje, o país que mais atrai empresas chinesas é a Alemanha, seguida pela França, Itália e Holanda. No Reino Unido, os chineses já compraram a fábrica dos tradicionais táxis de Londres, a Manganese Bronze. O fundo soberano China Investment Corporation (CIC) é o terceiro maior acionista da Songbird Estates, império que controla o Canary Wharf Group. Bancos chineses :já compraram 28 mil m2 de escritórios em Londres desde o início  da crise financeira.
Nos últimos anos, uma das maiores aquisições da China chegou a US$ 2,2 bilhões e envolveu a Elkem, uma empresa da Noruega  que faz componentes para painéis solares. A chinesa Goldwind ainda comprou a alemã Vensys, produtora de turbinas. Em 2010, o conglomerado chinês Fosun comprou 9,3% das ações do Club Med, cadeia francesa de hotéis. No mesmo ano, os chineses compraram a rede de varejo grega Folli Follie.
As novas multinacionais indianas também optaram pela aquisição de empresas europeias como parte de sua expansão pelo mundo. Grupos como Wipro, Tata Consultancy Services, Infosys e HCL Technologies são apenas alguns do setor de tecnologia que já partem para a ofensiva no Velho Continente e seu mercado de € 155 bilhões.
Na Alemanha, a Indiana Geomegies comprou a 3Cap Technologies, enquanto a Cognizant Technology Solutions levou de uma só vez seis empresas alemãs do setor da tecnologia. Em 12 anos, empresas indianas promoveram aquisições no exterior no total de US$ 116 bilhões. Mas foi nos últimos cinco anos que essa tendência ganhou força, depois que a Tata Steel comprou a Corus Group por US$ 7,6 bilhões e depois adquiriu a Jaguar/Land Rover por US$ 2,3 bilhões.
Leste Europeu. Outro peso pesado entre os investidores dos Brics na Europa é a Rússia. Entre 1991 e 2008, os investimentos de Moscou no Leste Europeu somaram apenas US$ 2,4 bilhões. Mas, desde então, esse volume já ultrapassou US$ 3 bilhões. "Empresas na Rússia descobriram que são rentáveis e que o mercado russo já não é suficiente", disse Kalman Kalotay, pesquisador da Conferência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento. Em Moscou, parte da estratégia de negócios passa diretamente pelos interesses políticos do Kremlin. O maior banco estatal russo, o Sberbank, comprou a divisão do Leste Europeu de um banco austríaco, enquanto outro banco comprou a maior estatal de cigarros da Bulgária.
Na Grécia, quebrada e em recessão há seis anos, investidores russos estão comprando hotéis, como em Zepko, por € 200 milhões. Mas é a Gazprom que lidera a ação dos russos pela Europa. A empresa garante 25% do gás que o Velho Continente consome. Em países como Eslováquia e Bulgária, 90% do gás é fornecido pelos russos.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Brics vão desunidos à 1ª rodada de escolha à OMC

Brics vão desunidos à 1ª rodada de escolha à OMC

Autor(es): Por Assis Moreira | De Genebra
Valor Econômico - 01/04/2013
 

Os países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) chegam sem manifestar alinhamento a um candidato comum na primeira rodada de escolha do novo diretor-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), por causa de suas múltiplas alianças.
Entre amanhã e o dia 9, os 158 países membros da OMC vão fazer a primeira ida ao "confessionário", como é chamada a consulta a ser feita pela troica de embaixadores do Paquistão, Canadá e Suécia. Cada delegação deve apontar suas preferências, no máximo quatro nomes que podem fazer consenso para substituir Pascal Lamy no comando de uma organização chave na governança global.
Dos nove candidatos, um é de país desenvolvido (Nova Zelândia) e outros são de países autoproclamados em desenvolvimento - três da América Latina (Brasil, México, Costa Rica), dois da Ásia (Coreia do Sul e Indonésia), dois da África (Gana e Quênia) e um do Oriente Médio (Jordânia). A primeira rodada de consultas eliminará os quatro candidatos com menor condição de reunir consenso.
O brasileiro Roberto Azevedo é o único que vem dos Brics. Na cúpula dos líderes na semana passada, em Durban (África do Sul), o máximo que o grupo concordou publicamente foi que o próximo diretor-geral da OMC deve ser de país em desenvolvimento.
Mesmo isso teve de ser arrancado após resistência da Rússia, que alegava haver entrado na OMC como país desenvolvido, faz também parte do G-8 (das principais nações industrializadas) e resistia a assinar a declaração que, ao seu ver, poderia ser vista como contrária ao único candidato de país um rico, o neozelandês Tim Groser. Os parceiros insistiram que os Brics, reunidos na África, não podiam deixar de se posicionar sobre o que a grande maioria da OMC aceita, quer e defende.
Sobre candidato preferencial, a Índia ficou em cima do muro, tendo aliança com a Indonésia, com os países africanos e também com o Brasil. A China sabe que seu peso conta e manifesta simpatias sem aprofundar os comprometimentos. A África do Sul tem compromissos regionais com os candidatos africanos.
Assim, na primeira rodada não há candidato caracterizado como sendo dos Brics. A expectativa é de que os grandes emergentes comecem a sinalizar quem apoiam a partir da segunda "rodada de fogo", de onde devem ser eliminados outros três candidatos, sobrando dois finalistas. Ou seja, dependendo de quem continua na disputa, e já não mais presos a apoios regionais, os Brics vão abrir mais o jogo. Azevedo é um candidato que, na opinião de um número importante de observadores, tem condições de passar pela primeira rodada e seguir atraindo apoio.
O jogo de apoios terá de levar em conta também a briga pelos quatro postos de diretor-adjunto da OMC. China, Rússia e países árabes querem uma vaga. Outra briga é pelo comando da Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).

A África do Sul nos Brics

A África do Sul nos Brics

Autor(es): Mpakhama Mbete
Correio Braziliense - 29/03/2013
 

Embaixador da África do Sul no Brasil
A África do Sul sediou, esta semana, a quinta cúpula dos Brics, acrônimo do poderoso grupo formado pelas principais economias emergentes do mundo: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A primeira cúpula foi realizada em Yekateringburg, na Rússia, onde os líderes eleitos dos quatro primeiros países declararam formalmente a sua associação ao bloco econômico. Em 2011, a África do Sul integrou-se aos demais.

As cúpulas são convocadas para que essas grandes economias possam explorar áreas de interesse comum e as discussões centram-se principalmente nas esferas políticas e na promoção do comércio entre os países, sendo identificadas várias oportunidades de negócios, complementaridades econômicas e áreas de cooperação.

Os Brics representam cerca de 40% da população mundial, quase um quinto do Produto Interno Bruto (PIB) do planeta (atualmente estimado em US$ 13,7 trilhões), possuem reservas estrangeiras combinadas de US$ 4,4 trilhões e comandam 17% do comércio mundial, de acordo com a consultoria Africa Strategy Group, promotora da atual cúpula.

Pesquisa conduzida pelos analistas Freemantle Simon e Jeremy Stevens, do Standard Bank, mostrou que o comércio intra-Brics em 2012 chegou a movimentar US$ 310 bilhões. Isso representa um aumento de 10 vezes desde 2002.

Hoje, o comércio intra-Brics é responsável por movimentar quase um quinto do comércio total do grupo de países com mercados emergentes, cujo volume em 2008 correspondia a 13%. Em contraste, a pesquisa mostra que os Brics realizaram menos negócios com a UE no ano passado do que em 2008.

Estima-se que o comércio Brics-África movimentará cerca de US$ 500 bilhões até 2015, o que equivale a aproximadamente 60% do comércio previsto para a China e a África durante o mesmo período.

O salto no comércio dos Brics tem se mostrado bem mais pronunciado na África do Sul. Há uma década, o comércio com as economias do bloco representavam 5% das transações do país africano com o mundo. Em 2012, esse percentual já era de 19%. No ano passado, as exportações da África do Sul para as economias Brics aumentaram para 17%.

Na cúpula desta semana, o governo sul-africano colocou a África em posição central. O tema foi Brics e África: parceria para o desenvolvimento, a integração e a industrialização.

A África do Sul deseja alinhar seus interesses à agenda africana de integração, em vez de apenas focar no acesso a recursos. Apesar de ser o país mais desenvolvido do continente, seu sucesso e futuro estão intimamente ligados ao desenvolvimento econômico e à consolidação da estabilidade e da paz em todo o continente.

Atualmente, a África contribui com apenas 3% do PIB global (a África do Sul é responsável por cerca de 1%), mas o continente tem potencial para avançar muito mais rápido, desde que melhore o acesso ao capital.

É também urgente a necessidade de desenvolver uma melhor infraestrutura e conectividade na África, uma vez que a pobreza desses setores dificulta a integração regional, considerada chave para o crescimento econômico. Grande parte dos países africanos, principalmente os de baixa renda, enfrenta desafios na hora de fechar negócios e atrair investimentos estrangeiros diretos justamente por causa da infraestrutura deficiente.

Recentemente, o Banco Mundial relatou que o custo para solucionar as demandas de infraestrutura na África é de cerca de US$ 93 bilhões por ano. Foi até sugerido que a África do Sul não merecia pertencer ao clube de países líderes em desenvolvimento, porque é a menor das nações Brics em termos de população e de PIB.

No entanto, podemos rebater essa crítica dizendo que a África do Sul pode oferecer aos parceiros do bloco acesso facilitado ao continente africano, que é rico em minerais. O país, portanto, além de importante papel nacional, desempenha função regional fundamental. A demanda por commodities por parte dos Brics tem exercido forte influência sobre o crescimento no continente, o que pôde ser comprovado durante a última crise financeira mundial.

A África do Sul conta ainda com um robusto setor financeiro que pode servir como porta de entrada dos Brics na África.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Brics, bricões e briquinhos

Brics, bricões e briquinhos

Autor(es): Marcelo de Paiva Abreu
O Estado de S. Paulo - 03/09/2012
 

Muitos analistas têm sublinhado a heterogeneidade dos países que compõem o Brics: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Com toda a razão, quando se trata do desempenho nas últimas décadas: enquanto o cerne do grupo, Índia e China, tem crescido a 8% ou 10% ao ano, as demais economias crescem a metade ou um terço disso. Fazer parte do Brics pode satisfazer a vaidade brasileira e alimentar esperanças quanto a articulações diplomáticas, mas é um erro tratar o grupo como homogêneo no que se refere aos temas essenciais.
Há, entretanto, lições úteis a extrair da comparação entre as experiências dos Brics e que explicam a heterogeneidade do seu desempenho. Nos quatro países, a estratégia econômica ao longo da história foi calcada em dois pilares fundamentais. De um lado, a ideia de que faria sentido reduzir a dependência do mundo exterior e dar prioridade à substituição de importações. De outro lado, a crença de que o Estado deveria jogar papel fundamental na economia não apenas como regulador, mas também como provedor de bens e serviços.
Na Rússia, a ênfase em autarquia e Estado precedeu a União Soviética. Já na Rússia czarista, a partir do final do século 19, o modelo econômico foi calcado em ação do Estado e substituição de importações. Depois de 1917, essa ênfase foi levada ao extremo. Na Índia, após período relativamente liberal entre a independência, em 1947, e a morte de Nehru, no início da década de 1960, o modelo enfatizou os mesmos alicerces até o fim dos anos 1980. Na China pré-1980, o modelo socialista ortodoxo combinava em versões extremas a intervenção do Estado e a autarquia. O isolamento da África do Sul sob o apartheid implicou que, antes de 1994, a estratégia econômica dependesse da minimização à exposição externa e de alto grau de interferência do Estado na atividade econômica.
No Brasil, a partir de meados do século 19, houve continuidade na estratégia econômica que combinava autarquia e intervenção estatal. Desde cedo no Império, as tarifas de importação eram muito altas, inicialmente justificadas por razões fiscais, mas depois claramente protecionistas. Na Primeira República, as políticas públicas deixaram de ter como alvo a correção de falhas de mercado em relação à atração de imigrantes e investimento direto estrangeiro e partiram para a administração dos preços de café, explorando o poder de mercado brasileiro. Com a grande depressão, somou-se o controle cambial à tarifa alta. Em 1944, na famosa controvérsia Gudin-Simonsen prevaleceu, na prática, a visão de Simonsen - a despeito de suas fragilidades analíticas - quanto à centralidade dos pilares calcados em autarquia e Estado.
Essa visão sobreviveu galhardamente ao golpe militar e começou a ser erodida na década de 1980 em meio de altíssima inflação combinada à estagnação. As reformas de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, baseadas em visão crítica da potencialidade de longo prazo dos pilares tradicionais, promoveram a abertura comercial e a privatização. Mas o que se tem visto desde 2003, e ainda mais desde 2011, é uma regressão às visões mais primitivas de estratégia econômica calcada em proteção alta e aumento do peso do Estado.
Nas economias mais dinâmicas do Brics - Índia e China -, o que se vê é exatamente o contrário da experiência brasileira no período recente. Na Índia, desde o final dos anos 1980, e na China, desde o final da década de 1970, houve verdadeiras revoluções quanto à abertura dos mercados, a expansão das exportações, atração de capitais estrangeiros e redução do peso do Estado na economia. Nos dois casos houve aumento significativo da formação bruta de capital fixo e, consequentemente, das taxas de expansão do PIB.
A formação bruta de capital fixo na Índia tem sido da ordem de 35% do PIB, saindo de um patamar, nos anos 1980, apenas um pouco melhor do que os atuais míseros 17% do Brasil. Na China, o número estaria em torno de 45%, embora haja significativas distorções de medida provavelmente significativas.
Mesmo nos membros do Brics menos bem-sucedidos, Rússia e África do Sul, nos quais a abertura das economias e a redução do peso do Estado mereceram ênfase bem menor, a formação bruta de capital fixo tem sido da ordem de 23%.
Além disso, sempre é bom relembrar que a tara nacional com relação à manutenção de altos índices de conteúdo nacional nas compras feitas, diretas ou indiretamente, pelo governo faz com que aos baixos níveis de investimento corresponda expansão da capacidade ainda mais limitada, em vista do encarecimento dos bens de capital.
Impressiona a teimosia do Planalto em deixar de reconhecer que a atual estratégia brasileira de crescimento apenas assegura que a economia alterne voos de galinha com pousos forçados. A estratégia que poderia superar a mediocridade do desempenho econômico do País deveria, com o benefício das lições que podem ser extraídas das experiências da China e da Índia, ser baseada na retomada da abertura gradual do mercado brasileiro, na reversão da nova onda estatizante e no aumento da poupança doméstica. Só então seria possível pensar em deixarmos de ser briquinho.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Banco Mundial apoia criação de instituição bancária de desenvolvimento do Brics

Banco Mundial apoia criação de instituição bancária de desenvolvimento do Brics

Renata Giraldi* - Repórter da Agência Brasil

O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, disse hoje (3) que a instituição está disponível para trabalhar em conjunto com o futuro banco de desenvolvimento do Brics (grupo formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul). A decisão de criar o banco foi anunciada na semana passada, durante a quarta reunião do bloco, em Nova Delhi, na Índia.

“Trabalhamos com os bancos regionais de desenvolvimento e tenho parcerias com esses bancos”, disse Zoellick, no Fórum Boao, que debateu a integração econômica da Ásia, em Hainão, na China. “Por princípio, se os países do Brics pretendem desenvolver [o seu banco], nós trabalharemos com ele.”, acrescentou.

A ideia é que a nova instituição bancária seja uma espécie de alternativa ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Na semana passada, foi anunciada a criação de um grupo de trabalho, integrado por representantes de todos os países do Brics. O grupo deve definir os termos de referência, a estrutura do organismo, como será integralizado o capital e as práticas de comércio bilateral e multilateral.

A proposta do banco do Brics é estabelecer um mecanismo que permita o financiamento de projetos exclusivamente nos países em desenvolvimento. A ideia é que a presidência da instituição seja rotativa entre os cinco integrantes do Brics. Paralelamente, os líderes presentes aos debates deverão reiterar a defesa da ampliação do FMI.

Apoiaram a criação do banco a presidenta Dilma Rousseff e os presidentes Dmitri Medvedev (Rússia), Hu Jintao (China) e Jacob Zuma (África do Sul), além do primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh.

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa//Edição: Graça Adjuto

Brasil, Índia, Rússia e China mostram reações positivas à crise econômica internacional, avalia OCDE

Brasil, Índia, Rússia e China mostram reações positivas à crise econômica internacional, avalia OCDE

10/04/2012

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil


Brasília – As economias do Brasil, da Índia, da Rússia e da China mostram “sinais positivos” de avanços e reações aos impactos da crise econômica internacional, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em relatório, divulgado hoje (10), a OCDE informou ainda que o Japão e os Estados Unidos também demonstram recuperação de suas economias.
De acordo com o documento, a tendência geral é mudanças positivas e mais dinamismo nas economias mundiais. Porém, as economias da Itália e da França ainda se mantêm em ritmo lento, avalia a OCDE. Movimentos mais positivos são observados na Alemanha e no Reino Unido.
Os efeitos da crise econômica internacional ainda predominam nas discussões durante reuniões de líderes políticos. Ontem (9) a presidenta Dilma Rousseff conversou com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre o assunto. Segundo ela, é necessário ampliar as parcerias para buscar fortalecer os países e consequentemente motivar a economia.
Dilma também condenou o protecionismo internacional, adotado principalmente pelas nações desenvolvidas, impondo restrições às exportações. “O governo repudia toda e qualquer forma de protecionismo, inclusive o protecionismo cambial”, disse.
A presidenta chamou a valorização de moedas de “doença holandesa” e classificou a alta do petróleo como prejudicial porque despreza as necessidades de populações pobres em benefício de pequenos grupos econômicos.

Edição: Lílian Beraldo

quinta-feira, 29 de março de 2012

Brics criam grupo para organizar banco de desenvolvimento e decidem adotar moeda local

Brics criam grupo para organizar banco de desenvolvimento e decidem adotar moeda local

Renata Giraldi* - Repórter da Agência Brasil

O Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul se empenharão para ter um banco de desenvolvimento específico para a região do Brics – formado pelos cinco países. Um grupo de trabalho, formado por técnicos das cinco nações, fará os estudos para organizar e montar a instituição financeira. Mas, antes de sua consolidação, a região vai negociar internamente com moedas locais.

As decisões foram definidas hoje (29) em declaração conjunta assinada pela presidenta Dilma Rousseff e pelos presidentes Dmitri Medvedev (Rússia), Hu Jintao (China) e Jacob Zuma (África do Sul), além do primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, no encerramento da 4ª Cúpula do Brics, em Nova Delhi (na Índia).

A presidenta disse que a criação do banco é “indício positivo”. Segundo ela, os países do Brics mostram que é possível crescer economicamente, distribuindo renda e gerando empregos. Ela elogiou a iniciativa conjunta de passar a adotar moedas locais nas negociações internas do bloco. “[Os países] Brics são um elemento dinâmico no comércio internacional”, disse.

A proposta de criação do banco de desenvolvimento do Brics foi apresentada pelo primeiro-ministro indiano. A ideia é que a nova instituição seja uma espécie de alternativa ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Os detalhes serão fixados pelo grupo de trabalho que organizará sua criação.

Para os negociadores brasileiros, o processo de criação do banco ocorrerá a longo prazo, pois será necessário definir uma série de aspectos, como os termos de referência, a estrutura do organismo, como será integralizado o capital e as práticas de comércio bilateral e multilateral.

Os indianos argumentam que o objetivo é estabelecer um mecanismo que permita o financiamento de projetos exclusivamente nos países em desenvolvimento. A presidência da instituição deve ser  rotativa entre os cinco integrantes do Brics. Paralelamente, os líderes presentes aos debates deverão reiterar a defesa da ampliação do FMI.

*Colaborou Karla Wathier, de Nova Delhi, na Índia//Edição: Graça Adjuto

Dilma pede à comunidade internacional que respeite e valorize os países do Brics

Dilma pede à comunidade internacional que respeite e valorize os países do Brics

29/03/2012


Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil



Fonte: EBC
A presidenta Dilma Rousseff apelou hoje (29) para que a comunidade internacional passe a respeitar e a valorizar mais os países que integram o Brics – grupo que reúne o Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul. Ela lembrou que apenas o bloco será responsável por 56% da economia do mundo, de acordo com previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI). Dilma condenou o protecionismo e defendeu a busca do crescimento econômico equilibrado em meio à crise atual e seus efeitos.
“Os [países do] Brics tornaram-se o mais importante motor da economia mundial”, ressaltou a presidenta, no encerramento da 4ª Cúpula do Brics, em Nova Delhi, na Índia. Ela lembrou ainda que os países desenvolvidos “exportaram a crise” para as demais regiões e a busca por soluções para a resolver o problema gerou o protecionismo mais intenso.
A presidenta fez um discurso de 14 minutos e uma declaração à imprensa ao lado dos demais líderes do Brics, ao final das reuniões ocorridas ao longo dessa quinta-feira. Ela tem ainda conversas bilaterais com os presidentes Hu Jintao (China) e Dmitri Medvedev (Rússia). Ontem (28), ela se reuniu com o presidente da África do Sul, Jacob Zuma.
Dilma destacou que apenas as soluções exclusivas, adotadas por alguns governos, não são suficientes: “[Essas medidas] geram barreiras injustas”. A presidenta elogiou o socorro prestado pelo Banco Central Europeu a alguns países que apresentaram dificuldades. Segundo ela, é preciso estar em alerta sobre a precarização do mercado de trabalho, a recessão e as possibilidades de desemprego, consequência ainda da crise econômica mundial.
Em defesa do equilíbrio econômico, a presidenta ratificou a necessidade de reformas nos sistemas financeiros internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Dilma reiterou que é necessário que esses organismos reflitam o mundo atual. “[É preciso que] reflita o peso dos países emergentes. Os [países que compõem o] Brics têm muito a dizer sobre desenvolvimento econômico e o meio ambiente”, disse.
A presidenta lembrou também que os países desenvolvidos, como os Estados Unidos e vários da Europa, ainda enfrentam os impactos da crise econômica internacional. “O mundo avançado e dos países desenvolvidos não saiu da crise”, alertou. “[É fundamental] alterar a geometria da governança [política e econômica mundial].”
Dilma chegou anteontem (27) à Índia, onde fica até o dia 31 para participar da 4ª Cúpula do Brics. Nas reuniões compareceram,  além de Dilma, o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, e os presidentes  Hu Jintao (China), Dmitri Medvedev (Rússia) e Jacob Zuma (África do Sul). Todos concederam entrevista coletiva hoje.
*Colaborou Karla Wathier, de Nova Delhi, na Índia//Edição: Graça Adjuto