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domingo, 2 de fevereiro de 2014

Realismo diante da Copa do Mundo

Realismo diante da Copa do Mundo

O Globo - 08/01/2014
 

Os estádios deverão estar prontos para receber os jogos, enquanto os problemas ocorrerão pela falta de investimentos em infraestrutura, como em aeroportos


O relacionamento entre autoridades brasileiras e a cúpula da Fifa nunca chegou a ser risonho em torno do projeto da Copa. Escolhido o país, há sete anos, para sediar pela segunda vez o torneio — a primeira, em 1950 —, é certo que houve uma demora para o inicio dos trabalhos. Apenas em 2010 instalou-se o comitê de organização do evento.
Não seria um problema se o poder público, em todos os níveis, fosse um exemplar gerenciador de obras. É muito o contrário, sabe-se. Portanto, cartolas da Fifa — o suíço Joseph Blatter, o primeiro deles, e o francês Jerome Valcker — têm motivos para reclamar de atrasos, embora não contribua em nada para a boa convivência entre a entidade e países-anfitriões a conhecida arrogância com que a federação internacional de futebol conduz seus interesses pelo mundo afora.
Nos últimos dias, Blatter se chocou com a própria Dilma, ao afirmar que a Copa brasileira seria a mais atrasada, à esta altura do calendário, desde sua chegada à Fifa, em 1975. Logo recebeu uma resposta presidencial via twitter, com a garantia de que a deste ano será a “Copa das Copas”.
Exagero de ambos os lados. Desconte-se, ainda, que o relacionamento pessoal entre os dois seria acidentado, a ponto de Blatter ter reclamado da presidente ao técnico Luís Felipe Scolari, segundo o jornal “O Estado de S.Paulo”.
A seis meses do efetivo pontapé inicial, configura-se um quadro previsto já há muito tempo: estádios prontos, ou pelo menos em condições de receber jogos; o entorno de infraestrutura com precariedades e, num plano mais amplo, legados para as cidades-sede parcos ou inexistentes, a depender do caso.
Dos 12 estádios, faltam concluir seis, que não cumpriram a data-limite da Fifa, 31 de dezembro: São Paulo, Manaus, Natal, Cuiabá, Curitiba e Porto Alegre. Mas a previsão é que eles sejam entregues, paulatinamente, até abril. Nada desastroso, portanto. Não há mais solução possível e definitiva é para as dificuldades que existirão, por exemplo, nos aeroportos, cujas obras são vítima dos atrasos nas licitações provocados pela resistência ideológica dentro da máquina pública à cessão de terminais ao setor privado. O resultado está no Portal da Transparência, do governo, em que o balanço dos investimentos em aeroportos é o seguinte: do total previsto de R$ 6,7 bilhões a serem investidos, apenas R$ 1,7 bilhão (25,3%) havia sido contratado e só R$ 900 milhões (13,4%), gastos. O retrato não muda — até piora, em certas cidades —, ao se verificar o andamento de projetos de mobilidade relacionados ao torneio.
Então, não há por que temer um retumbante fracasso, mas, infelizmente, além de estádios, pouco ficará para a população, quando o circo da Fifa for desarmado — com a exceção do Rio, em que há projetos em curso para as Olimpíadas de 2016. É exigir demais da capacidade de o Estado executar projetos. Ele é bom em pagar salários, aposentadorias, etc. E na cobrança de impostos e similares.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

SÓ 5% DAS OBRAS DA COPA ESTÃO PRONTAS

SÓ 5% DAS OBRAS DA COPA ESTÃO PRONTAS

SOMENTE 5% DAS OBRAS ESTÃO PRONTAS
Autor(es): Eduardo Bresciani
O Estado de S. Paulo - 24/05/2012
 

A pouco mais de dois anos da Copa, 41% das obras não tiveram início e apenas 5% delas (cinco de 101) foram concluídas, de acordo com balanço do governo. A fase de definição de projetos de infraestrutura deveria ter sido concluída em 2010, mas 15 obras ainda estão em elaboração e outras 25 não foram iniciadas. Das 55 obras em andamento, 12 são estádios. Desses, apenas quatro superaram a metade das obras: Castelão (Fortaleza), Fonte Nova (Salvador), Mineirão (Belo Horizonte) e Mané Garrincha (Distrito Federal). A mobilidade urbana tem 55% das obras iniciadas. As cinco obras concluídas são melhorias nos aeroportos de Guarulhos, Campinas, Cuiabá e Porto Alegre. Apesar dos números, o governo afirma que o ritmo de execução permitirá entregar 83% dos empreendimentos em 2013 e o restante antes de junho de 2014. O ministro Aldo Rebelo (Esporte) nega a existência de atrasos
A 2 anos do pontapé inicial, 41% das construções do evento nem sequer tiveram início. Ministro Aldo Rebelo não admite atrasos
Faltando pouco mais de dois anos para a Copa do Mundo no Brasil, 41% das obras relacionadas com o evento nem sequer tiveram início e apenas cerca de 5% estão concluídas. Os dados são de balanço divulgado pelo governo federal ontem, com informações atualizadas até o dia 25 de abril. De acordo com o levantamento somente 5 das 101 obras foram concluídas até agora. Apesar dos números, o governo nega atraso e afirma que o ritmo de execução permitirá entregar 83% dos empreendimentos em 2013 e o restante em 2014 antes de junho, quando começa o evento da Fifa. O balanço mostra que a fase de definição de projetos de infraestrutura deveria ter sido concluída em 2010, mas existem 15 obras que ainda estão em elaboração. Outras 25 obras estão em licitação ou tiveram este processo concluído, mas ainda não tiveram início efetivo. Segundo o governo existem 55 obras em andamento, entre elas as dos 12 estádios que receberão os jogos. Em relação aos estádios apenas quatro superaram a metade das obras.
O Maracanã, no Rio, e a Arena Pernambuco, no Recife, que devem receber jogos da Copa das Confederações já em junho de 2013 tem apenas 45% e 33% das obras concluídas, respectivamente. O estádio mais avançado é o Castelão, de Fortaleza, com 62%. Os estádios privados que receberão reformas, Arena da Baixada, em Curitiba, e Beira Rio, em Porto Alegre, são os com menor execução. Em Curitiba foram exe- cutadas 11% das obras, enquanto no Beira-Rio o número divulgado é de 20%, apesar de o governo admitir que com a revisão do cronograma apenas 8% das obras do estádio foram realizadas. A mobilidade urbana, apontada como principal legado da Copa, tem pouco mais da metade de suas obras iniciadas, 55%. De acordo com o balanço, sete obras ainda estão em projeto, nove em licitação e sete já foram
licitadas e aguardam o início. "A parte de projeto é fundamental para ter um bom desempenho da obra. Não concebo como atraso, mas como ganho porque quando se tem um bom projeto você vai ganhar na execução", disse o ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades) para justificar o estágio destas obras. As únicas cinco obras construídas até agora são de infraestrutura aeroportuária.
São melhorias nos aeroportos de Guarulhos, Campinas, Cuiabá e Porto Alegre. Existem ainda mais 26 obras da área prevista, mas somente 13 já tiveram início, sendo que sete ainda estão em fase de elabora- ção de projetos. Em relação aos portos somente quatro dos que sofrerão intervenção já tiveram as obras iniciadas. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse não haver intenção de excluir nenhuma obra da matriz de responsabilidade para a Copa e afirmou que novos empreendimentos poderão ainda ser incluídos. "Nossa ideia não é de trabalhar com exclusão, mas a de inclusão e a de ampliar". Aldo negou por várias vezes a existência de atrasos. "Vamos tratar com mais generosidade o que está no papel, isso não signi- fica atrasos", disse. "Muitas vezes a estatística mostra tudo, me- nos o essencial", completou. Aldo afirmou que no caso das 15 obras ainda em fase de elaboração de projetos é possível recuperar o tempo perdido durante a execução. O ministro disse respeitar críticas feitas pela Fifa e até pelo ex-jogador Edson Arantes do Nascimento, Pelé, sobre eventuais atrasos, mas destacou que o governo federal está otimista em cumprir os cronogramas. Questionado se seria necessário um "milagre" para concluir tudo a tempo o ministro usou o bom humor. "Creio que nesse caso podemos dispensar os serviços dos santos. Milagres podem socorrer causas mais necessitadas".