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sábado, 7 de julho de 2012

ATOS DA CPI VIRAM DUELO ENTRE GOVERNO E OPOSIÇÃO

ATOS DA CPI VIRAM DUELO ENTRE GOVERNO E OPOSIÇÃO

CPI DO CACHOEIRA TENTA "RESSUSCITAR" E CHAMA DONO DA DELTA E EX-CHEFE DO DNIT
Autor(es): Eugênia Lopes
O Estado de S. Paulo - 06/07/2012
 

Os integrantes da CPI do Cachoeira aprovaram ontem a convocação de Fernando Cavendish (Delta Construções), Luiz Antônio Pagot (ex-diretor do Dnit) e Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto (ex-diretor da Dersa). Os três só prestarão depoimento após 31 de julho, final do recesso parlamentar. E não serão obrigados a falar, já que se tornou prática os convocados pela CPI apresentarem habeas corpus para não responder às perguntas dos parlamentares. A convocação de Paulo Preto é um recurso que o PT pode lançar mão visando às eleições. Ele é acusado por Pagot de usar a Dersa - responsável pelas obras rodoviárias no Estado de São Paulo - para fazer caixa 2 para campanhas de tucanos. Antes do recesso, os parlamentares pretendem ouvir o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT)
Depoimentos devem ocorrer em agosto, em período eleitoral e simultaneamente ao julgamento do mensalão

A CPI do Cachoeira aprovou nesta quinta-feira, 5, a convocação do dono da Delta, Fernando Cavendish. A construtora, que toca obras do governo federal e de diversas gestões estaduais e municipais, é suspeita de integrar um esquema de fraudes por meio do grupo do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Em interceptação telefônica da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, o empresário sugere obter contratos públicos mediante pagamento de propina.
Além de Cavendish, os integrantes da comissão aprovaram a convocação de outras testemunhas que podem trazer problemas políticos tanto para governistas quanto para opositores. São eles o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antonio Pagot, e o ex-diretor da empresa responsável pelas obras rodoviárias paulistas (Dersa), Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto.
As convocações são uma tentativa de tentar "ressuscitar" a CPI, cujos integrantes passaram a ser alvo de duras críticas após terem barrado a presença de Cavendish e de Pagot duas semanas atrás. Os depoimentos dos dois, além do de Souza, devem ocorrer só em agosto, por causa do recesso do Congresso Nacional, que vai de 18 a 31 de julho.
Antes do recesso, no entanto, os parlamentares da comissão pretendem ouvir o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), flagrado em vídeo no qual promete benefícios a Cachoeira em troca de ajuda financeira para sua campanha ao cargo em 2004. A previsão é que o petista vá ao Congresso já na próxima terça-feira.
Blindagem. A aprovação das convocações de Cavendish, Pagot e Souza só ocorreu após acordo entre os integrantes da comissão. Eles decidiram que, se o depoente conseguir um habeas corpus que garanta seu silêncio – vários já obtiveram o benefício, inclusive Cachoeira –, será dispensado sem que sejam registradas perguntas. "Isso é uma piada. Fizeram um grande acordo colocando uma mordaça nos parlamentares para proteger todos os que foram convocados hoje (quinta) pela CPI", disse o deputado federal Silvio Costa (PTB-PE).
O advogado do dono da Delta, Técio Lins e Silva, disse nesta quinta esperar que a CPI desista da convocação. "Ele nada tem a dizer."
A ida do ex-diretor da Dersa à comissão foi um contraponto obtido pelos governistas à convocação de Cavendish. A companhia paulista foi responsável pela ampliação da Marginal do Tietê, obra da qual a Delta fez parte. Souza é acusado por Pagot de fazer caixa 2 para campanhas do PSDB – a sigla nega a denúncia.
Trata-se de algo que petistas pretendem usar politicamente. Até porque os depoimentos ocorrerão em agosto. É o mês em que a campanha vai esquentar por causa da propaganda eleitoral de TV. Também é o mês em que o Supremo Tribunal Federal iniciará o julgamento do mensalão, cujo resultado poderá prejudicar o desempenho do partido.
Para retaliar o PT, os tucanos tentaram aprovar a convocação do deputado petista José de Filippi Júnior (SP), tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff em 2010. Ele também teve seu nome mencionado por Pagot. O PSDB, no entanto, foi derrotado.
"Ele (Filippi Júnior) arrecadou dinheiro para a campanha", afirmou o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG). "No caso de Paulo Preto há denúncia de que a verba foi para caixa 2 e no caso de Fillipi que houve pedido de arrecadação de campanha no caixa 1", afirmou o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG).
Outros convocados. Na última sessão administrativa antes do recesso, os integrantes da CPI aprovaram ainda a convocação de Andréa Aprígio, ex-mulher de Cachoeira, e do empresário Adir Assad, dono de empresas pelas quais teriam transitado recursos da Delta. Também foram aprovados os pedidos de quebras de sigilo bancário, fiscal, telefônico, de SMS e de rádio de pessoas ligadas ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Foi o caso de Jayme Rincon, presidente da Agência Goiânia de Transportes e Obras Públicas (Agetop) e ex-tesoureiro da campanha de Perillo, e de Eliane Gonçalves Pinheiro, ex-chefe de gabinete do tucano.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

CONGRESSO ENFIM VAI CRIAR CPI PARA CACHOEIRA E DEMÓSTENES

CONGRESSO ENFIM VAI CRIAR CPI PARA CACHOEIRA E DEMÓSTENES

E O CONGRESSO PROMETE REAGIR
Autor(es): agência o globo:Maria Lima
O Globo - 11/04/2012
 
Ligações de Cachoeira com parlamentares serão alvo de Conselho de Ética do Senado e CPI
Sob pressão da opinião pública, o Congresso tomou ontem duas iniciativas na tentativa de não ficar mais a reboque das revelações sobre as atividades criminosas do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e sua ligação com parlamentares de diversos partidos, como mostrou a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. O Conselho de Ética do Senado aceitou o pedido do PSOL para investigar, por quebra de decoro parlamentar, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), que em gravações aparece como o braço parlamentar do bicheiro. Também ontem, em ação coordenada e inédita, os principais partidos do Congresso, governistas e de oposição, decidiram criar até o fim da semana uma CPI Mista (CPMI) para investigar a ligação de parlamentares com Cachoeira.
Após semanas acuada pela denúncias contra Demóstenes e o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), a oposição passou a ver a criação da CPI como a oportunidade de atacar o governo. Por isso, a primeira medida do PSDB será exigir que o comando da CPI Mista - a primeira do governo Dilma - seja dividido entre base aliada e oposição.
Caso o governo não aceite, a oposição pretende alardear que não há desejo de investigar os elos do contraventor com a classe política. A manobra só foi tomada após o PSDB mapear os riscos de as denúncias fulminarem o governo de Perillo.
Anteontem, o partido enviou o líder na Câmara, Bruno Araújo (PE), a Goiânia para conversar com o governador. Perillo voltou a assegurar que as denúncias não o ameaçam. Diante disso, o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), exigiu que a CPI funcione sem interferência do Planalto:
- A melhor CPI é aquela que não sabemos como vai terminar. As últimas CPIs que aconteceram aqui foram esvaziadas pela base governista. Nós não vamos impedir investigação nenhuma. Queremos desnudar o conjunto da obra, com o apoio do PT - disse Guerra, comentando o que pode acontecer com o deputado tucano Carlos Leréia (GO), que teve ligações com Cachoeira interceptadas: - O partido tomará a providência cabível. Não tenham dúvida disso, o que for preciso fazer, será feito.
Ministro: governo não teme CPI
Diante da posição uníssona de PT, DEM e PSDB a favor da criação da CPMI - que será composta por deputados e senadores - até o PMDB, que vinha resistindo, aderiu à ideia. Assim, a comissão investigará, além de parlamentares, empresas, jornalistas, governadores e integrantes do governo que tiveram relação com Cachoeira.
Em público, o PT também parece disposto a ir até o fim na investigação. Na noite de segunda-feira, o líder do partido no Senado, Walter Pinheiro (BA) foi à ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que, segundo ele, lavou as mãos. Em tom de ironia, Pinheiro comentou o temor de que as denúncias atinjam o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT):
- Não vi nenhum documento oficial, não sei o que tem por trás dessa rede de Carlinhos Cachoeira. Mas se caiu nessa rede, é peixe!
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria geral da Presidência) afirmou ontem que o Planalto não teme a criação da CPMI.
- Acho que a gente nunca pode ter medo da verdade. Acho que, não é porque teve um deputado do PT que teve contato com esse pessoal, que a gente deva deixar de fazer as investigações. Não vejo razão nenhuma para temer - disse, referindo-se ao deputado petista Rubens Otoni (GO), que numa gravação de oito anos atrás aparece conversando com Cachoeira sobre uma promessa de recursos, no caixa dois, para as eleições de 2004.