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segunda-feira, 22 de julho de 2013

INFLAÇÃO: APERTO MAIOR PARA A CLASSE C

INFLAÇÃO: APERTO MAIOR PARA A CLASSE C

INFLAÇÃO MINA O PODER DE COMPRA DA CLASSE C
Correio Braziliense - 14/06/2013
 

Segundo o IBGE, o aumento nos preços paralisou a ascensão social no Brasil. Juros e dólar devem prejudicar o consumo.

O comércio, que até bem pouco tempo crescia a um ritmo chinês, dá sinais de fadiga. Dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, com a inflação em alta, o varejo já se ressente do esgotamento do processo de ascensão social que marcou o país nos últimos 10 anos. A nova classe média, formada por 40 milhões de brasileiros que engordaram o mercado de consumo nesse período, não só parou de crescer como está vendo o seu poder de compra encolher.
Segundo Reinaldo Pereira, gerente da coordenação de serviços e comércio do IBGE, esse quadro é claro. "Antes, havia a entrada de pessoas na classe média, que vinham com a demanda reprimida e consumiam muitos móveis, eletrodomésticos, informática, celular e veículos. Outras, que já tinham esses bens, queriam produtos mais modernos. Só que chega um momento que isso se esgota. O processo de troca de bens é muito mais lento agora. Além disso, estamos num período em que a inflação nos incomoda e a inadimplência está alta (pois muitas famílias se endividaram além da conta", afirmou.
Com isso, o varejo registrou alta de apenas 1,6% em abril na comparação com o mesmo período de 2012. Foi o pior resultado para este mês desde 2003, primeiro ano do governo Lula. Frente a março, houve avanço de minguado 0,5%, número que, a despeito de ser positivo, frustrou o mercado, que esperava o dobro desse desempenho. No acumulado do ano, o incremento das vendas chega a 3%, mas as receitas do setor saltaram 11,1%. Quer dizer: o comércio não se intimidou em reajustar as mercadorias a um ritmo quase quatro vezes maior do que o incremento do consumo.
Segundo o pesquisador do IBGE, a tendência é de piora. É que o varejo sentirá o baque da disparada do dólar e do aumento dos juros. "A valorização do dólar terá um efeito inflacionário e implicações nas vendas do comércio. Os preços aumentarão, afetando o consumo", disse. Para ele, todos os produtos importados ficarão mais caros nos próximos meses, inclusive bens fabricados no Brasil que usam componentes de fora do país. Ainda segundo o técnico, com a alta da taxa Selic, que passou de 7,25% ao ano para 8% — e pode chegar a 9,5% —, as compras a prazo de bens duráveis devem esfriar.
Supermercados
Entre os seguimentos que mais perderam força está o de supermercados e hipermercados, que recuou 0,5% no mês. No acumulado do ano, as vendas desses estabelecimentos ficaram estagnadas, ou seja, crescimento zero. Na avaliação dos especialistas, a culpa de desempenho tão ruim é da inflação. "Os preços no varejo cresceram, em média, 1,2% ao mês. Esse número é bem elevado, superior ao observado no IPCA", calculou Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central.
Os dados do IBGE mostram ainda que o segmento de mercados registrou queda de 5,4% nas vendas na comparação com igual mês do ano anterior — o pior resultado desde agosto de 2003. Esse tombo, de acordo com análises do instituto, se explica pela elevação de preços — o grupo de produtos de alimentação consumidos no domicílio, por exemplo, encareceram 15,7% no acumulado de 12 meses.
Carlos Mussi, diretor do escritório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), avaliou que, além da inflação, a velocidade de acesso ao crédito tem diminuído no país. "O consumidor está mais atento à situação financeira, e isso faz com que seja mais cauteloso nas compras. Não é um fato isolado no Brasil. A América Latina como um todo tem registrado desaceleração do consumo", argumentou.
Prévia do PIB
De acordo com Roque Pellizzaro, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o varejo já esperava uma acomodação das vendas, sobretudo em função do endividamento da famílias e da carestia. "A questão é: uma das molas propulsoras do varejo, a demanda reprimida dos brasileiros, foi atendida. Com isso, há um novo perfil de consumo, bem mais moderado", argumentou.
O comportamento mais contido dos consumidores se reflete no crescimento do país. Hoje, será divulgado o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), um indicador que tenta antecipar o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) antes da publicação pelo IBGE. Para analistas, o número de abril estará entre uma expansão de 0,7% e 0,8%. "Com a continuidade de números positivos no mercado de trabalho e ajustes salariais de várias categorias, devemos ver algum avanço da massa salarial e um ritmo mais forte de atividade. Nos meus cálculos, o país vai crescer 2,3% em 2013", projetou Jankiel Santos, economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank.
O Itaú Unibanco, que tem indicador semelhante ao do BC, projeta expansão de 0,8% para abril. "O resultado do PIB mensal indica que a atividade econômica está em expansão. Essa perspectiva se mantém mesmo com os dados preliminares de maio apontando para recuo da atividade econômica", relatou Aurélio Bicalho, economista da instituição.
Exclusividade
gera protestos
O programa Minha Casa Melhor, lançado na quarta-feira pelo governo, foi motivo de conflito entre os formuladores e os lojistas. O cartão do benefício será operado exclusivamente pela Redecard, Segunfo os comerciantes, a maioria dos estabelecimentos opera com outras empresas. Agora, terão de arcar com um novo custo para atender os clientes. A Caixa Econômica Federal afirmou que a exclusividade se deve a uma questão técnica. Os concorrentes não estariam preparados tecnologicamente para operar o cartão que será entregue aos clientes do Minha Casa, Minha Vida. Informações de bastidores apontam que a Redecard teria feito investimentos para participar do programa.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Classe média brasileira chegará a 60% da população em 2018, diz Dilma nos Estados Unidos

Classe média brasileira chegará a 60% da população em 2018, diz Dilma nos Estados Unidos

10/04/2012 
 
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

  A presidenta Dilma Rousseff reiterou ontem (9), em Washington, nos Estados Unidos, que a crise econômica mundial impõe a todos a busca pela superação de paradigmas e de novas oportunidades. No caso brasileiro, o crescimento da classe média é o estímulo para o país manter os esforços para o crescimento econômico, disse a  presidenta. Segundo ela, mais brasileiros serão incluídos neste nicho da sociedade, alcançando 60% da população em 2018.
“[A classe média] é a chave para a força e a capacidade de crescimento da economia em nosso país”, ratificou a presidenta, durante encontro com empresários norte-americanos e brasileiros, além de representantes de várias universidades. “A crise econômica internacional impõe a nós imensos desafios. Mas tem sido também a oportunidade para ultrapassar paradigmas.”
Dilma lembrou que o Brasil tem se esforçado, consolidando a superação de dificuldades econômicas em pilares sólidos. Ela ressaltou que atualmente o Brasil tem reservas líquidas acima de sua dívida externa. Também destacou que em 2002 a dívida líquida brasileira sobre o Produto Interno Bruto (PIB) era 64% e agora está em 36,5%.
A presidenta disse ainda que os esforços do governo são para dar mais tranparência aos gastos públicos e aplicar de maneira adequada os recursos federais. Segundo ela, essa disposição faz parte de uma opção feita pelos setores público e privado, assim como pela sociedade brasileira: “É importante que se destaque a iniciativa, que é do governo, dos empresários e do povo brasileiro”.
Para Dilma, há uma “opção clara” no Brasil por estimular o crescimento econômico com medidas de justiça social e mais democracia.  “Buscamos um mercado de consumo de massa que é uma forma de justiça social”, disse, lembrando que as mudanças no Brasil refletem o que ocorre no mundo como um todo.
Ao defender a participação da classe média como força motriz na economia, Dilma lembrou que processo semelhante ocorre na Rússia, Índia, China e África do Sul, países que compõem o bloco do Brics. Ela reiterou que os cinco países têm grandes extensões territoriais e desafios comuns a perseguir, como a inserção das classes marginalizadas, pobres e que têm fome.
A visita de dois dias da presidenta Dilma aos Estados Unidos acaba hoje (10). Ontem, ela esteve em Washington e hoje passa o dia em Boston, quando irá às universidades de Harvard e Massachusetts. Em ambas, a presidenta deverá apresentar as parcerias para o programa Ciência sem Fronteiras.

Edição: Graça Adjuto

quinta-feira, 22 de março de 2012

Classe C passou a ser maioria da população brasileira em 2011, mostra pesquisa

Classe C passou a ser maioria da população brasileira em 2011, mostra pesquisa

22/03/2012 


Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

No ano passado, 2,7 milhões de brasileiros mudaram o perfil de renda, deixando as classes D e E para fazer parte da classe C. Além disso, 230 mil pessoas saíram da classe C e entraram para as classes mais ricas (A e B).
A maior da parte da população (54%) fazia parte da classe C em 2011, uma mudança em relação ao verificado em 2005, quando a maioria (51%) estava na classe D/E. Um total de 22% dos brasileiros está no perfil da classe A/B, o que também representa um aumento em comparação ao constatado em 2005, quando a taxa era 15%.
É o que mostra a sétima edição da pesquisa Observador Brasil 2012, feita pela empresa Cetelem BGN, do Grupo BNP Paribas, em parceria com o instituto Ipsos Publics Affairs.
O levantamento indica ainda que a capacidade de consumo do brasileiro aumentou. A renda disponível, ou o montante de sobra dos ganhos, descontando-se as despesas, subiu de R$ 368, em 2010, para R$ 449, em 2011, uma alta de pouco mais de 20%. Na classe C, houve um aumento de 50% (de R$ 243 para R$ 363).
Enquanto a renda média familiar das classes A/B e D/E ficaram estáveis, na classe C cresceu quase 8%. Mas a pesquisa mostra que em todas as classes houve um aumento da renda disponível, que ultrapassou R$ 1 mil, entre os mais ricos.
“O aumento da renda disponível em todas as classes sociais indica que houve maior contenção de gastos”, destaca a equipe técnica responsável pela pesquisa.